A atriz e comediante Tatá Werneck, que interpretará a periguete que
se converterá ao Evangelho na novela Amor à Vida, próxima atração da TV
Globo no horário das 21h00, afirmou que jamais trataria a questão
religiosa na novela com desrespeito.
Amor à Vida, escrita por Walcyr Carrasco, terá um personagem gay como
vilão e a personagem de Tatá, que se converterá numa igreja evangélica e
abandonará o modo de vida desregrado. O autor afirma que não tratará a
questão da fé de forma caricata: “Sempre quis criar uma personagem assim
por conviver muito com os evangélicos e acompanhar as suas vidas”,
disse o autor ao D24AM.
O discurso é repetido pela atriz: “Tive pouco tempo para me preparar.
Só me disseram que poderia acontecer. Jamais trataria qualquer questão
religiosa com desrespeito. Até porque, sou super-religiosa. Tenho muita
fé”, disse, alertando que apesar do cuidado com a delicada questão, não
deixará de fazer piadas: “Mesmo não desrespeitando eu não perderia o
humor. Cabe entender que o humor não é desrespeito, mas pode parecer”,
ponderou.
A conversão da personagem virá, segundo a atriz, de um vazio
existencial: “A Valdirene, apesar de ser periguete, tem uma angústia, um
vazio que quer preencher de alguma forma. Mas não sei qual será o
caminho dela até a igreja. Por mais que seja comédia, eu estou sempre
com essa dor de uma rejeição, de um sonho não realizado, de alguém que
quer ser feliz e não consegue”.
A atriz disse ainda entender o que levará a periguete a se converter:
“O caminho dela é essa dor de alguém que está tentando sobreviver da
maneira que acha certo e não consegue. Isso gera angústia. A religião
traz esse conforto. Quando estou mal, eu me apego ali. Não tenho uma
religião definida, mas tenho muita fé. Já frequentei várias vezes
igrejas evangélicas, assim como já frequentei a Igreja Católica. Minha
religião é Deus”, disse, demonstrando identificação com a personagem, e
revelando ser avessa à badalação: “Eu rezo todos os dias, medito. Meus
amigos até me zoam, dizem que posso beber pois não é pecado. Sou super
careta, não bebo há anos, não fumo, quase não saio. Saí no sábado e me
senti jovem. Tenho 30, mas sou bem senhorinha. As pessoas falam que
saíram e beberam muito. Eu fico na casa dos amigos compondo música. Eu
estou na fase mais mãe, pronta para parir um filho”, contou.
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