segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

LEVANDO A SÉRIO OS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO (estudo)

Uma das mais gloriosas promessas da Bíblia Sagrada é a da vinda do Espírito Santo sobre a Igreja de Cristo. Ele é o Espírito da verdade (Jo 16.13), da alegria, da paz, da justiça (Rm 14.17); é o Consolador, o Paráclito, nosso Amigo e Companheiro de caminhada com Jesus (Jo 14.16).

No momento da nossa conversão, todos recebemos o Espírito Santo, assim o diz Atos 19.2: "e [Paulo aos discípulos de Éfeso] perguntou-lhes: Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes?" Nesse instante especial, dons espirituais nos são conferidos porque o Espírito Santo quer produzir o Seu fruto em nossa vida. Então, como se explica que haja crentes cujas vidas não demonstram os abençoados dons espirituais nem a maravilhosa graça do fruto do Espírito?

Diz o Antigo Testamento que dia e noite, contínua e permanentemente, o fogo ardia no altar (cf. Lv 6.8-13). Que símbolo inspirador, claro, bendito de como o Espírito Santo deve agir em nós, permanente e continuamente.

Mas não tem sido assim: o modo como certos crentes (mesmo o crente?!) tratam o Espírito Santo é sinal da presença da "velha criatura". É o caso do filho de Deus que dá lugar à hipocrisia, à fraude, à desonestidade, à falta de controle, à mentira, e daí por diante. E quando ele age desse modo, torna-se uma pedra de tropeço para os outros.

Pois é; o descrente peca resistindo ao Espírito Santo (At 7.51) e contra Ele blasfemando (Mt 12.22-32; Hb 10.29); e o crente em Jesus Cristo peca entristecendo o Espírito ((Ef 4.30) e extinguindo-O ou apagando-O (1Ts 5.19). Aliás são dois versículos extremamente tristes: "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção", diz o da Carta aos Efésios; "Não extingais o Espírito", adverte Paulo aos tessalonicenses e a nós.

A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO

Este pecado é cometido por descrentes, e é o chamado "imperdoável" (cf. Mt 12.31,32). Há muita idéia equivocada correndo nossos arraiais evangélicos sobre em que consiste este pecado. Uma é que ninguém sabe qual é: portanto, nem precisamos nos preocupar... Há quem pense ser uma imoralidade degradante em que se envolveu, razão porque nunca mais terá perdão; no entanto, 1João 1.9 é revelador e confortador: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça". Também não é homicídio, nem adultério, nem tóxicos, nem o divórcio.

A blasfêmia contra o Espírito Santo consiste na rejeição na graça divina. Ou como os teólogos da Igreja Antiga diziam: "rejeição do evangelho" (Irineu), "dureza do coração humano rejeitando a obra de Jesus Cristo" (Agostinho). Pelo texto de Mateus 12 é a rejeição da obra, da divindade, do ministério salvador de Jesus Cristo, o Filho de Deus.

A negação da verdade do perdão trazido pelo sacrifício de Jesus, e a conseqüente remissão de pecados, é não permitir que sejam anulados os pecados. É a rejeição da obra do Espírito de Deus em levar o arrependimento e ao perdão. Foi o caso de Judas Iscariotes: acompanhou Jesus de perto; participou do Seu ministério, até; ajudou nos milagres; conhecia os lugares de oração, mas não conhecia Jesus como Salvador.

Por esse motivo, a blasfêmia contra o Espírito Santo dá como resultado a condenação eterna. Ora, o perdão em Cristo é o elo de restauração entre Deus e o ser humano. Se não há perdão, não há redenção, comunhão nem compartilhar com Deus. Estêvão falou sobre isso: "Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido! Vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim vós como vossos pais!" (At 7.51).

É resistência ao Espírito; é tornar o coração como pedra, insensível aos apelos do Espírito. Assim sendo, não pode haver perdão.

Mas a blasfêmia contra o Espírito Santo é uma atitude que pode ser corrigida, pois Hebreus 3.7,8 o afirmam "Assim, como diz o Espírito Santo: Hoje se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como no dia da tentação no deserto, onde vossos pais me tentaram, me provaram, e viram por quarenta anos as minhas obras"(cf. Sl 95.7,8). Esse horrendo pecado deve ser combatido clamando pelo Espírito Santo, arrependendo-se e obedecendo : "Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espirito Santo àqueles que pedirem?" (Lc 11.13).

QUANDO O ESPÍRITO SANTO FICA TRISTE (Ef 4.30)

O apóstolo Paulo estava perfeitamente consciente de que por trás do que pensamos, dizemos e fazemos, há personalidades ativas atuando. São personalidades invisíveis, mas bem presentes. Por essa razão, ele nos alerta a não dar qualquer oportunidade ao Inimigo-de-nossas-almas: "não deis lugar ao diabo" (Ef 4.27), bem como nos instrui a não entristecer o Espírito.

