O ex-membro das Testemunhas de Jeová, Sebastião Ramos, fundou uma
instituição com o objetivo de amparar as vítimas de preconceito
religioso e defender a laicidade do estado. Ramos é servidor da
Universidade Federal do Ceará e afirma ter criado a ABRAVIPRE
(Associação Brasileira de Apoio a Vítimas de Preconceito Religioso) por
causa de sua luta contra a discriminação praticada pelas Testemunhas de
Jeová.
Um documento divulgado pela assessoria da associação conta que
“Sebastião Ramos tem denunciado a associação religiosa Testemunhas de
Jeová, após a sua excomunhão (desassociação)”. Após se desvincular da
entidade religiosa Ramos foi submetido à dura pena de passar a ser
humilhado, ignorado, renegado e execrado, não apenas pelos que outrora
eram seus companheiros de credo, mas também, pelos seus próprios
familiares membros das Testemunhas de Jeová.
O comunicado da associação destaca ainda: “Toda pessoa tem direito à
liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar
essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela
observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular,
protegidos pelo artigo XVIII da Declaração Universal dos Direitos
Humanos”.
Apesar de ter nascido de sua luta contra a associação das testemunhas
de Jeová a entidade ressalta que seu objetivo não é combater apenas
essa instituição em particular, mas também abusos de outras organizações
religiosas. O texto destaca as contribuições financeiras dos fiéis a
igrejas afirmando: “Pessoas em precária condição financeira, desvalidas
emocionalmente, sendo incentivadas a se desfazer de seus já parcos
recursos em favor de igrejas que todo tipo de bem-aventurança prometem
em troca de dinheiro ou bens, enquanto se locupletam, amealhando
fortunas à custa da credulidade pública”.
A ABRAVIPRE ganhou Certidão de Personalidade Jurídica no dia 13 de
Junho, e destaca que apesar de ainda não ter obtido nenhum vitória
jurídica definitiva já galgaram grandes passos em sua causa, citando
como exemplo uma denúncia do Ministério Público Estadual contra anciãos
das Testemunhas de Jeová, por crime de racismo, tipificado na forma da
lei 7.716, denúncia acatada pelo juiz.
Através de sua página no Facebook, a associação afirma já estar em
busca de apoio e envolvimento de pessoas dispostas a combater o
preconceito religioso.
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