domingo, 26 de dezembro de 2010

kenneth E.hagin e necessário que os cristãos sofram?? capitulo 2





Cristãos Que Sofrem Desnecessariamente
Em João 15.20 está escrito: Lembrai-vos da palavra que eu
vos disse: Não é o servo maior do que seu senhor. Se me
perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se
guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.
Jesus nos informa aqui que sofreremos perseguições neste
mundo. Mas muitas pessoas sofrem desnecessariamente por causa
das suas próprias transgressões.
Houve, por exemplo, uma senhora na minha igreja nos idos
de 1939, que estava muito jovem no Senhor. Certo domingo de
manhã, enquanto eu cumprimentava as pessoas depois do culto,
ela me disse: “Não há absolutamente nada que consigo fazer com
os meus filhos. Simplesmente os entreguei ao Senhor”.
Os filhos mais velhos dela eram adolescentes, com 14 e 15
anos de idade. Os mais jovens, com 8 e 9 anos, estavam sempre
com ela na igreja. Mas os mais velhos estavam correndo pelas ruas
durante o horário do culto.
Eu disse a ela: “Irmã, você não pode entregá-los ao Senhor”.
Ora, sei que depois de os filhos crescerem e saírem de casa,
podemos encomendá-los aos cuidados do Senhor. Mas enquanto
estão debaixo da nossa jurisdição, somos responsáveis por eles.
Falei com aquela muIher: “O Senhor lhe deu seus filhos e Ele
ensinou-lhe o que fazer com eles. Você não o está fazendo. A Bíblia
diz, a respeito dos filhos: ...criai-os na disciplina e na admoestação
do Senhor (Ef 6.4). E também: Ensina a criança no caminho em que
deve andar, e ainda quando fôr velho não se desviará dele (Pv
22.6)”.
Acrescentei. “Vou contar-lhe a verdade a respeito. Se você
não conseguir trazer seus filhos para a Escola Dominical e a igreja,
seu filho mais velho acabará indo para o Juizado de Menores e sua
filha de 14 anos acabará tendo um filho ilegítimo”. Não sei por que
falei aquilo, mas simplesmente brotou dos meus lábios.
Cerca de um ano depois de eu lhe dizer isto, as coisas
aconteceram assim. O moço acabou sendo condenado a ficar num
reformatório para menores, e a moça acabou ficando grávida.
Numa situação daquelas, certamente não devemos ir falar à
pessoa: “Bem que eu lhe avisei!” O diabo já está acossando a
pessoa por causa do seu erro. Ela está sofrendo — não imagine o
que isto não fará sofrer uma mãe amorosa. Mas era sofrimento
desnecessário. Não era o caso de sofrer por amor de Cristo. Era
sofrimento por causa da ignorância e da tolice. Ela não quis escutar
o conselho de Deus.
Graças a Deus, porém, porque Ele é misericordioso. Deus foi
poderoso para ajudar aquela família querida. Na ocasião em que
isto aconteceu, o marido não era salvo. Mas depois foi salvo, bem
como a moça com o filho ilegítimo. Ela ficou com o nenê, e acabou
casando-se com um jovem crente cheio do Espírito. Criaram filhos,
e minha esposa e eu os visitamos alguns anos mais tarde.
A essas alturas, eram fiéis e fervorosos para o Senhor.
Lembro-me que aquela mãe disse: “Meu genro tratou aquele filho
ilegítimo como se fosse dele mesmo. Ninguém percebia distinção
alguma”. Ela me disse: “Quem dera eu tivesse escutado seus
conselhos, Irmão Hagin. Mas eu era nené na fé cristã. Quase não
tinha o bom senso suficiente para sair da chuva”.
Ela contou à minha esposa e a mim que o menino passou
cerca de seis meses no reformatório. Começou a Segunda Guerra
Mundial e, de alguma maneira surpreendente, foi alistado nas
Forças Armadas. “A pessoa que tem antecendentes criminosos não
pode entrar nas Forças Armadas,” disse ela, “mas de alguma
maneira foi cancelada a ficha contra ele”. Chegou finalmente a ser
um capitão na Força Aérea, e já passou muitos anos na carreira
militar. Ele com sua família foram salvos, receberam a plenitude do
Espírito Santo, estavam firmes na igreja, e cheios de zelo pelo
Senhor.
Aquela situação, portanto, tornou-se favorável. Se você crer
em Deus e confiar nEle, Ele pode transformar totalmente qualquer
situação para Sua própria glória.
Mas a lição que quero apontar aqui é que essa mulher sofreu
grandemente. Não é, porém, aquele o tipo de sofrimento de que a
Bíblia está tratando. Ela foi esbofeteada e sofreu por causa das
suas falhas e dos seus fracassos.
Penso muitas vezes nas lágrimas que derramamos. Em
noventa por cento das ocasiões, são lágrimas de egoísmo. A maior
parte das lágrimas derramadas nos enterros não é por amor à
pessoa que voltou ao lar celestial para ficar com Jesus. Pelo
contrário, as pessoas estão pensando em si mesmas: “Coitadinha
que sou; que vou fazer?”
Em certa ocasião um ministro de muito destaque no
Evangelho Pleno — era um supervisor regional — foi para o lar
celestial para estar com o Senhor. Era bastante mais idoso do que
sua esposa, e ela ficou abalada de tristeza. Minha esposa e eu
fomos visitá-la, e ela estava virtualmente fora de si. Fi-la sentar-se
num sofá e disse: “Afinal, você passou um bom número de anos
juritamente com ele no ministério”. Ela não passava de uma moça
quando se casaram, e ele já tinha mais de 30 anos de idade. Eu
disse: “Ele já viveu toda a sua vida, e foi para o céu ficar com
