segunda-feira, 16 de julho de 2012

Manifestantes do Movimento pela Ética Evangélica Brasileira criticam Marcha para Jesus e relatam agressões verbais e físicas. Assista

Durante a edição da Marcha para Jesus em São Paulo, no último sábado, 14/07, houveram protestos realizados pelo Movimento pela Ética Evangélica Brasileira (MEEB), com voluntários que se reuniram com faixas e cartazes com frases contra o atual estágio da igreja.
Os protestos baseiam-se, segundo os idealizadores, em conscientizar as pessoas e convencer líderes a mudarem sua postura na condução da igreja evangélica como um todo.
A blogueira Vera Siqueira, esposa do pastor Paulo Siqueira, líder do MEEB, publicou artigo relatando a experiência do protesto e as “agressões verbais, físicas” por parte dos evangélicos que faziam parte da Marcha.
Segundo Vera, é necessário que o conceito atual da Marcha para Jesus seja modificado, pois da forma como está, acaba se tornando idolatria: “Para uma Marcha efetivamente para Jesus, é necessário nos desprendermos da veneração dos artistas gospel, pois em Cristo eles são exatamente iguaizinhos a nós: pessoas falhas, dependentes de Deus, e que carecem de Cristo, sem O qual perecerão eternamente. Para acabar com a ‘deusificação’ dos artistas gospel, numa Marcha realmente de Jesus eles não estariam inalcançáveis num palco, mas disponíveis a todos, como qualquer um ali, de modo que a aura de intocáveis se dissipe e as pessoas passem a vê-los como realmente são: indivíduos que Deus dotou de um talento musical, e que usam esse talento para dirigir o louvor a Ele”, pontua.
A crítica de Vera Siqueira aborda os princípios da igreja primitiva, em que os cristãos serviam a comunidade. Vera afirma que a Marcha deveria ocorrer “num local onde possa ser útil à comunidade; onde os líderes e os cantores se confundem com a multidão, pois todos são, em Cristo, filhos de Deus e ao mesmo tempo servos uns dos outros; onde as músicas remetem à adoração, com amor e temor ao Deus Santíssimo; onde alguns não se aproveitam para ganhar dinheiro, vendendo apetrechos gospel; onde o espaço de adoração não é dividido com politicagem ou com a idolatria a líderes e artistas gospel”, frisa, citando as propagandas de candidatos que foram observadas durante o evento.
O colunista do Gospel+, teólogo Ruy Marinho, critica enfaticamente a organização da Marcha para Jesus: “Este evento vem sendo questionado por muita gente, em decorrência de ser organizado por uma única denominação com pessoas duvidosas à frente, bem como pelas práticas e resultados negativos de tais manifestações públicas”.
Em seu artigo “A Marcha que nunca foi para Jesus”, Marinho destaca que a origem do evento é questionável: “Começou na Inglaterra em meados de 1987, através de uma ação ecumênica entre protestantes e católicos de Londres. A organização foi iniciativa dos líderes carismáticos Britânicos Gerald Coates, Roger Forster, Lynn Green e Graham Kendrick [...]O que muitos não sabem é que estes líderes britânicos são adeptos de práticas neopentecostais controvérsias e de conceitos anti-bíblicos. Para se ter uma idéia, um dos idealizadores da Marcha é Gerald Coates, famoso carismático liberal Britânico, que tem como referência nada menos que Rodney Howard-Browne, Benny Hinn e Kenneth Copeland”, afirma.
Marinho diz ainda que a Marcha para Jesus é um evento onde práticas em desacordo com a Bíblia são postas em prática: “O que falar do misticismo, dos atos proféticos, do triunfalismo apostólico exclusivista e das profetadas que nunca se cumprem, dentre outros absurdos que testemunhamos todos os anos nesses eventos?”, questiona.
O blogueiro e ativista do MEEB, Wagner Lemos, também colunista do Gospel+, critica abertamente a Marcha, onde, segundo ele, reúnem-se “milhares de pessoas em um propósito que nem mesmo eles sabem”, e considera essas pessoas como “analfabetos bíblicos que colocam as palavras de um pastor ou apostolo como sendo lei determinada por Deus”.
Lemos também reprova o que classifica como “idolatria evangélica”, configurada segundo seu artigo através de “faixas na cabeça e camisetas dos cantores gospel favoritos” e cita a intolerância dos evangélicos participantes da Marcha para Jesus: “Atitudes como agredir os protestantes, tentar queimar nossas faixas e coisas do tipo não remete nem de longe atitudes de Cristãos verdadeiros compromissados com a palavra de Deus”, observa.
A distorção da mensagem cristã é ressaltada por Wagner Lemos, que cita as variações teológicas das mensagens pregadas no evento: “Vejo muitas heresias nessas Marchas! Determinam promessas para a Cidade… Exigem que Deus faça isso e aquilo em prol dos que marcham… Atos proféticos… Danças ao som de axé ou funk ditos evangélicos. No final das contas prega-se uma mistura de Teologia da Prosperidade com técnicas de Batalha Espiritual”.
Confira no vídeo abaixo, as imagens da manifestação do Movimento pela Ética Evangélica Brasileira, divulgados no blog de Vera Siqueira:

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