Nessa quarta-feira (04) foi registrada, pela senadora Marta Suplicy
(PT-SP), a conclusão do anteprojeto do novo Código Penal pela Comissão
Especial de Juristas. O texto que foi entregue ao presidente do Senado,
José Sarney, na última quarta-feira (27), trás itens controversos, como o
tratamento penal mais flexível para a prática do aborto e a
descriminalização do consumo e produção de drogas.
De acordo com a Senadora, o novo Código Penal passa a tratar de forma
mais atual o combate à homofobia, o aborto, a eutanásia e o uso de
drogas. Ela comentou também a previsão, no novo texto, do crime de
bullying (intimidação vexatória).
O tratamento de assuntos como o aborto e o casamento de pessoas do
mesmo sexo tem sido motivo de intensos debates entre os defensores do
novo texto e líderes religiosos. Em relação à homofobia, Marta Suplicy
voltou a defender também durante essa semana a aprovação do Projeto de
Lei da Câmara (PLC) 122/2006.
– Essa questão da violência contra os homossexuais mostra cada vez
mais a necessidade de se votar nesta casa o projeto de combate à
homofobia – afirmou a senadora, que fez seu pronunciamento motivado pelo
assassinato de Lucas Ribeiro Pimentel, de 15 anos, visto que segundo a
polícia civil, que investiga o homicídio, há indicativos de motivação
homofóbica no caso.
De acordo com a Agência Senado, Suplicy aplaudiu o projeto e afirmou
que o atual Código Penal brasileiro precisa ser imediatamente
atualizado, visto que já está em vigor no país há mais de 70 anos.
- Se formos pensar, em 70 anos, quantas coisas mudaram e quantas
situações que nem existiam passaram a ser passíveis de punição? A
sociedade mudou realmente – afirmou.
- Hoje é uma colcha de retalhos, então o trabalho a ser feito é
enorme, primeiro de tornar esse código harmonioso e mais sintético e
depois de se pronunciar sobre temas que até então não entravam na pauta –
comentou a senadora, ressaltado que o texto sistematizará as cerca de
120 leis esparsas editadas desde a elaboração do Código Penal como, por
exemplo, as que tratam de crimes ambientais, dos crimes contra o sistema
financeiro, ou colarinho branco; e dos crimes violência doméstica e
familiar contra a mulher.
Marta Suplicy também destacou a proposta de criação de um capítulo no
texto destinado aos crimes contra os direitos humanos. Entre eles,
estão os crimes contra a humanidade, a tortura, o tráfico de pessoas, o
racismo e crimes resultantes de preconceito e discriminação.
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