quarta-feira, 12 de janeiro de 2011


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A UNÇÃO
BENNY HINN

Prefácio
Em meu livro anterior, Bom dia, Espírito Santo, ressaltei a
realidade do Espírito Santo como Deus, um membro da Trindade
igual aos outros dois, uma pessoa tão ou mais real do que você ou
eu. Meu propósito, naquele livro, foi familiarizar o leitor com o
Espírito, conduzindo-o a experiência com a presença dele.
Meu propósito neste volume, A Unção, é fomentar esse belo
relacionamento que prossegue, norteando o leitor quanto à
realidade do poder de servir ao Senhor Jesus Cristo de acordo com
a sua chamada particular para o leitor. Esse poder consiste na
unção do Espírito Santo, conforme foi prometido por Jesus, após a
sua ressurreição: “... Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o
Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas...” (At 1.8. V. R.).
Penso que todos concordamos que, se já houve um tempo
em que o Corpo de Cristo precisou de poder, este é o tempo.
Somente o prodigioso poder do Deus Todo-Poderoso pode fazer
retroceder a maré do pecado e das enfermidades, que está
inundando o mundo em todos os continentes.
A fraqueza não é a nossa herança como crentes; mas muitos
dentre nós se tem conformado diante dessa situação. Todavia, a
Bíblia afirma que nosso testemunho de Cristo pode ser confirmado
“com os sinais” (Mc 16.20).
O cumprimento dessa promessa é o propósito da unção do
Espírito, e equipar o leitor crente com esse tesouro oculto é o
propósito deste livro.
Primeiramente, deve haver a presença, e mais tarde
aparecerá a unção. A unção não é a mesma coisa que o batismo no
Espírito Santo, ‘embora este seja fundamental. A unção é o poder,
o poder de servir a Deus. O leitor reconhecerá, sem qualquer
sombra de duvida, quando a presença do Espírito Santo de Deus
descer sobre a sua vida, pois então usufruirá de uma doce
comunhão. E também reconhecerá prontamente quando ele lhe
tiver conferido poder espiritual, mental e físico, a fim de batalhar
contra os demônios e as enfermidades.
Não se engane quanto a isso: Deus quer que você tenha esses
dois grandes dons espirituais. E isso tornar-se-á uma realidade em
sua vida, conforme você for avançando na leitura.
Momentos transformadores de sua vida esperam por você,
mais adiante. Que o Senhor o abençoe a cada dia, enquanto você
avança, passo a passo. Servimos a um admirável e poderoso Deus!
1. Desastre em Detroit
Eu estava deitado em meu quarto de hotel, em Detroit.
Estava descontraído, orando tranquilamente e adorando ao
Senhor. Era uma noite de sábado, no ano de 1980. O relógio
marcava meia-noite, e eu deveria pregar na manhã seguinte e logo
mais, à noite, em uma igreja situada assim que se saia da cidade.
Após alguns poucos momentos, a presença de Deus entrou
no quarto, com potencia tal que as lagrimas começaram a rolar
pelas minhas faces abaixo, enquanto eu era arrebatado pela sua
gloria. A presença – a maravilhosa presença do Espírito Santo que
tinha revolucionado de tal maneira a minha vida, anos atrás – era
tão patente que me desliguei de tudo. Antes que eu me desse
conta, já eram duas horas da madrugada, e eu continuava orando.
Na manhã seguinte, levantei-me rapidamente, sentindo-me
descansado e forte, e orei de novo, antes de partir para a reunião.
Tive consciência de que aquela oração matutina nada teve de
extraordinário, nem se parecia com o que eu tinha experimentado
na noite anterior. Mas, de fato, teria sido difícil igualar-se com a
oração daquela ocasião.
Fui para a reunião, e, chegado o momento certo, comecei a
pregar. Abri a boca para dizer as primeiras palavras, e uma nuvem
de gloria desceu sobre o edifício. Era como se a gloria shekinah – a
avassaladora presença do Deus Todo-Poderoso – tivesse chegado.
Era uma presença densa, tão densa que quase não podia me
mover.
As pessoas começaram a chorar. Enquanto eu falava,
algumas pessoas caíram de seus assentos no chão. Elas se
encolhiam e soluçavam. A reação delas era algo notável. O que
estaria acontecendo?
Foi então que fechei os olhos e proferi a palavra: Jesus.
Vuuu! A presença e o poder de Deus varreram o auditório de
uma maneira maior ainda do que antes, e as pessoas, por toda
parte, se comoveram. Não percebi uma só pessoa que não tivesse
sido visivelmente tocada.
Um homem, que estava a meu lado, disse: “Nunca senti a
presença de Deus como a estou sentindo neste momento”.
Lagrimas rolavam pelo seu rosto.
Eu sabia que ele estava com razão. Nunca antes eu havia
sentido tão poderosamente, em um culto, a presença e a unção do
Espírito Santo.
Interrupção para o almoço
Terminada a reunião, estava marcado que eu almoçasse na
casa de uma prima, que residia em Detroit. Eu não a via já fazia
algum tempo, e tinha esperado muito por aquele almoço em
companhia dela.
Minha prima e seu esposo vieram receber-me quando
cheguei, e nos sentamos juntos a mesa, depois de nos termos
saudado calorosamente, renovando a nossa amizade antiga.
Tivemos um almoço delicioso, e a nossa conversa foi vivida e
agradável.
De súbito, quando ainda estávamos a mesa, almoçando, senti
o toque do Senhor em meu coração. Eu já conhecia bem aquele
sentimento. Ele me estava convidando gentilmente: “Vai orar”.
Tomei um choque e respondi em meu coração: “Senhor, não
posso deixar a mesa agora. Estou almoçando com essas pessoas.
Nem ao menos guiei o carro até aqui. O hotel fica a quarenta e
cinco minutos de distancia, e não tenho como chegar lá agora.
Além disso, como eu poderia levantar-me e ir-me embora bem no
meio do almoço?”
Silencio.
Terminou o almoço, e o homem que me tinha trazido de
automóvel levou-me de volta ao hotel. Mas eu estava tão exausto
que, quando cheguei ao meu quarto, acabei dormindo um pouco.
Quando cheguei ao culto, naquela noite, a multidão era o
dobro do que tinha aparecido pela manhã. O poder de Deus tinhase
manifestado de forma tão impressionante que as pessoas
continuavam muito excitadas, cheias de antecipação acerca do
culto da noite. Como sucederia naquela noite, se a reunião matinal
havia sido tão poderosa?
Foi tudo diferente
Levantei-me para pregar, mas, quando abri a boca, nada
aconteceu – alem de meras palavras. Não havia a presença. Não
havia nenhuma avassaladora unção do Espírito. Não havia poder.
Fiquei debatendo-me. Eu nem sabia o que fazer em seguida.
Podia observar, mediante as expressões de suas fisionomias, que
muitos estavam indignados o que teria acontecido. A verdade era:
Nada estava acontecendo.
Apenas algumas horas antes, eu tinha simplesmente dito a
palavra Jesus, e o poder de Deus invadira o auditório. Pessoas
tinham sentido o toque de Deus, chorando em sua presença. Mas
agora... Eu estava dizendo tudo quanto eu podia pensar, mas coisa
alguma estava sucedendo.
Finalmente, o culto terminou. Fora um desastre!
Penso que não poderia ter voltado mais depressa a meu
quarto de hotel. Corri para o interior do quarto, fechei
rapidamente a porta e a tranquei. Que alivio! Aquela reunião
parecia ter durado uma eternidade.
Sentei-me na beira da cama e em minha mente repassei toda
aquela provação. Eu estava confuso e atônito. “Deus, o que
aconteceu? Ainda hoje de manhã a tua presença foi tão dominante
e o teu poder foi tão grande que eu quase não podia manter-me de
pé em meio a tua gloria. E as pessoas ficaram comovidas até as
lagrimas.”