Jesus”. Comecei a ler as Escrituras para ela.
Você entende: a Bíblia diz que a Palavra e o Espírito
concordam entre si. E o Espírito Santo aplica as Escrituras para
consolar as pessoas. Comecei a ler: Ora, de um e outro lado estou
constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é
incomparavelmente melhor (Fp 1.23). Perguntei: “Para onde ele
foi?” Ela respondeu: “Ele está com Cristo”. Perguntei: “Então, por
que você está chorando?” Ela respondeu: “Náo sei o que vou fazer”.
Eu disse: “Veja bem como está a situação: você está apenas
pensando em si mesma. Se você tivesse um filho e este lhe
telefonasse, dizendo: ‘Mamãe, a companhia onde trabalho me
promoveu, e estou recebendo um aumento de cem mil dólares por
ano’, você não ficaria contente? Você não começaria a chorar. Você
começaria a se alegrar. Ele recebeu um aumento. Paulo disse: ‘o
morrer é lucro’”. Antes de eu acabar de falar, ela estava clamando a
vitória. Seu rosto iluminou-se. Esquecera-se de si mesma.
Dentro em breve, uns outros ministros chegaram de carro. As
vezes sinto-me zangado com aqueles ministros que não contam ao
povo aquilo que a Bíblia diz. Já podíamos ouvir aqueles homens
chorando ao saírem do carro. Vieram ao encontro dessa viúva,
dizendo: “O que vamos fazer agora?” A gente quase imaginaria que
Jesus tivesse morrido.
Os pastores logo a reduziram às lágrimas e à aflição. Eu
disse: “Sabem, o Senhor não morreu. Vocês estão todos falando a
respeito de o que vamos fazer agora? Vocês ainda têm Jesus.
Vocês ainda têm o Espírito Santo. Ele vai dar a vitória”
Todo o rebuliço que sofreram foi causado por eles mesmos.
Até eu conseguir endireitar as coisas, af chegava outro carro cheio
de pregadores. Às vezes, se... a gente conseguisse ver-se livre dos
pregadores, já teria a vitória! Você entende do que estou falando,
não é? Refiro-me àqueles que propagam dúvida e descrença.
Em três ocasiões em seguida consegui levar essa mulher de
volta à Palavra, e cada vez ela começava a clamar glórias. Minha
Esposa e eu fomos para nossa próxima campanha de reavivamento
num outro estado. Gostaria de ter ficado para acompanhar o
enterro, mas minha campanha já tinha sido anunciada
publicamente. No dia em que começou a campanha, que foi o dia
de’ pois do enterro daquele pastor, a viúva nos telefonou numa
chamada inter-estadual.
Ela disse: irmão Hagin, fale comigo; diga aquilo de novo, O
único consolo que recebi foi de você. Todas as outras pessoas me
desmontam e me despedaçam”. Falei para ela de novo o versículo
bíblico. Ela sabia que estava na Bíblia, mas queria ouvi- lo de novo.
Ela disse: “Eu poderia lê-lo sozinha, mas me sinto ajudada
quando ouço você falá-lo”. Minha esposa e eu conversamos com
ela na linha inter-estadual durante cerca de 45 minutos ou uma
hora.
Aquela chamada foi numa terça-feira, e na quinta-feira da
mesma semana ela chamou de novo. Disse: irmão e Irmã Hagin,
posso viajar até aí e ficar com vocês durante a campanha?”
Dissemos: “Pois não; venha para cá”. Aquela campanha durou três
semanas. Ela chegou na sexta-feira, e passou conosco as duas
semanas restantes.
Ela ficou tão feliz durante as campanhas — só sorria e
desfrutava as bênçãos de Deus, Ela disse: “Vou ser honesta com
vocês. Minha própria gente não me ajuda — simplesmente me
abalam. Começam a chorar e então eu começo a chorar. Mas
quando fico perto de vocês, clamo a vitória. Prefiro gritar glórias a
chorar. Sinto-me melhor gritando”.
Dissemos a ela que estávamos contentes com a companhia
dela, e finalmente ela disse: “Acredito que agora estou
suficientemente forte”, Voltou para o estado onde morava.
Depois daquela campanha, fomos para outra, e depois
voltamos para casa. Ela nos telefonou e disse: “Posso pegar um
vôo para o Texas e passar uns dias com vocês? Aqui onde estou,
todas as pessoas falam de modo tão negativo! Nunca tinha
percebido antes como é o ambiente. Todas as pessoas que me
vêem dizem: “Oh, coitadinha! O que vai fazer?” Dissemos-lhe: “Pois
não, venha para cá. Teremos prazer em tê-la conosco”.
Se não conseguimos colocar nada de bom dentro das
pessoas, pelo menos não tiremos delas aquilo que têm. O diabo já
está cuidando dessa parte. Não fiquemos, pois, do lado dele.
Alguns ministros da denominação do Evangelho Pleno à qual
essa mulher pertencia ficaram sabendo que ela estava conosco, e
queriam vir também. Ao descerem do carro (e já fazia quatro meses
que o referido pastor partira para estar com o Senhor) podíamos
ouvi-los chorando. Depois, aquela mulher disse à minha esposa:
“Gostaria de que eles não tivessem vindo. Eles me deixam
totalmente abatida de novo”.
Conseguimos reanimá-la. Mas o que quero dizer com isso é
que 90 por cento das lágrimas que derramamos são egoístas.
Assim acontece mesmo entre os cristãos. Boa parte dos
sofrimentos e das mágoas que as pessoas passam é realmente o
resultado das suas próprias ações errôneas. Não quero dizer
necessariamente que pecaram. Mas meramente pensar de modo
diferente daquilo que a Bíblia diz é errado. Andar na dúvida e na
descrença é errado.

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