quarta-feira, 6 de junho de 2012

Escola adventista é acusada de homofobia por expulsar estudante lésbica; Direção da entidade nega

O Instituto Adventista Brasil Central, uma escola religiosa ligada à Igreja Adventista, situada na cidade de Abadiânia, no interior de Goiás, é réu de um processo movido por uma ex-aluna que foi expulsa da escola e acusa a instituição de homofobia.
Na versão da jovem Arianne Pacheco Rodrigues, 19 anos, sua expulsão do colégio em Novembro de 2010 se deu por homofobia da direção da instituição, e na ação movida contra o IABC, sua mãe, Marilda Pacheco, cobra indenização de R$ 50 mil por danos morais.
Pelo lado da escola, existe a negativa de que a expulsão tenha se dado pela opção sexual da garota, mas sim por descumprimento do regulamento interno da escola no quesito “intimidade sexual”.
Em nota divulgada, a assessoria do Instituto Adventista Brasil Central afirma que é proibido que os alunos da escola mantenham contato físico nas dependências da escola ou em eventos que estejam representando a instituição.
De acordo com informações do programa Fantástico, da TV Globo, a decisão tomada pela direção do IABC de expulsar a garota, considerada reincidente, se deu após a avaliação de cartas trocadas entre Arianne e a outra garota, que não teve a identidade revelada.
A advogada que representa Arianne, Darlene Liberato, afirma que as cartas foram obtidas pela direção do IABC após arrombamento do armário que a estudante utilizava: “A privacidade da aluna foi violada a partir do momento em que seu armário foi violado e seus pertences vasculhados”, afirmou.
Marilda Pacheco afirma que a decisão de processar o IABC foi tomada a fim de evitar que as metodologias da escola, que ela considera “dignas da Idade Média, da época da inquisição”, sejam mantidas. A mãe da jovem afirmou ainda que tentou evitar a expulsão, porém representantes da escola afirmaram que consideram o homossexualismo um “um crime tão sério como roubar ou matar”.
Confira abaixo a íntegra da nota divulgada pelo Instituto Adventista Brasil Central:
O Instituto Adventista Brasil Central (IABC) é um colégio que oferece educação em regime de externato, em que os alunos comparecem às aulas e depois retornam aos seus lares; e, também, internato, em que os alunos residem em alojamento na escola. Os pais buscam o Instituto por ser uma escola conhecida por seus altos valores morais e pela educação integral que oferece aos alunos, fornecendo uma experiência educativa única na vida deles.
O colégio é responsável pela educação, integridade física e moral de todos os seus alunos, de modo que a observação de normas de conduta protege toda a coletividade estudantil, já que normas são para organizar e proteger a sociedade.
De acordo com o item 8 das Normas Internas da Instituição Adventista, são vedadas ao aluno, entre outras condutas:
“Furto; uso ou porte de cigarro, bebida alcoólica, droga ou armas; ato sexual; certos tipos de agressões físicas, verbais e outras, conforme considere a Comissão para Desenvolvimento Estudantil.”
Tais regras visam à segurança dos próprios alunos, sendo aceitas por eles e por seus pais quando se candidatam a uma vaga na escola. Dessa forma, a instituição de ensino busca impedir a propagação de situações que são prejudiciais à saúde e à moral no ambiente de estudo.
A aluna citada em reportagem de TV conhecia as regras disciplinares internas e sempre soube das permissões e proibições a que todos os alunos estão submetidos no ambiente escolar, já que estudava havia quatro anos na instituição e já tinha passado algumas vezes pela comissão disciplinar.
A letra “h” do subitem 1.1, do item 1 dos Itens Gerais, determina que:
“h. Lembre-se de que em seu namoro (que só ocorrerá com a permissão dos pais) não é permitido contato físico, seja nas dependências da escola ou em atividades externas em que você a esteja representando.”
A aluna tinha absoluta ciência de que seu comportamento contrariava diretamente as regras e as normas da instituição de ensino. O contato físico no namoro entre dois alunos da escola é considerado falta grave pelas normas dela, acarretando a rescisão do contrato de prestação de serviços educacionais. Essa iniciativa não é incomum na instituição, pois preza pelos altos valores morais, sendo essa uma característica bastante ressaltada pelos pais que confiam seus filhos à escola. Essa iniciativa não é incomum na instituição, e independe de opção sexual conforme destacado acima, pois preza pelos altos valores morais e desejo dos pais, sendo essa uma característica bastante ressaltada pelos pais que confiam seus filhos à escola.
Destaca-se, finalmente, que as normas não visam reprimir. Ao contrário, são um suporte essencial para a vida de tantos jovens em comunidade dentro de uma instituição de ensino, mantendo-os em harmonia enquanto desenvolvem-se acadêmica e socialmente.”
Caroline Carnieto
Assessoria de Imprensa

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