As palavras continuaram borbotando de minha alma. “Foi
como no céu. No entanto, hoje à noite... O que houve de errado?
Por que o culto foi tão estéril? Tão vazio da tua presença?”
finalmente calei-me. E a voz suave e gentil do Espírito Santo
sussurrou: “Lembra-te da hora do almoço, quando eu estava
contigo, dizendo: vai orar? Mas preferiste ficar com a tua prima.
Deste a tua prima e ao marido dela o lugar que cabe a mim. Tu os
puseste adiante de mim”.
Muito quietamente, mas também na defensiva, respondi:
“Mas Senhor, eu não podia afastar-me. O que minha prima teria
pensado de mim?”
A voz, que continuava suave e gentil, manifestou-se de novo:
“Isso faz parte do preço, Benny. Estás disposto a pagar o preço
pela unção?”
Já me tinha sido dito
Sim, há poder na presença do Espírito Santo, acerca do que
escrevi no livro Bom Dia, Espírito Santo. E também há poder
naquela unção que quero ensinar a você, leitor, neste livro. E,
igualmente, há um preço que precisamos pagar para obter e reter
essa unção. Aquele episodio em Detroit, repito, impressionou-me
profundamente com todos esses três fatos. A presença do Espírito
Santo leva-nos a viver no poder da unção, se estivermos dispostos
a pagar o preço da obediência.
Kathryn Kuhlman, que foi personagem tão importante na
apresentação do Espírito Santo e das verdades tanto da presença
quanto da unção do Espírito em minha vida, já me tinha falado
sobre “o preço”. Ela também já tivera de pagar o preço.
De igual modo, jamais me esquecerei dos encontros que tive
com um crente inglês que era dotado de uma tamanha unção do
Espírito em sua vida. De cada vez que me aproximava dele, as
minhas pernas tremiam. Algumas vezes eu me sentia fisicamente
debilitado, só de olhar para ele.
Um dia, orei: “Senhor, que a tua unção que deste a ele
também esteja sobre mim”.
E foi então que o Senhor retrucou, em meu coração: “Paga o
preço, e eu te darei a mesma unção”.
“E qual é o preço?”, indaguei.
A resposta não foi dada de pronto. Mas um dia, de súbito, a
resposta foi dada pelo Espírito Santo. Ele me mostrou a resposta
em Atos 4.13, V. R.: “Então eles, vendo a intrepidez de Pedro e
João, e tendo percebido que eram homens iletrados e indoutos, se
admiravam; e reconheciam que eles haviam estado com Jesus”.
Essa é a chave – ter estado com Jesus – por muitas vezes e
constantemente, e não apenas alguns minutos por dia, e nem
apenas ocasionalmente. Em Detroit, eu tinha estado com Jesus em
um sábado à noite, mas eu me recusara a estar novamente com ele
mais tarde, quando ele me acenou para fazê-lo.
A presença e a unção. Conforme você for lendo, aprenderá
como o Espírito Santo pode conduzi-lo a experiência da plenitude
e do poder da Deidade em sua vida, a cada dia e todos os dias.
Uma vez que perceba o que a unção divina tem em reserva para
você, experimentando a profundeza e a rica realidade daquele
toque precioso, você nunca mais será a mesma pessoa.
2. O Mais Valioso Dom
“Como crente, o que você mais valoriza?”
Pessoas me vêm fazendo essa pergunta durante anos. E a
cada vez a minha resposta é a mesma. Excetuando a minha
salvação, o que mais valorizo é a unção do Espírito.
A palavra unção talvez não seja familiar para alguns crentes.
Este livro pretende mudar isso.
Conforme escrevi em meu volume anterior, Bom Dia, Espírito
Santo, nunca mais fui o mesmo homem desde que, pela primeira
vez, Deus agraciou a minha vida com a preciosa Unção de seu
Santo Espírito. Essas ultimas três palavras revestem-se de
importância capital. A unção do Espírito Santo. Trata-se de algo
efetuado pelo Senhor Jesus Cristo. Ninguém mais pode nos dar
essa unção.
Tendo passado por aquele glorioso encontro, sobre o qual
discutirei no próximo capitulo, agora prefiro morrer a passar um
dia sem o resultado dele. Isso pode parecer uma atitude dramática
em nossa época de “egoísmo” e humanismo; mas exprime uma
grande verdade. Minha oração constante é simplesmente esta; e
acredito que também passará doravante a ser a oração do leitor:
“Deus, por favor, nunca retires de mim a tua unção. Eu prefiro
morrer a enfrentar o futuro sem o teu toque em minha vida. Que
eu nunca passe um dia sem a unção do teu Espírito Santo”.
Aquilo que Deus me tem ensinado acerca desse toque
especial da unção, tem-me levado a estourar mais ainda o meu
relacionamento com o nosso sempre presente companheiro, o
Espírito Santo. Agora sei que existem vários tipos de unção, e
explorarei essa questão nos capítulos que ficam mais adiante neste
livro. E também sei que é possível para mim esquecer-me de meu
Senhor e perder esse relacionamento intimo que aprecio com todas
as fibras de meu ser. Mediante um ato da vontade, posso voltar as
costas para ele e alienar a mim mesmo da comunhão com ele. Mas
nunca farei tal coisa. Conforme já afirmei, prefiro morrer a perder
esse seu precioso toque.
Minha meta é aprofundar mais ainda o meu relacionamento
com Deus e crescer até atingir uma maior dimensão da unção.
Pois, a despeito das inacreditáveis experiências que ele me tem
conferido, sei que ele tem mais ainda, no futuro, para os seus
filhos. E quero compartilhar com você, leitor, essas incríveis
aventuras.
Caro amigo, quero que saiba que Deus tem um toque
especial para sua vida no dia de hoje. É conforme tenho
proclamado diariamente em meu programa diário de televisão:
“Esse é o seu dia”. Esse dia pode ocorrer hoje e todos os dias de
sua vida, se você assim desejar, um dia da realidade do Espírito
Santo em sua vida – a unção.
Seu Desejo Pode Ter Cumprimento
Talvez você se assemelhe a tantos outros crentes que me têm
dito: “Benny, desejo experimentar o poder de Deus em minha
vida, mas realmente não sei como fazer isso acontecer. Amo a
Deus e sei que ele me ama, mas anelo por um relacionamento mais
profundo e intimo com ele. Não quero saber a respeito dele; mas
quero conhecer a ele, bem como experimentar regularmente a
realidade do seu poder”.
Fique certo de que o seu desejo pode ter cumprimento. O
Senhor tem ouvido você clamar. A primeira coisa que ele quer que
você saiba é que ele deseja intensamente que os seus filhos – todos
eles – experimentem a sua presença, não somente uma ou duas
vezes, mas todos os dias. Ele anseia que você conheça não somente
a sua presença, mas também a comunhão com ele e o seu poder.
No entanto, meu amigo, você não poderá conhecer o poder
da unção de Deus enquanto não tiver experimentado primeiro a
presença de Deus. Muitos crentes têm entendido erroneamente o
sentido real e a essência da “unção”. Eles pensam que se trata de
alguma experiência “tola”, muito mais uma questão de
sentimentos, e, em conseqüência, de pouca duração. Mas quando a
unção do Espírito descer sobre a sua vida, então toda a confusão se
evaporará. E você verse-a transformado para sempre.
Lembro-me claramente da primeira vez em que senti aquele
poderoso rio inundaste, poderoso e caudaloso da unção do
Espírito, que perpassava por mim. Era como se eu estivesse
envolvido em um cobertor de seu amor. Foi algo inconfundível. O
calor de sua presença me cercou. As coisas ao meu derredor como
que recuava para as sombras, enquanto eu me aquecia na presença
do Espírito Santo. Não havia como enganar-me acerca de quem ele
era. Fui assoberbado pelo amor de sua proximidade. Sentia uma
paz total, ao mesmo tempo que explodia de êxtase.
