quinta-feira, 29 de março de 2012

Aluno afirma sofrer bulliyng devido a pregação de professora evangélica em sala de aula

Um adolescente de 15 anos, aluno do 2º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Antônio Caputo, em São Bernardo, São Paulo, afirma ser vítima de bullying e intolerância religiosa por parte de seus colegas de classe, por causa da pregação evangélica realizada em sala de aula por uma professora da escola.
Segundo o Diário do ABC, a professora de história Roseli Tadeu Tavares de Santana tem um ritual antes de começar cada aula, no qual pega uma Bíblia e faz 20 minutos de pregação evangélica aos alunos. Por ser praticante de candomblé, o estudante não queria participar das pregações da professora, o que fez com que ele se tornasse alvo de ataques de seus colegas.
O pai do adolescente, o aposentado Sebastião da Silveira, 64 anos, é sacerdote de cultos afro. O estudante começou a ter aula com a professora no ano passado. Neste ano, por não concordar com a pregação, decidiu não imitar os colegas. Eles perceberam e sua vida mudou. Os ataques começaram com bolas de papel sendo jogadas no em suas costas depois passaram a ofensas graves aos seus pais. O bullying fez com que o garoto começasse a ter falta de apetite, problemas na fala e tiques nervosos.
Os pais do estudante resolveram agir sobre o caso. “Ficamos abalados”, disse Silveira. “A própria escola não deu garantias de que meu filho terá segurança”, completou. Na escola, a professora disse apenas que a pregação religiosa fazia parte de seu método de ensino. A Secretaria Estadual da Educação anunciou que a Diretoria de Ensino de São Bernardo irá apurar a história e reconhece que pregar religião é proibido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
A prática adotada pela professora é criticada por diversos alunos da escola, até mesmo pais evangélicos de alunos da escola criticam a professora: “Nunca foi falado em casa que ela fazia isso. Senão eu reclamaria, é errado”, disse a doméstica Edemilda Silva, 46 anos, mãe de um estudante de 13, que cursa a 8ª série do Ensino Fundamental e confirmou a atitude da professora. “Se quiser ouvir a palavra, vou à igreja”, completou.
A presidente da Afecab (Associação Federativa da Cultura e Cultos Afro-Brasileiros), Maria Campi, anunciou que dará amplo suporte à família de Magno pelo que o garoto vem sofrendo. “Nossas crianças não têm direito a ter uma identidade. São discriminadas quando usam as vestimentas. Falta estudar mais as culturas africanas”, afirmou.
Uma ocorrência sobre o caso foi registrada no 4º DP (Riacho Grande), e a Comissão de Liberdade Religiosa da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e o Ministério Público foram acionados. A presidente da comissão, Damaris Moura se manifestou sobre o caso afirmando que “o Estado brasileiro é laico e não pode promover uma religião específica através de seus agentes”. Ela concluiu afirmando que “é preciso compreender a importância do respeito à escolha do próximo

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