Um juiz no Paquistão autorizou que a jovem cristã Rimsha Masih fosse
liberada sob fiança nesta sexta-feira (7). Rimsha foi acusada de
blasfêmia por queimar textos sagrados do Corão, segundo informações da
imprensa local. A menina tem entre 11 e 16 anos, é analfabeta e sofre de
problemas mentais. O caso mostrou o nível de perseguição e violação dos
direitos humanos no país islâmico.
A jovem foi detida há três semanas depois de acusada por vizinhos do
bairro onde mora em uma periferia de Islamabad. Segundo relatos de um
vizinho, a menina queimou páginas do Qaida Nurani, um livro de
instruções para aprender a ler o Corão destinado a crianças
Para o advogado de Rimsha, tanto ela quanto sua família continuam sob
séria ameaça de serem atacadas por fundamentalistas radicais após a
libertação. De acordo com a Veja, no Paquistão é comum que acusados de
blasfêmia sejam agredidos e até assassinados por radicais, assim como
seus familiares.
A fiança foi estipulada em 500.000 rúpias (cerca de 11.000 reais). O
presidente da Liga Ecumênica do Paquistão, Sajid Ishaq, disse que a
família não tem condições de pagar a quantia. Mas com a repercussão
mundial do caso, ele diz que várias organizações já se mostraram
dispostas a colaborar.
Caso a saída da menina seja declarada de forma oficial, a prioridade será sua segurança.
Mas ele acredita que isso não será um problema, pois “há várias
organizações que já se mostraram dispostas a colaborar”. Ele ainda
afirmou que, assim que for declarada de forma oficial a saída da menina
da prisão, a prioridade será sua segurança.
O caso sofreu uma reviravolta
no final de semana passado quando o imã (líder religioso) de uma
mesquita foi preso por plantar provas contra a menor. Ele próprio teria
colocado folhas arrancadas do livro na bolsa que continha as cinzas de
papéis queimados pela menina.
O caso chamou a atenção de organizações de direitos humanos e de diversos governos ocidentais.
No Paquistão, as acusações de blasfêmia, são manipuladas por líderes
religiosos como forma de amedrontar minorias, especialmente os cristãos.
O país tem 180 milhões de habitantes; destes, somente 5 milhões são
cristãos.
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