Você também pode conhecer a Deus com essa profunda
intimidade, ao experimentar a unção e o poder do Espírito – hoje,
amanhã e sempre.
Você Já Morreu Para o Seu Próprio “Eu”?
Somente quando abandonamos o próprio “eu”, esvaziandonos
totalmente, podemos ser cheios da presença de Deus. Então, e
somente então, podemos ver cumprido o trecho de Atos 1.8 – a
promessa de poder, sobre a qual discutirei mais adiante – em
nossa vida. Pois quando a presença do Senhor nos envolve, então o
seu poder pode começar a derramar-se sobre nós.
Neste livro, falarei a meu leitor sobre a morte para o próprio
“eu”, algo que soa tão ameaçador e impossível. E também
mostrarei como vim a experimentar, pela primeira vez, a unção do
Espírito, e como aquele momento revolucionou minha vida.
Conforme escrevi em Bom Dia, Espírito Santo, as coisas mudaram
radicalmente para mim. Meu relacionamento com o Espírito de
Deus tem-se aprofundado constantemente desde aquele primeiro
dia. Agora, ele faz parte de minha existência a cada dia e a cada
hora. Nunca começo uma manhã sem convidá-lo a vir a capacitarme
a andar com ele durante todo aquele dia.
Também é importante que você entenda que o Espírito do
Senhor está vitalmente interessado em cada aspecto de nossa vida.
Ele não divide as coisas em espirituais e seculares. Para ele não
existem coisas seculares. Ele quer estar – e realmente está –
envolvido em todas as coisas que dizem respeito a nossa vida.
Na primeira parte deste livro, falarei a você sobre a pessoa
divina chamada Espírito Santo. A grande maioria dos crentes
conhece tão pouco dele, e, no entanto, ele é Deus. Eles o ignoram,
nunca falando com ele, nunca lhe pedindo que venha fazer parte
de sua vida minuto a minuto. Parecem preferir continuar rogando
e implorando; então ficam irritados, por não receberem respostas.
Quão errado é tudo isso. Afirma a Bíblia: “Chegai-vos a
Deus, e ele se chegará a vós...” (Tg 4.8). É chegado o tempo de você
fazer isso. É chegado o tempo de você dizer: “Aqui estou, Espírito
Santo. Vem. Vem andar comigo. Ajuda-me a receber o que o Pai
tem para mim. Ajuda-me a ouvir o que o Senhor está dizendo”.
Quando alguém diz: “Vem, Espírito Santo”, então cessa o
caos e a confusão da vida no mundo. As trevas transmudam-se em
luz. Seu coração vazio é replenado, e seus ouvidos são abertos para
que possa ouvir a voz do Pai. Porquanto a voz de Deus far-se-á
ausente para você sem a presença circundante do Espírito.
Talvez você indague: “Por que o Espírito Santo, visto que ele
é Deus e sabe todas as coisas, não nos ajuda e não nos dá aquilo de
que precisamos?”
A resposta a essa pergunta é que ele é um perfeito
cavalheiro, e nunca se intromete em nossa vida contra a nossa
vontade. Mas no instante em que você lhe disser: “Espírito Santo,
ajuda-me a receber aquilo que estou pedindo”, ele virá para ajudálo
a receber, por intermédio de Jesus, aquilo que você tiver
pedindo da parte do Pai. Como você deve estar percebendo, ele
quer ter comunhão e companheirismo com você. Ele está
procurando manter um relacionamento minuto a minuto,
mediante o qual você poderá ter, efetivamente, a mente de Cristo
(ver 1 Coração 2.16).
Quando o Espírito Santo torna-se uma realidade em nossa
vida, ele prove uma avenida através da qual pode fluir a unção, o
poder.
Você está lembrado quando Pedro, Tiago e João estavam em
companhia do Senhor, no momento da Transfiguração (Mt 17.1
ss.)? Uma nuvem os envolveu. O que seria aquela nuvem? Era o
Espírito Santo. Quando lemos no antigo Testamento a respeito da
nuvem que descia sobre o tabernáculo (Ex 40.34), estamos lendo
sobre o Espírito Santo.
De igual modo quando Jesus subiu ao céu, quarenta dias
depois de haver ressuscitado, uma nuvem o recebeu (At 1.19).
Novamente, era o Espírito Santo. Por semelhante modo, quando
Jesus voltar, ele estará envolto pela mesma nuvem (At 1.11).
Naqueles casos em que o Senhor falou, de onde procedia a
voz? Procedia da nuvem. O Espírito Santo é aquele que torna
audível e clara a voz de Deus em nosso coração.
Se você ainda não experimentou um andar diário no qual
todas essas coisas são uma realidade em sua vida, é porque você
ainda precisa compreender o que são a presença de Deus e a sua
unção. Não pretendo limitar Deus e nem o que ele fará em sua
vida; mas sei que, quando você receber a presença do Espírito,
acontecerão sete coisas notáveis em sua vida, todas elas referidas
no oitavo capitulo da epístola aos Romanos. Essas coisas, por si
mesmas, são dignas de toda a nossa busca:
Você será liberado do pecado. Você, tal como tantos outros
crentes, deve ter lutado quando alguma área de sua vida, que não
tem podido dominar durante anos. A Bíblia ensina que você não
será libertado da lei do pecado, enquanto não estiver seguindo o
Espírito.
A retidão passará a fazer parte natural de sua vida, quando
você aprender a “andar no Espírito”. Você não precisará fazer
algum esforço hercúleo. Seu esforço em busca da retidão cederá
lugar a um fluxo permanente e fácil.
Sua mentalidade será transformada. Você será liberto da
fixação mental sobre “as coisas da carne”, mas, ao contrario,
haverá de pensar nas “coisas do Espírito”.
Você sentir-se-á totalmente em paz. Porquanto Paulo ensina
que a inclinação do Espírito “é vida e paz”.
Você será curado da cabeça aos artelhos. Porquanto “Aquele
que dos mortos ressuscitou a Cristo também revificará os vossos
corpos mortais”, algo que a grande maioria dos membros do
Corpo de Cristo precisa desesperadamente.
Você receberá a morte total para o “eu” e a plena vida de
Deus. Porquanto Paulo disse que “se pelo Espírito mortificardes as
obras do corpo, vivereis”.
Você receberá intimidade com o Pai, quando, por meio do
Espírito, você contemplar a sua face, a fim de dizer-lhe: “Abba, Pai
– papai”.
Acima de tudo isso, você receberá poder para servir ao Todo-
Poderoso. E depois de ter-me encontrado pessoalmente com tantos
crentes, em cruzadas de milagres por todo o nosso país, sei que
você também está faminto disso – disposto a pagar o preço,
mencionado no primeiro capitulo deste livro.
Sinto-me transbordante por ser capaz de compartilhar com
você essas experiências e esses discernimentos. Porquanto sei que
a presença do Espírito Santo e a unção, multiplicadas entre os
milhões de crentes que existem no mundo, será a maneira por
intermédio da qual o Senhor haverá de alcançar as almas
necessitadas do mundo, nestes nossos dias. Oro para que você se
sinta tão entusiasmado sobre tudo como eu mesmo me sinto.
3. No Princípio
Sentado no piso de meu dormitório, naquela noite de
dezembro de 1973, fiquei lutando com as palavras que tinha
ouvido poucas horas antes. Palavras misteriosas. Palavras fortes.
Por que será que eu não ouvira antes palavras assim?
