segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Intolerância Religiosa: praticantes de religiões afro-brasileiras relatam agressões de evangélicos

A cada ano são registrados quase 100 casos de agressão a adeptos de religiões afro-brasileiras no Rio de Janeiro, estado com maior número de praticantes dessas religiões. Para combater essas práticas, foi criada pelo governo do estado a CCIR (Comissão de Combate à Intolerância Religiosa).
Após denúncias de que evangélicos neopentecostais estavam destruindo os terreiros dos praticantes de umbanda e candomblé, na Ilha do Governador, a CCIR foi instalada para tentar mediar e combater esses crimes, segundo informações da reportagem da Revista IstoÉ.
Estudando o assunto há vinte anos, a antropóloga da Pontícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Sonia Giacomini relata que essa prática é orientada indiretamente pelas lideranças: “Cada neopentecostal tem a missão de ganhar adeptos, é uma obrigação religiosa, daí o proselitismo. A missão é clara: divulgar e converter”.
Outros 39 casos de violência contra os adeptos das religiões afro-brasileiras foram registrados em todo o país. O novo mapa das religiões, organizado pela Fundação Getúlio Vargas, aponta que 0,35% da população brasileira é praticante dessas religiões. Um relatório, registrando os casos de agressão, foi entregue ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.
O teólogo Jayro de Jesus acredita que, devido ao temor de represálias, muitos praticantes das religiões afro-brasileiras acabam omitindo suas crenças religiosas, e que por isso, o número de adeptos deve ser maior que os 0,35%.
Os representantes dessas religiões esperam que se torne obrigatório o ensino da história da Africa e da cultura afro-brasileira nas escolas públicas. Essa iniciativa proposta combateria a intolerância religiosa.
Segundo o Gospel Prime, como retaliação às agressões, os líderes dessas religiões também desejam que o Ministério das Comunicações proíba os programas religiosos das denominações que agridem adeptos da umbanda e do candomblé e multe as emissoras que alugam espaço para esses programas, além de solicitarem que o governo elabore um Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e crie um treinamento para que os delegados registrem corretamente esses casos.

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