Ora, todo pecado é motivo de tristeza para Deus. Por uma razão simples; simples e triste; triste e de tremendas conseqüências: é que o pecado quebra a nossa comunhão com Ele, e nós fomos chamados a essa comunhão. Paulo com certeza tinha Isaías 63.10a no coração ao escrever esta advertência: "Contudo eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo".

Não esqueçamos que o Espírito Santo é o elo, o vinculo da vida de comunhão. Não esqueçamos, outrossim, que o Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Trindade é, por essência, Santo. E Ele Se entristece com a falta de santidade dos filhos de Deus, naturalmente; Ele Se entristece com a desunião (Ef 2.18; 4.4); Ele Se entristece com tudo o que não combina com a pureza, com a comunhão, com a santidade, com a união, com a Sua própria natureza. Ele é o "Espírito da verdade" (Jo 16.13; 14.17). Logo, Ele Se entristece com a mentira, com a falsidade e a traição.

Ele é o Espírito que nos "sela" para o dia da redenção, ou seja, o Espírito Santo em nós é a garantia, o selo, e a certeza da vida, e a certeza da herança que nos aguarda. Ele está em nossos corações, e é Aquele no qual estamos garantidos para o Dia Final (Ef 1.13,14); é Aquele que nos fez reviver em Cristo (Ef 2.5); é Aquele que nos deu acesso ao Pai por meio de Jesus Cristo (Ef 2.18); é Aquele que nos comunica os dons necessários para o nosso serviço (Ef 4.7,8). Portanto, o que pode prejudicar o seu poder em nós deve terminante, enfática e imediatamente rejeitado.

Enfim, entristecemos o Espírito de Deus cometendo aquilo que não combina com Jesus em pensamento, palavras e ações:

· Quando mentimos, porque, como vimos, Ele é o Espírito da Verdade (Jo 14.7), já o lembramos. Fora, então, a falsidade, a mentira e a deslealdade!
· Quando descremos, porque Ele é o Espírito de Fé (2Co 4.13). Fora a ansiedade, a desconfiança, a dúvida, a preocupação!
· Quando não perdoamos, porque Ele é o Espírito da Graça (Hb 10.29). Abaixo o que é amargo e malicioso, indelicado e demorado para perdoar!
· Quando nos degradamos, porque Ele é o Espírito de Santidade (Rm 1.4). Que desapareça de nossa vida o que é impuro, ultrajante e degradante!

QUANDO O ESPÍRITO SANTO É EXTINTO

"Não extingais o Espírito" diz o texto de 1Tessalonicenses. Algumas versões da Bíblia "apagar" em lugar de "extinguir". E esse é um pecado só cometido pelo que já confessou sua fé em Jesus Cristo. Essa linguagem ("extinguir", "apagar") retoma a metáfora do Espírito Santo como fogo, ou algo a Ele associado (cf. Mt 3.11; Lc 3.16; At 2.3; Rm 12.11; 2Tm 1.6). Observe-se que Romanos 12.11 e 2Timóteo 1.6 mostram graficamente o abanar de um fogo de carvão até que as chamas sejam formadas.

Voltando à Carta aos Tessalonicenses, havia na igreja de Tessalônica uma tendência de esmorecer, abafar as manifestações espirituais, ou seja, o fogo do Espírito. Provavelmente, era uma reação contra o que pode ter parecido uma ênfase entusiasta ao Espírito. Talvez, mesmo como em Corinto.

Ora, os dons foram dados para o crescimento espiritual do Corpo de Cristo. Se a Igreja for indiferente a eles ou hostil, o exercício deles será frustrado, apagado. Como então, se extingue o Espírito Santo em nossas vidas, como pessoas individuais ou como igreja?
· Sem dúvida, por falta de receptividade à vontade do Espírito.
· Por suspeita, ou falta de consideração dos caminhos do Senhor (que não são os nossos).
· Sempre que dizemos "não" a Deus.

Quer dizer que como a brasa apaga quando retirada da fogueira, as vidas dos crentes rebeldes, fechados à operação de Deus também. Paulo até fez um veemente apelo,
"Rogo-vos, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rm 12.1,2).

O que apaga o Espírito? Qualquer desafio, qualquer oposição à vontade de Deus. O que O acende? A submissão, a entrega, o quebrantamento, a decisão de cumprir Seu querer. Um fogo natural é apagado quando jogamos areia ou água para sufocá-lo. Pois um pecado intencional apaga, extingue o Espírito Santo. A crítica malvada, a grosseria, o rebaixamento de um trabalho pela palavra de alguém, o desprezo.

Aí, você, minha irmã, meu irmão, peca contra o Espírito Santo. Você entristeceu o Espírito; você apagou o Espírito em sua vida, em seu pensamento, em seu testemunho, em suas ações.

Que fazer agora? Como curar os estragos desse(s) pecado(s) em sua vida espiritual? Lembre-se de que todo e qualquer pecado entristece o Espírito. Recorde-se, porém, de que só Jesus Cristo pode purificar do pecado. João escreveu essa evangélica verdade em sua Primeira Carta 1.9: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça". E Paulo o referenda em Tito 3.5.