Eu deveria estar exausto, pois eram mais de onze horas da
noite, e eu estava de pé desde bem antes da alvorada. Porem,
minha mente não parava de percorrer, precipitadamente, todos os
eventos daquele dia que me tinha abalado a vida.
Um amigo me tinha levado a uma reunião, em Pittsburgh,
dirigida por uma evangelista dotada do dom de curas, a quem eu
conhecia bem pouco. O nome dela era Kathryn Kuhlman. Vi, ouvi
e experimentei coisas em Pittsburgh que haveria de alterar para
sempre o curso de toda a minha vida.
O Senhor me havia salvado fazia então ens dois anos, e bem
recentemente eu tinha sido posto em contato com o movimento
carismatico, por parte de alguns amigos de escola. Praticamente eu
desconhecia tudo sobre a vida cristã dirigida pelo Espírito. Eu me
sentia faminto; estava desesperado. Mas até ali eu havia achado
bem pouco para nutrir a minha alma.
E agora, aquilo. O que a evangelista teria querido dizer
naquele dia?
Uma vez mais, pus-me a relembrar a reuniao dirigida por
Kuhlman. A mensagem dela tivera o titulo de “O Poder secreto do
Espírito Santo”. Lembro-me da primeira impressao que colhi
daquela dama incomum, em seu vestido branco esvoaçante,
enquanto ela quase dançava pela plataforma, flutuando como se
estivesse ligada a algum poder invisivel. Também me recordei das
vibraçoes e dos estremecimentos bastantes embaraçosos que eu
havia experimentado, durante duas horas antes e, então, por mais
uma hora durante a reuniao, para então iniciar a mais arrebatadora
adoraçao que eu julgara ser possivel. E compreendi, acima de
qualquer duvida, naquelas horas, que o Senhor estava presente. A
sua presença era inecvoca.
Minha vida de oração, até ali, tinah sido a de um crente
comum, serio. No entanto, naquelas poucas horas, em Pittsburgh,
eu não estava mais falando com o Senhor, mas ele é quem estava
falando comigo. Ele estava me mostrando o seu amor; ele estava
me convencendo de sua misericordia e bondade. E que tremenda
comunhao foi aquela!
Um pouco mais tarde, olhei para cima, saindo de minha
profunda comunhao, para ver a Srta. Kuhlman que soluçava, o
rosto escondido em suas mãos. Ela estava soluçando de uma
maneira terrivel, e não demorou muito para todos se calarem. A
musica parou, os porteiros estacaram, como que gelados. Isso
continuou por alguns minutos. Um silencio de pedra.
E, então, como se fosse um relampago, ela atirou a cabeça
para tras, os olhos flamejando, incendiados! Eu nunca vira nada
parecido com aquilo. Seu ser inteiro exibia ousadia. E, então, como
se fosse um dardo, seu longo dedo indicador apontou para frente.
Parecia que ele coriscava de poder. Mas havia mais – sim, poder e
emoçao tudo relampejando daquele dedo ossudo.
Ela soluçava de novo por um momento e, então, falou. Mas
não é possivel, realmente, descrever a agonia e o drama que havia
na voz dela, embora não haja palavra mais adequada do que esta,
falou.
Ela implorou: “Por favor!” As palavras foram esticadas ao
seu limite: “Poorrr faaavvooorrr... não entristeçam ao Espírito
Santo”. E ela repetiu: “Por favor, não entristeçam o Espírito Santo!”
Ninguem se movia. E por certo também não me movi,
embora eu sentisse que o dedo dela apontava diretamente para
mim, o que me deixou bastante nervoso. E estou certo que outros
presentes sentiram a mesma coisa.
E, então, a voz dela, ainda embargada por um soluço,
continuou: “Voces não compreendem?” As palavras ficaram como
que penduradas no ar. “Ele é tudo o que eu tenho!”
Eu nem sabia de quem ela estava falando, mas gravei tudo
em minha mente.
Mas ela ainda não havia terminado: “Por favor! Não o
magoem. Ele é tudo o que eu tenho. Não magoem aquele a quem
amo!”
Momentos depois, ela apontou de novo aquele seu longo e
ossudo dedo indicador – e sei que ele apontava na minha direçao –
e, então, ela disse: “Ele é mais real do que qualquer coisa que ha
neste mundo! Ele é mais real do que vocês são!”
Descrevi a cena para você, como se ela estivesse ocorrendo
de novo, a fim de impressioná-lo com um dos mais importantes
pontos que nós, os crentes, devemos captar, sobretudo quando
vamos adquirindo a percepçao da presença da unção do Espírito
Santo. Kathryn Kuhlman estava falando sobre uma pessoa, uma
pessoa mais importante do que você ou eu – uma pessoa, e não
alguma “coisa”, uma névoa, uma energia, e nem alguma
substancia fantasmagorica, tenue e esvoaçante, acompanhada por
musica de orgaos e de harpas. O Espírito Santo é uma pessoa
dotada de personalidade, de natureza. Ele é Deus – um membro
em posiçao de igualdade com as outras duas pessoas da Deidade,
uma pessoa que contem, em si mesma, a inteira natureza da
Deidade, o Deus único e indivisivel, que operou na criaçao e que
opera na redençao e na concessao de poder. Nunca podemos
esquecer essa verdade.
Tudo quanto sabia, naquela noite de dezembro, em meu
quarto em Toronto, é que eu queria o que Kathryn Kuhlman tinha.
Sem importar exatamente o que fosse que ela quisesse dizer
quando disse: “Ele é tudo o que eu tenho!” – era isso que eu
queria.
E Ali Estava Ele
Houve alguma hora naquela noite em que me senti
compelido a orar, como se alguém me estivesse puxando pelos
pés. E as primeiras palavras que brotaram em meus lábios foram
“Espírito Santo”. Nunca antes eu havia feito aquilo. Agora é difícil
de perceber, mas você precisa lembrar que eu nunca ao menos
havia considerado que o Espírito Santo é uma pessoa a quem
podemos nos dirigir. Eu só tinha orado, até então, ao Pai e ao
Filho.
Reuni a coragem e disse: “Espírito Santo, Kathryn Kuhlman
diz que Tu és o amigo dela. Penço que ainda não Te conheço.
Antesdo dia de hoje, eu pensava que Te conhecia, mas depois
daquela reunião, percebi que realmente ainda não te conheço.
Acho que não te conheço mesmo. Poço encontrar-me contigo?
Posso, realmente, ter um encontro contigo?”
Parecia que coisa alguma tinha acontecido. Mas, enquanto eu
pensava, ainda um tanto duvidoso, olhos fechado, algo como se
fosse eletrecidade me atravessou o corpo, e eu comecei a vibrar da
cabeça aos pés, tal como havia acontecido em Pittsburgh. A única
diferença, agora, é que eu estava sentado, vestido de pijama, no
piso de meu dormitorio, na casa de meus paiss, em Toronto, e a
noite ia muito adiantada. No entanto, eu tinia com o poder do
Espírito Santo. Ele estava presente em meu dormitorio! E minha
vida nunca mais seria a mesma.
E nem a sua vida, meu amigo, será a mesma, se você agir
com base no que acabo de dizer.
Uma Liçao De Um Ano Inteiro
Minha apresentação ao Espírito tinha sido tão real que,
quando acordei, ainda bem cedo na manhã seguinte, fiz o que me
pareceu a coisa mais natural do mundo. Exclamei: “Bom Dia,
Espírito Santo”, conforme até hoje faço, a cada manhã. Ele se faz
sempre presente em nossa vida e anela por participar dela, desde
os primeiros instantes em que despertamos a cada novo dia.
Naquela primeira manhã, retornou de maneira inequívoca a
gloriosa atmosfera da noite anterior, embora não houvesse mais
vibrações ou estremecimentos, mas eu simplesmente me sentia
envolto com a sua presença.
