Em entrevista ao Fantástico, no último domingo (20), a apresentadora
Xuxa Meneghel revelou que sofreu abuso sexual na infância. No quadro “O
que vi da vida”, a apresentadora contou que sofreu abuso até os 13 anos,
e que, como na maior parte dos casos, os agressores eram pessoas
próximas: um amigo do pai, que seria seu padrinho, um homem que iria
casar com sua avó e um professor.
“Nunca falei nada para ninguém porque tinha vergonha, não sabia o que
fazer. Se falasse para o meu pai, ele acharia que a culpa era minha,
que eu provocava. Deviam ter notado que havia algo de errado, que eu,
sempre muito falante, tinha virado uma pessoa calada”. Contou,
emocionada, durante o programa. Xuxa explicou que o trauma a levou a
lutar pelo direito das crianças.
Sem dar detalhes sobre a violência nem falar em que idade ela
começou, a apresentadora garantiu que, se não tivesse o amor da mãe,
teria saído de casa, como fazem muitas crianças que hoje vivem na rua e
precisam se prostituir ou roubar para sobreviver. “Eu não tinha
experiência, não sabia o que fazer. Me calava porque me sentia suja,
errada, achava mesmo que a culpa era minha, das minhas roupas, do meu
jeito. Até hoje eu me sinto culpada. Mas a gente não pode pensar assim.
Porque uma criança não sabe mesmo o que fazer em uma situação dessas”,
afirmou.
Diante da entrevista da apresentadora, o senador evangélico Magno
Malta (PR/ES) afirmou que vai oficializar convite a Xuxa para apurar o
abuso na Comissão de Direito Humanos e Legislação participativa. O
senador afirmou que as declarações de Xuxa servirão como um exemplo para
milhares de vítimas, que agora podem recorrer à nova Lei Joana
Maranhão, que permite adultos denunciarem abusos que sofreram durante a
infância e será sancionada em breve pela Presidenta da República.
O senador pretende ainda solicitar a Presidente Dilma Rousseff que
convide a apresentadora, e também a nadadora Joana Maranhão, para o ato
de assinatura da sanção da nova Lei, que foi votada e aprovada por
unanimidade pelo Congresso Nacional, de autoria da CPI da Pedofilia, que
é presidida por ele.
“Os algozes da Joana, da Xuxa e de muitas meninas e meninos vão pagar
pelo que fizeram. A Lei Joana Maranhã, junto com a Lei Maria da Penha,
fecha um ciclo de impunidade da violência praticada contra as mulheres.
Parabéns a Xuxa pela coragem de detalhar sua intimidade em favor das
crianças humilhadas, abusadas, estupradas e que tiveram sua infância
assassinada por criminosos”, finalizou Magno Malta.
A nadadora Joanna Maranhão, que dá nome à lei por causa das denúncias
de abuso que fez contra seu ex-treinador, passou por uma crise nervosa
na última terça-feira em razão da lei, da repercussão das declarações de
Xuxa, e com o assédio que ambos os casos suscitaram em torno de seu
nome.
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