quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Em polêmica decisão, igreja proíbe que casais inter-raciais participem de cultos

Uma Igreja Batista da cidade de Pike Town, no estado de Kentucky, Estados Unidos proibiu casais inter-raciais de desempenharem funções durante os cultos e resolveu bani-los de sua membresia.
A polêmica decisão foi tomada após uma jovem, frequentadora da igreja desde a infância, iniciar um relacionamento com um africano, que conheceu na faculdade em que faz seu mestrado, no estado de Indiana.
Segundo o The Blaze, Stella Harville, 24 anos de idade iniciou um relacionamento com Ticha Chikuni, nascido no Zimbábue, e o casal era tido por todos como exemplo, pois sempre participavam dos cultos, tocando e cantando. O caso teve repercussão no telejornal local.
O pai de Stella, Dean Harville, é membro de longa data da Igreja Batista Livre Arbítrio e secretário da administração da igreja. Ele foi procurado pelo então pastor da Melvin Thompson, que afirmou que não permitiria mais que sua filha e seu namorado voltassem a participar dos cultos, apresentando louvores ou qualquer outra atividade. Porém, Thompson precisou se afastar das funções de pastor por problemas de saúde.
O novo pastor, Stacy Steep, procurou o casal e informou que se eles desejassem, poderiam voltar a tocar e cantar na igreja. No entanto, uma nova e inesperada reviravolta no caso fez com que as coisas voltassem a ficar complicadas para o casal. Ainda utilizando sua influência entre os demais membros da igreja, o pastor afastado Thompson incentivou que a regra de proibir casais de raças diferentes, como no caso de Stella e Chikuni, fosse votada em assembleia, para que não pudesse mais ser alterada.
A decisão foi apertada: 9 votaram a favor da proposta, e 6 foram contrários. Os demais membros presentes se abstiveram de votar. No comunicado, a Igreja Batista Livre Arbítrio afirmou que “não tolera o casamento inter-racial. Cônjuges nessas condições não serão recebidos como membros, nem poderão desempenhar funções em cultos ou em outros departamentos da igreja, com a exceção de funerais. Todos são bem-vindos às reuniões e cultos de adoração pública. Esta recomendação não se destina a julgar a salvação de ninguém, mas se destina a promover uma maior unidade entre o corpo da igreja e da comunidade que servimos”.
O pai de Stella afirmou que a decisão tomada pela igreja era claramente racista, e não possui respaldo bíblico: “Com certeza, essa decisão não é cristã. Não é nada, além do velho trabalho do diabo”, afirmou Dean.
O ex-pastor Thomson diz que a proposta foi colocada fora de contexto e se recusou a falar mais sobre o assunto. Stella, revoltada, garante que não voltará à Igreja Batista Livre Arbítrio: “Essa é apenas uma caricatura do cristianismo. Eles cruzaram a linha de revogar meu noivo e meu direito de culto em um lugar público. Dói ainda mais porque frequentei essa igreja desde que eu era um bebê”.
Os pais de Stella pretendem solicitar que a decisão seja revista, e se nada for feito, garantiram que procurarão um novo local para congregarem.

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