Aquilo que deu inicio a um ano de intensas experiências com
a doce presença do Espírito, um ano de companheirismo e
comunhão, de estudos bíblicos dirigidos pelo Espírito, em que eu
ficava ouvindo aquele que a palavra de Deus descreve como
Mestre, Conselheiro, Consolador.
Em meu livro anterior, narrei os problemas que tive de
enfrentar com a minha família, depois que me converti a Jesus
Cristo. Tendo nascido em uma família grega em Israel, onde meu
pai era o prefeito de Jope, e tendo sido educado em escolas
católicas-romanas, meus familiares me lançaram no maior
ostracismo, depois que aceitei publicamente o Senhor Jesus. As
coisas chegaram a um ponto tão tenso que meu pai nem ao menos
me dirigia mais a palavra, e outros parentes escarneciam de mim
ou me ignoravam.
Isso era combinado com a minha incapacidade de falar com
fluência, por causa doe um severo caso de gaguez. Isso significava
que eu passava horas sozinho em meu quarto. Mas, depois que
tive aquele encontro com o Espírito Santo, tudo contribuiu para o
meu bem, permitindo-me deliciar-me nas incalculáveis riquezas da
presença dele.
Não demorou muito para que me tornasse parecido com a
Srta. Kuhlman, avaliando a presença do Espírito Santo em minha
vida como um tesouro mais precioso do que qualquer outra coisa.
Estou falando sobre uma percepçao que exede em importancia o
batismo no Espírito Santo, o falar em linguas e outros aspectos
normais da vida cristã carismatica, que eu já havia experimentado.
Sim, eu costumava falar em linguas, e frequentava coraçãom
fidelidade uma igreja carismatica. Mas aquela experiencia com o
Espírito foi mais preciosa do que tudo isso.
O Espírito Santo tornou-se real para mim. Ele se tornou o
meu companheiro. Quando eu abria a Bíblia, sabia que ele estava
ali comigo, como se estivesse sentado ao meu lado. Ele me
ensinava com paciência e me amava. Naturalmente, eu não
contemplava o seu rosto, mas sabia onde ele estava. E foi assim
que comecei a conhecê-lo pessoalmente.
Jesus asseverou que não abandonaria os seus discípulos –
você e eu – e nem os deixaria órfãos, mas que enviaria alguém para
estar conosco e nos guiar. E agora eu estava entendendo, em
primeira mão, que ele tinha cumprido a palavra.
O Propósito É Revelado
É imperativo que eu repita um episodio já narrado em Bom
Dia, Espírito Santo, a fim de pôr em melhor perspectiva essas
notáveis experiências e mostra que a vida cristã não tem por
finalidade ser um clube tipo “abençoa-me e dá-me”.
Após numerosas indagações feitas ao Senhor sobre por que
ele me estava permitindo experimentar a realidade de sua
presença, tive uma visão assustadora. Vi alguém, defronte de mim,
envolto por chamas e movendo-se de forma incontrolável. Seus
pés não estavam tocando no chão. Sua boca abria-se, de modo
parecido com o “ranger de dentes” referido na Bíblia.
Foi naquele momento que o Senhor me falou em uma voz
audível: “Prega o evangelho”.
Repliquei: “Mas Senhor, eu não sei falar direito”.
Duas noites mais tarde, tive um sonho. Vi um anjo que
brandia uma corrente em uma das mãos; a corrente estava presa a
uma porta que parecia encher o céu. Ele puxou pela corrente e
abriu a porta, e vi ali pessoas, até onde minha vista dava. Estavam
todas elas movendo-se na direção de um imenso e profundo vale,
e aquele vale era um inferno. Milhares de pessoas se estavam
precipitando em chamas. Os que iam mais na frente tentavam
evitar a queda, mas o resto da humanidade os empurrava,
precipitando-os nas chamas.
Novamente o Senhor falou comigo: “Se não pregares, eu te
considerarei responsável”.
No mesmo instante percebi que tudo em minha vida,
incluindo minhas inacreditáveis experiências, em meses recentes,
tinham um único propósito: impulsionar-me para pregar o
evangelho.
Uma Mudança Espetacular
No inicio de dezembro de 1974, visitando Stan e Shirley
Phillips, em Oshawa, cerca de cinqüenta quilômetros a leste de
Toronto, eu não havia contado a ninguem as minhas experiencias,
sonhos e visoes. Mas isso haveria de mudar.
Perguntei a eles: “Posso contar a vocês uma coisa?" Ambos
balançaram a cabeça, em sinal de expectaçao, e, então, derramei
diante deles o meu coração, pelo menos até onde minha gaguez
me permitiu fazê-lo. Eles mostraram-se muito pacientes e ficaram
me ouvindo por quaze tres horas.
Finalmente, Stan me interrompeu e disse com grande
entusiasmo: "Benny, esta noite você deve vir a nossa igreja, para
compartilhar essas maravilhas”.
Stan e Shirley faziam parte de um grupo de cerca de cem
pessoas chamado Siló, na Assembléia de Deus Trindade, em
Osawa. E, assim fui com eles naquela noite – cabelos longos, vestes
casuais, gaguejando, e tudo o mais. Eu não sabia o que aconteceria,
eu só sabia que o Senhor me tinha ordenado pregar o evangelho,
mas eu chegara a pensar que a pregaçao provavelmente devia ser
realizada por meio de folhetos.
Durante a primeira parte da reuniao, eu continuava não
sabendo o que havia de acontecer. Assim, fiquei muito nervoso –
temeroso mesmo. Eu ia fazer de mim mesmo um tolo, e todos
haveriam de rir de mim. Aquilo tudo era demais para mim.
Não se passou muito tempo e Stan, um cientista que
trabalhava em uma planta nuclear da area, me tinha apresentado,
e eu estava me encaminhando para o pulpito. Eu nunca me pusera
de pé por detras de um pulpito.
Stan disse-me: “Compartilhe suas experiencias”. E foi isso
que me lancei a fazer. Abri a boca, aterrorizado, mas algo tocou em
minha lingua, deixando-a um tanto dormente, e comecei a falar,
fluente e rapidamente; na verdade, rapidamente demais; e tive de
me lembrar de diminuir o meu ritmo.
Eu estava pregando o evangelho! Parecia impossivel, mas eu
estava falando clara e suavemente. E não parei.
Eu lhes disse - e quase todos eram jovens – como eu tivera
um encontro com o Espírito Santo em meu dormitorio, de como
falei com ele, fazendo-lhe perguntas ouvindo-o falar comigo
durante um ano.
Fiz uma pergunta retorica: “Como alguém pode ter um
encontro com o Espírito Santo?” Eu mesmo respondi: “De joelhos,
deitado de costas, andando pelo quarto, orando. Ninguem tem um
encontro com ele cantando algum hino”.
E pressionei um pouco mais: “Só há uma maneira de
chegarmos ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, ou seja, atravez da
oração”.
Continuei falando nesse tom por cerca de uma hora e, então,
percebi que deveria estar chegando a um final. Mas eu queria falar
sobre Moises, pois o Espírito me tinha dado um dicernimento que
continua me deixando admirado até hoje. E, de subito, fiquei de
veras ousado.
“Moises fez um pedido ao Senhor. Ora, ninguem pode fazer
um pedido assim enquanto não tiver chegado ao Santo dos
Santos”, disse eu. “Foi em um tempo quarenta dias mais tarde,
antes que ele pudesse fazer o pedido – lembrem-se que Deus havia
tocado nele, iniciando a comunhao, a adoraçao, a beleza, o extase,
a presença do Todo – Poderoso, quando Moises recebeu grande
ousadia na fé. E foi então que ele pôde pedir: ‘Mostra-me a tua
gloria’”.
