Um grupo de ateus movia uma ação contra um sacerdote católico que
ficou conhecido como o “padre da cruz do World Trade Center”, mas
desistiu do processo por falta de argumentos legais.
Após os ataques terroristas do 11/09, o calor das explosões fez com
que duas vigas de metal se fundissem entre si, e tomassem o formato de
uma cruz. Quando as equipes de resgate encontraram a cruz, passaram a
tê-la como um sinal de incentivo para a tarefa de remover entulhos em
busca de corpos. Na ocasião, o padre franciscano Brian Jordan abençoou o
objeto, e sua paróquia, Igreja do Santo Nome de Jesus, passou a
realizar missas no local.
Quando foi inaugurado o National September 11 Memorial & Museum
(em tradução livre, Museu e Memorial Nacional 11 de Setembro), em
memória das vítimas dos ataques terroristas, o objeto foi mantido no
espaço chamado como “Marco Zero”.
A partir daí, os ativistas ateus da American Atheísts, Inc. o
quiseram processar por ser o “responsável pela colocação de um símbolo
religioso do cristianismo em uma propriedade do governo, em conjunto com
uma cerimônia religiosa”. A ação também envolvia as autoridades
portuárias do estado de Nova York e Nova Jersey, o próprio Museu e a
igreja pela qual o padre é responsável.
Porém, de acordo com analistas jurídicos, a ação não tinha nenhum
fundamento, pois o padre não é uma autoridade pública: “A Constituição
claramente aplica-se somente a ações governamentais que ‘estabelecem’
uma religião ou proíbam o ‘livre exercício’ de uma crença religiosa de
uma pessoa ou entidade religiosa. As pessoas privadas, inclusive
sacerdotes, não podem violar a Primeira Emenda, porque não são atores do
governo”, afirmou Gerard J. Russello, editor do The University Bookman.
Russello também afirmou que os argumentos dos ateus poderiam ser
usados contra eles mesmos pelos religiosos: “O que passariam a maioria
dos cristãos, que poderiam sentir que uma decisão de proibir a inclusão
de um objeto em forma de cruz em um museu nacional seria uma afronta a
suas crenças religiosas?”, questiona o especialista.
Para Gerard J. Russello, a atitude dos ateus foi um ataque ao direito
de crença: “a liberdade de praticar o catolicismo (…), está protegida
pela Cláusula do Livre Exercício da Primeira Emenda”.
O padre, por sua vez, ressalta as lembranças que o objeto
proporciona: “Passei muitos, muitos meses atendendo os trabalhadores do
resgate no ‘Marco Zero’. Seus espíritos se elevaram ao recordar que Deus
está ainda conosco, inclusive quando ocorre um desastre inimaginável.
E, assim, a Cruz do World Trade Center converteu-se em uma fonte de
inspiração para aqueles trabalhadores”.
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