A confissão é a única condição para a comunhão (1Jo 1.6,7). Afinal, nós somos "selados" pelo Espírito Santo; somos marcados, separados para Cristo. O que fizermos de errado no corpo ou na mente (na vida cristã não tem pertinência essa separação), o que não for para a glória de Deus é ofensa como Aquele que merece 100% de nós. Não 50%, nem 80%, nem sequer 98%.

Quando o irmão, a irmã se batizou nas águas tinha na mente e no coração que o batismo é símbolo de morte e sepultamento. Morte para o lixo do passado, morte para o pecado, e recomeço de vida em Cristo Jesus. Você tem levado a sério essa morte para o sistema de coisas desse mundo? Você morreu para o que não agrada a Deus? Ou continua a viver a velha vida da velha criatura com os velhos vícios, as velhas atitudes, a vida da criatura que já devia ter morrido há muito tempo? Você pode dizer: " Vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim"?

Quando levamos os pecados contra o Espírito Santo a sério, queremos fazer tudo o que é agradável a Jesus Cristo, Senhor de nossas vidas. Temos uma visão da coisa hedionda que é o pecado, o pecado escondido, o pecado secreto, o pecado acariciado tantas vezes.

A Bíblia conta que entre os querubins da tampa da Arca da Aliança (aron haberith) brilhava a Shekinah (Ex 25.21,22; 29.43; 30.6; Lv 16.2). A Shekinah, a gloriosa presença de Deus brilhava na antiga dispensação entre os querubins do propiciatória (kapporeth). Hoje, na nova dispensação, chameja nas frontes dos crentes em Jesus Cristo, lavados por Seu sangue, batizados no Seu Espírito, purificados para servi-Lo.

Mas Satanás, nosso declarado Inimigo, fez nascer o medo do Espírito Santo entre nós. Já pensaram que coisa horrível? Que o Espírito Santo, a Chama Divina, a Divina Shekinah queime esse temor. Afinal, nós amamos o Senhor manifesto como Deus Pai, Criador; Deus Filho, Sustentador e Deus Santo Espírito, nosso Guia, Conselheiro, Amigo e protetor. Nós cantamos sobre o Espírito Santo. São inspiradoras expressões as da terceira estrofe do hino 1 do Cantor Cristão (CC),

"A Ti, ó Deus, real Consolador,
Divino fogo santificador
Que nos anima e nos acende o amor,
Aleluia! Aleluia!"

E do 118 CC,

"Jesus, ao céu subindo,
Se penhorou mandar
Seu bom e santo Espírito,
A fim de nos guiar;
E o grande, excelso Guia
Em nós agora está,
O mundo além revela,
Conduz-nos para lá".

E as grandes verdades doutrinárias do hino 206 do Hinário para o Culto Cristão (HCC),
"Santo Espírito divino, és o Criador,
junto com o Pai e o Filho, nosso Salvador.
Do pecado e do castigo vens nos convencer;
Pelo novo nascimento somos outro ser.

Santo Espírito, vive em mim aqui,
Pois em ti fui batizado quando em Cristo eu cri".

E de tantos outros da nossa riquíssima hinódia.

Pois é; os hinos ensinam doutrina. Mas não é porque cantamos hinos que o Espírito Santo vem sobre nós; mas porque o Espírito Santo veio sobre nós, e está conosco, é que cantamos e louvamos.

E agora uma palavra aos amigos que não têm certeza da salvação. Quando o Espírito Santo é levado a sério, entendemos o que seja rejeitar a salvação, insultar o Espírito de Deus, blasfemar contra Ele. A rejeição da verdade do evangelho produz trevas, caleja, endurece o coração, petrifica-o. Por essa razão, quem se convence dessa verdade, da verdade de Cristo, da pureza do Seu ensino, da grandiosidade de Sua obra de salvação, e não se rende ao Salvador, endurece o coração contra Deus.

Receber o conhecimento da verdade (que é Cristo) e rejeitá-la é um pecado voluntário contra o Espírito. Daí a expressão de Hebreus 10.29: "De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com o qual foi santificado e ultrajar o Espírito da graça?" E isso traz condenação sobre condenação.

A Bíblia, no entanto, a Bíblia que é o livro do amor de Deus, ensina que Ele não em leva os tempos da ignorância (At 17.30), e o próprio apóstolo Paulo, que havia blasfemado contra o Espírito Santo foi salvo pela graça, pela misericórdia que não leva em conta esses tempos de desconhecimento da misericórdia, graça, amor e paz, desde que haja confissão e arrependimento: "a mim que outrora fui blasfemo e perseguidor e injuriador; mas alcancei misericórdia, porque o fiz ignorantemente, na incredulidade; e a graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que há em Cristo Jesus" (1Tm1.13).

fonte centro de avivamento

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