“Ele havia pago o preço”, asseverei. “Moises estava dizendo:
Senhor, tenho estado aqui em cima cintigo durante esses ultimos
quarenta dias, nada mais resta de minha carne. Agora, deixe-me
ver a tua gloria! E Deus passou diante dele. E, embora tenha visto
somente as costas do Senhor, ele viu a gloria, a maravilha de
Deus”.
Baixei a cabeça e pensei: vou orar. Em meu quarto, eu
sempre me movia, como se estivesse estonteado, e chegava mesmo
a cair no chão, enquanto convidava a presença do Espírito Santo.
Isso me ensinou a procurar algum lugar seguro onde ficar de pé ou
ajoelhar-me, chegando mesmo a encostar-me contra alguma
parede. Mas eu não esperava que algo similar viesse a ocorrer em
uma reuniao publica.
Assim, levantei minhas mãos e disse: “Espírito Santo, és bem
acolhido aqui. Por favor, vem”.
Instantaneamente, o poder de Deus atingiu aquele lugar.
Pessoas começaram a chorar, e muitas cairam no chao.
“Ó Deus querido, o que faço agora?”
Voltei-me para o homem que estava dirigindo a reuniao, na
esperança que ele viria e tiraria de minhas mãos a direçao do culto.
Porem, quando me voltei e apontei na direçao dele, ele caiu para
tras bem um metro. Eu tinha tentado fazê-lo aproximar-se de mim
e, de subito, ele ficou ainda mais longe de mim. Ninguem podia
aproximar-se de mim. E foi então que me dei conta de que,
durante todos aqueles meses, naquele ano que se passara,
qualquer pessoa que tivesse estado no mesmo aposento comigo,
teria caido também sob aquele poder.
O lider fez varias tentativas para aproximar-se de mim, mas
de cada vez em que o fez, bateu contra a parede.
Finalmente, apenas falei com as pessoas. Muitas delas
estavam ajoelhadas, chorando ainda. Falei-lhes um pouco mais
sobre a pessoa do Espírito Santo. Finalmente, terminei não orando
mais.
Lemos em Isaías 10.27: “E acontecerá naquele dia, que a
carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço; e o
jugo será despedaçado por causa da unção”. E foi exatamente o
que aconteceu ali. O domínio do diabo sobre as vidas é destruído
quando nos vem a unção do alto. Esse foi o caso comigo e com a
minha língua, e assim aconteceu com aquelas pessoas, naquela
reunião.
Conforme cheguei a perceber mais claro posteriormente,
atividade “religiosa”, falar em línguas em voz alta, gemidos e
suspiros não são requisitos prévios necessários para que se revele
o poder de Deus. Na maioria das vezes, essas coisas servem de
empecilhos, porquanto procedem da carne, mas Deus quer
demonstrar um poder real. Nosso desejo central não deveria ser
receber os dons espirituais, mas a presença e o poder de Deus. Os
dons espirituais talvez não transformem a sua vida, mas a
presença e o poder de Deus certamente a transformarão. E era isso
que eu estava provando pela primeira vez, naquela noite, em
Osawa.
Conforme eu já disse por centenas de vezes ao longo dos
anos, Deus nunca chega tarde. Ele nunca se manifesta cedo
demais, mas também nunca o faz tardiamente. Quando minha
lingua ficava dormente, eu simplesmente dizia: “É agora!” E
começava a falar. A unção do Espírito havia chegado, eu tinha sido
curado da gaguez, e minha pregação adquiria poder.
Miraculosamente, teve inicio o meu ministerio, expandindose
como se fosse um cogumelo. Virtualmente chegavam a cada dia
da parte de igrejas e comunhoes diversas, para que eu ministrasse.
É importante observar que eu havia experimentado pela
primeira vez a presença do Espírito Santo um ano antes, e que me
havia ensinado, meticulosa e amorosamente, reassegurando-me,
consolando-me e amando-me por um ano inteiro. Eu tinha
obedecido ao Senhor conforme a mais plena extençao de meu
entendimento, e a unção me tinha sido dada, tal como acontecerá
também com você. Essa unção destina-se a todos os crentes. Uma
vez que um crente aprenda o que a unção reserva para ele, uma
vez que experimente a profundeza e a rica realidade daquele toque
precioso, a vida adquirirá um novo significado, quando esse crente
mover-se até ao lugar de culto que o Senhor tem para ele.
Uma Forte Advertência
Nunca me esquecerei de minha volta de Osawa para casa,
naquela noite. Eu estava zonzo. Deitado em minha cama, uma
hora mais tarde, eu continuava estonteado, boquiaberto diante dos
eventos daquela noite. Eu estava zonzo. Deitado em minha cama,
uma hora mais tarde, eu continuava estonteado, boquiaberto
diante dos eventos daquela noite. Eu tinha visto o verdadeiro
poder de Deus . tinha recebido um vislumbre, embora muito
fugidio, da resposta a declaraçao de Kathryn Kuhlman: “Se você
encontrar o poder – se você encontrar o poder – você encontrará o
tesouro do ceu”. Era apenas um indicio, e precisava compreender
mais; eu ainda era muito inexperiente.
“O que fizeste esta noite, Senhor?”, perguntei em meio as
trevas.
Inespeadamente, ouvi a resposta pronta: “Se fiel”. E foi tudo:
“Se fiel”.
Na manhã seguinte, pouco depois de despertar, liguei o
aparelho de radio, seguindo o meu habito de ouvir os cultos,
enquanto eu me preparava para ir a igreja. A primeira coisa que
ouvi – eu não faço a menor ideia de quem teria falado – foi:
“Cuidado com o que fizeres com o poder que tens recebido”. E,
logo em seguida, o programa saiu do ar. Não sou capaz de explicar
isso. Eu havia ligado o radio quando uma voz estava dizendo:
“Cuidado com o que fizeres com o poder que tens recebido”. E, ato
continuo, a voz se calou. E não mais pude acha-la, embora tivesse
mexido nos botoes do aparelho por algum tempo.
Naturalmente, percebo agora que as palavras sê fiel, que
tinha ouvido na noite anterior, e a forte advertencia pelo radio, na
manhã seguinte, completavam-se entre si. O recado dizia, em sua
essencia: “Toma cuidado com o poder que te dei. Não fiques a
brincar com ele, e nem abuses dele”.
Essa advertencia destina-se a todos os que buscam e recebem
a unção do Espírito. Deus precisa poder confiar em você. Ele anela
que conheçamos e experimentemos a sua presença e a sua unção.
Quando nos tivermos esvaziado de nós mesmos, haveremos
de conhecer a sua presença, e somente então poderemos
experimentar o seu poder – a unção do Espírito Santo. Mas o fator
do carater fidedigno do crente também se reveste de capital
importancia. Precisamos ser fieis com aquilo que Deus nos supre
tão ricamente.
4. Afinal, a Resposta
Quando faço um retrospecto de minha vida e vejo todas as
maneiras como eu poderia ter sido tão diferente do que sou, fico
maravilhado diante da graça e misericórdia de Deus.
Pense nisso. Nasci dentro de uma família muito tradicional
do Oriente Médio, com forte ênfase sobre a disciplina e a tradição,
sem qualquer relacionamento com um Deus pessoal. Nasci e fui
criado como um grego em Israel, e fui educado em escolas
católicas-romanas, dirigidas por freiras. Desde pequeno, fui
afetado por uma forte gaguez que tornava a comunicação oral
extremamente difícil, quase impossível. Sentia-me desarraigado
aos quinze anos quando minha família mudou-se para Toronto, no
Canadá. Fui forçado a aprender uma quarta língua, o inglês, além
do árabe, do hebraico e do francês, que eu havia falado
previamente nas escolas católicas. Fui tirado do interior de uma
escola católica parecida com um claustro, para as escolas publicas
de Toronto. Eu era um rapaz solitário – quieto, tímido e inseguro.
