quarta-feira, 31 de julho de 2013

Pastor Rubens Teixeira analisa visita do papa ao Brasil e possíveis efeitos na sociedade e política: “Passou a imagem de credibilidade”


A visita do papa ao Brasil foi amplamente divulgada pela mídia internacional, não apenas por ser parte da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), mas também pelo fato de que seus discursos no âmbito social e político foram bastante extensos e pontuais.
O pastor Rubens Teixeira, colunista deste portal, foi convidado pelo jornal O Dia a fazer uma análise sobre a visita do papa ao Brasil e os efeitos que poderão ser sentidos daqui para frente.
Teixeira afirmou que a visita de Francisco “fortalece a fé dos católicos e também dá respaldo ao próprio papa para que ele consiga fazer as reformas que pretende na Cúria”.
O pastor ainda ressaltou que o pontífice “passou a imagem de ter muita credibilidade”, e que suas posturas públicas podem surtir efeito fora do campo religioso: “Sabemos que a Igreja Católica é muito representativa dentro da vida política. A vinda do papa Francisco pode, de alguma forma, influenciar os representantes políticos dessa religião a fortalecer as ideias defendidas por ele. Mas para isso, ainda teremos que esperar um pouco mais para ver”, observou.
Questionado sobre o crescimento das igrejas evangélicas às custas da perda de fiéis da Igreja Católica, o pastor Rubens Teixeira disse que esse fenômeno pode ter origem nas características das duas denominações: “Há vários fatores. Mas um dos principais é o fato de que a Igreja Católica possui uma estrutura muito rígida. No fim, seu direcionamento depende das decisões do papa. As igrejas evangélicas são descentralizadas, não seguem uma liderança única. Isso aumenta demais a sua abrangência”, teorizou.
Esclarecimentos
O pastor publicou em sua coluna um artigo de esclarecimento com questões que, segundo ele, foram abordadas na entrevista por telefone mas não foram reproduzidas na matéria do jornal.
“Não havia como eu me furtar de ser honesto e admitir a importância, para a Igreja Católica, da vinda do papa, seu líder internacional, ao Brasil. A presença do pontífice, como observamos, aumentou o fervor dos religiosos [...] Deixei claro também que, do ponto de vista de defesa política dos princípios cristãos, como a posição contrária ao aborto e outros temas também defendidos por evangélicos, a Igreja Católica, seja através de seu líder, da CNBB e dos padres, com a vinda do papa ao Brasil, tornaria estas posições mais evidentes, pois certamente o fervor dos católicos seria elevado e os tornariam mais sensíveis à defesa dos princípios cristãos reforçados pelos seus líderes”, ressaltou o pastor.
O pastor afirmou ainda que na entrevista, ressaltou as diferenças doutrinárias entre as duas linhas como preponderantes na questão do êxodo de fiéis católicos para as igrejas evangélicas: “Destaquei diferenças doutrinárias com relação à Teologia Católica e a Evangélica. Apontei que a Igreja Católica dá ao Papa (clero), ao Catecismo e à Bíblia um status de autoridade para a formulação da doutrina religiosa; os evangélicos dão essa autoridade somente à Bíblia. Enfatizei que a Bíblia Católica era semelhante à evangélica, mas contém sete livros a mais, considerados apócrifos e que não fazem parte do cânon sagrado. Reforcei que a Igreja Católica utiliza santos como intermediários para acessar a Deus e que isto era visto pelos evangélicos como idolatria, pois o único caminho para se chegar a Deus é Jesus Cristo, como o próprio Senhor definiu (João 14.6)”, escreveu.

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