Diretrizes e Tradições
O Senhor salvou-me maravilhosamente, por meio de colegas
estudantes, quando tinha dezenove anos, embora já tivesse tido
gloriosos encontros com ele antes disso, através de sonhos e visões.
Antes de meu renascimento espiritual, eu tinha tentado
ajustar-me a todas as diretivas e orientações prescritas por aqueles
que exerciam autoridade sobre mim. Tinha observado todas as
tradições ligadas a educação católica e, honestamente, tentei
obedecer aquele que eu encarava como representante de Deus em
minha vida. Eu era um bom aluno e agia conforme era instruído
pelas freiras (fazer sinal da cruz, quando passava diante de uma
igreja católica, rezar regularmente e coisas semelhantes). Eu me
considerava um bom cristão, embora não me sentisse completo e
nem realizado.
Imediatamente depois de minha experiência de salvação,
comecei a freqüentar uma igreja que tinha três mil jovens, no
centro de Toronto. Eu não estava acostumado com aquele tipo de
reunião carismática, com suas reações espontâneas e imprevisíveis
em vários níveis de volume. Sintonizava-me melhor com atividade
previsíveis, reservadas, deliberadas.
Aquelas eram pessoas diferentes. Elas se abraçavam umas as
outras, e a alegria parecia irradiar de sua fisionomia.
Naturalmente, na época eu nada sabia a respeito do movimento
carismático, só sabia que não estava em um ambiente com o qual
eu estivesse familiarizado.
Parcialmente, por causa de minha avaliação equivocada a
respeito da espiritualidade, minha mais seria reação veio algum
tempo mais tarde, depois de eu haver sido batizado no Espírito
Santo. Percebi que estava observando muito certo homem, que eu
pensava ser o individuo mais espiritual que havia na igreja. Eu
observava como ele erguia as mãos, quase constantemente. Seu
corpo balançava um pouco. Seus lábios tremiam enquanto os seus
olhos olhavam para o céu. E quando ele orava naquele idioma
desconhecido – línguas – ele sempre dizia a mesma coisa como se
estivesse repetindo algo, por muitas vezes sem conta. Sempre que
eu o ouvia orando, sempre a mesma coisa. Ele se sacudia e dizia a
mesma coisa.
Ingênuo e faminto pelas coisas de Deus, dirigi-me a ele, certo
dia, e perguntei se poderia conversar com ele. E ele pareceu
bastante amigável.
“Estou faminto por mais” respondi. “Como poderei achar
aquilo pelo que estou procurando?”
Ele olhou para mim e perguntou: “Você já foi batizado no
Espírito Santo?”
“Sim”, respondi, ansioso por receber maior orientação.
“Você fala em línguas?”, tornou ele a indagar.
“Sim”, repliquei.
Ele olhou para mim e disse, em um tom de sabedoria pratica:
“E o que mais você quer?”
Fiquei chocado e, após um momento discreto, afastei-me em
silencio. E o que mais eu quero?, pensei. Se isso é tudo quanto há,
tenho certeza de que há nisso muita coisa.
Mas eu queria mais de Deus, desesperadamente, pois, em
minha alma, estava certo de que havia mais para mim. As paginas
da Bíblia assim me segredavam; mas eu mesmo não sabia o que
fazer. Não sabia que Deus estava oferecendo, e nem como obter a
oferta. Ninguem parecia capaz de ajudar-me.
Mudei de igreja, em 1973, e conheci um homem admiravel,
Jim Poynter, um ministro Metodista Livre, que se tornou um bom
amigo e que, um dia, me fez conhecer o ministerio de Kathryn
Kuhlman. Isso pôs em movimento os eventos que descrevi nos
capítulos anteriores. De outra sorte, eu não teria aprendido acerca
da maravilhosa presença de Deus e da unção do Espírito Santo,
ambas as quais destinam-se a todos os crentes.
O Senhor nos quer dar muito mais do que muitos de nós
acreditam ser possível. Quero compartilhar com vocês, meu leitor,
as coisas que o Senhor me tem ensinado, desde aquele dia
admirável em que ele soltou a minha língua e começou a dotar-me
para o ministério. Essas maravilhosas possibilidades também são
para vocês. Minha oração é que Deus o inspire e o faça avançar, a
fim de que, juntos, possamos cumprir o seu plano para o período
extraordinário no qual estamos vivendo.
Como Tudo Começou
Antes que eu compartilhe das maneiras pelas quais o Senhor
me ensinou e me concedeu poder para o ministério, quero levá-lo
de volta a algum tempo anterior, prestando-lhe maior
discernimento quanto aquele glorioso dia, em Pittsburgh, quando
me encontrei com o Espírito Santo, em uma reunião dirigida por
Kathryn Kuhlman.
Aquele dia de 21 de dezembro de 1973 começou às cinco
horas da madrugada, na manha subseqüente em que meu amigo,
Jim Poynter, e eu tinhamos feito uma viagem, em companhia de
um numeroso grupo, em um onibus alugado, de Toronto a
Pittsburgh, em meio a uma terrível tempestade de neve. Apenas
quatro horas antes tínhamos ido deitar-nos em nossas camas, em
um hotel.
Jim insistiu que fossemos até a Primeira Igreja Presbiteriana,
no centro de Pittsburgh, ai pelas seis horas da manhã; pois de
outra sorte, não conseguiriam assentos. E, assim, ainda estava
escuro como breu quando chegamos, e, mesmo assim, já havia
centenas de pessoas presentes, embora supostamente só dentro de
duas horas as portas seriam abertas. Fazia um frio enregelador, e
eu estava vestido de tudo quanto eu havia levado – botas, luvas,
cachecol.
Ser um homem pequeno envolve algumas vantagens. Fui
avançando palmo a palmo até as portas, puxando Jim atras de
mim. Eu quase não podia acreditar que houvesse tanta gente! “É
assim todas as semanas”, comentou uma mulher.
Enquanto eu estava ali de pé, derepente comecei a vibrar –
como se alguém me tivesse agarrado o corpo e começasse a fazê-lo
estremecer. Por um momento pensei que o ar gelado me estivesse
fazendo tremer, mas eu edtava vestido confortavelmente e não
sentia frio. Um estremecimento incontroláve, tinha tomado conta
de mim. Coisa assim nunca antes me tinha acontecido. Eu não
conceguia parar. Estava por demais embaraçado para falar com
Jim a respeito, mas podia sentir que os meus proprios ossos se
estavam entrechocando. Eu sentia mais forte os estremecimentos
nos joelhos e na boca. Que está sucedendo comigo?, perguntei a mim
mesmo. Será o poder de Deus? Eu não estava entendendo nada.
Uma Corrida Para a Frente
As portas estavam prestes a abrir-se, e a multidão
pressionava para a frente, ao ponto de eu quase não me poder
movimentar. No entanto, a vibração não parava.
Disse Jim: “Benny, quando aquelas portas se abrirem, corra o
mais depressa que você puder”.
“Por quê?”, perguntei.
“Se você não correr, passarão por cima de você.” Ele já tinha
estado ali, noutra ocasião.
Eu jamais tinha pensado que faria parte de uma corrida para
ir à igreja; mais ali estava eu. E, quando as portas se abriram, parti
rápido coração se fosse um corredor dos 100 metros, nas
olimpíadas. Passei na frente de todos: mulheres idosas, jovens,
todos eles. De fato, corri para a primeira fileira de assentos e tentei
sentar-me; mas um porteiro disse-me que a primeira fileira já
estava reservada. Mais tarde, tomei conhecimento de que o pessoal
administrativo da Srta. Kuhlman escolhia a dedo quem poderia
sentr-se na primeira fileira. Ela era tão sensível ao Espírito Santo
que queria que somente apoiadores positivos, dedicados a oração,
se sentassem bem defronte dela.
Com meu severo problema de gaguez, eu sabia que seria
inutil argumentar com o porteiro. A segunda fileira de assentos já
estava totalmente ocupada; mas Jim e eu encontramos lugares na
terceira fileira.
Ainda se passaria mais uma hora, antes do culto começar; e,
assim, tirei minha capa, minhas luvas e minhas botas. Quando
relaxei um pouco, percebi que estava tremendo mais ainda do que
antes. Simplesmente eu não conceguia dominar-me. As vibraçoes
percorriam meus braços e minhas pernas, como se eu estivesse
amarrado a alguma especie de maquina de agitar. A experiencia
era totalmente desconhecida para mim. Para ser honesto, eu estava
assustado.
Quando o órgão começou a tocar, tudo em que eu podia
pensar era que eu estava tremendo. Mas não era uma sensaçao
“doentia”. Não era como se eu estivesse sendo afetado por algum
resfriado ou virus. De fato, conforme o tempo passava, mais aquilo
se tornava bonito. Era uma sensaçao incomum, que nem ao menos
parecia fisica.
Naquele momento, como se tivesse saido de parte alguma,
apareceu Kathryn Kuhlman. Em um instante, a atmosfera dentro
do edificio pareceu eletrificar-se. Eu não sabia o que esperar. Não
sentia coisa alguma em meu redor. Não houve vozes. Nem anjos
celestiais cantando. Nada. Tudo quanto eu sabia era que eu estava
tremendo fazia nada menos de tres horas.
E, então, quando os canticos começaram, notei que eu estava
fazendo algo que nunca tinha esperado fazer. Eu estava de pé;
minhas mãos estavam erguidas, e lagrimas me desciam pelo rosto,
enquanto todos cantavamos o hino “Quão grande és Tu”.
Era como se eu tivesse explodido. Nunca antes as lágrimas
me tinham descido tão depressa rosto abaixo. E depois ainda ainda
falam de estaxe! Era um sentimento da mais intensa gloria.
Eu não estava cantando da maneira como normalmente
canto na igreja; estava cantava com todo o meu ser. E quando
chegamos as palavras “Canta minha alma, meu Salvador e Deus, a
ti”, literalmente eu estava cantando com a minha propria alma.
Eu me sentia tão perdido no Espírito, naquele hino, que
foram necessario alguns momentos para que eu percebesse que
haviam parado aqueles estremecimentos.
Mas a atmosfera do culto prosseguiu. Penso que eu tinha
sido arrebatado. Eu estava adorando acima de qualquer coisa que
eu já havia experimentado. Era como ter enfrentado a verdade
espiritual, face a face. Se alguém estava sentindo a mesma coisa,
não sei dizer.
Em minha experiencia de jovem crente, Deus havia tocado
em minha vida; mas nunca como naquele dia.
Como Se Fosse Uma Onda
Eu estava ali de pé, enquanto continuava a adorar ao Senhor,
abri os olhos para olhar ao redor, por quanto, de súbito, senti uma
lufada de vento. Eu não sabia de onde o vento estava vindo. Era
gentil e suave como uma brisa.
Olhei para as janelas com vitrais coloridos, mas estavam
todas fechadas, e tinham sido postas alto demais para permitirem
que aquela brisa entrasse.
A brisa incomum que eu senti, entretanto, assemelhava-se
mais a uma onda. Senti que me desceu por um braço e subiu pelo
outro, eu sentia que a brisa realmente se movia.
O que estava acontecendo? Poderia eu reunir coragem
suficiente para dizer o que eu estava sentindo? As pessoas talvez
pensassem que eu estava enlouquecendo.
Durante o que me pareceu uns dez minutos, as ondas
daquele vento continuaram a passar por mim, e, então, senti como
se alguém tivesse envolvido o meu corpo em um puro cobertor –
um cobertor de calor.
Kathryn começou a ministrar ao povo, mas eu estava tão
absorvido pelo Espírito que nada mais, realmente, me interessava.
O Senhor se estava mais perto de mim do que jamais estivera
antes.
Eu sentia necessidade de falar com o Senhor; mas tudo
quanto eu podia sussurrar era: "Querido Jesus, por favor, tem
misericórdia de mim." E eu disse novamente: "Querido Jesus, por
favor, tem misericórdia de mim."
Eu me sentia muitissimo indigno. Eu me sentia como Isaías,
quando entrou na presença do Senhor.
"Ai de mim, que vou perecendo porque eu sou um
homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo
de impuros lábios, e os meus olhos viram o rei, o
Senhor dos Exércitos!" (Is 6.5).
A mesma coisa acontecia quando as pessoas viam a Cristo.
Elas imediatamente percebiam a sua propria imundícia, a sua
urgente necessidade de purificação.
Foi isso que ocorreu comigo. Era como se um gigantesco
holofote estivesse enfocando a sua luz sobre mim. Tudo o quanto
eu podia ver eram as minhas fraquezas, as minhas falhas, e os
meus pecados.
E eu proferia, por muitas vezes em seguida: "Querido Jesus,
por favor, tem misericórdia de mim."
Foi então que ouvi uma voz que me pareceu
inconfundivelmente do Senhor. Era muito gentil, mas inequívoca.
Ele me disse: “Minha misericórdia é abundante sobre ti”.
Minha vida de oração, até aquele ponto, tinha sido a de um
crente medio, normal; mas naquele momento, naquela reuniao, eu
não estava apenas falando ao Senhor, ele estava falando comigo.
Oh! Que tremenda era a comunhao que eu sentia!
Eu quase nem percebia que aquilo que estava acontecendo
comigo, na terceira fileira da Primeira Igreja Presbiteriana, em
Pittsburgh, era apenas uma prelibaçao daquilo que Deus tinha
planejado para o meu futuro.
Aquelas palavras retiniam em meus ouvidos: “Minha
misericórdia é abundante sobre ti”.
Sentei-me, chorando e soluçando. Simplesmente nada havia,
em toda minha vida, que se pudesse comparar com o que eu
estava sentindo. Fui de tal maneira cheio e transformado pelo
Espírito que nada mais interessava. Eu não me importaria se uma
bomba nuclear atingisse Pittsburgh em cheio, e se o globo terrestre
inteiro se partisse pelo meio. Naquele momento eu me sentia
conforme a palavra de Deus descreve: “E a paz de Deus, que
excede todo o entendimento, guardará os vossos corações...” (Fp
4.7).
Jim me havia contado sobre os milagres que tinham lugar
nas reuniões dirigidas pela Srta. Kuhlman, mas eu não fazia a
minima idéia do que haveria de contemplar nas três horas que se
seguiram. Pessoas surdas, de súbito, começavam a ouvir. Uma
mulher levantou-se de sua cadeira de rodas. Houve testemunhos
da cura de tumores, artrites, cefaléias e muito mais. Os críticos
mais severos de Kathryn tem reconhecido as curas genuínas que
tem ocorrido nas reuniões dirigidas por ela.
O culto foi demorado, mas pareceu-me como um momento
fugidio. Nunca, em toda a minha vida, eu tinha sido de tal modo
comovido e tocado pelo poder de Deus.
Em Uma Reunião Posterior
Pouco depois daquele maravilhoso encontro com o Espírito
Santo, voltei a outra reunião dirigida pela Srta. Kuhlman, quando
ela então discorreu sobre o preço que ela tivera que pagar pela
unção em seu ministerio e pelo segredo do poder do Espírito
Santo. Ela falou sobre a morte para o próprio “eu”, sobre a
necessidade de carregar a cruz, de pagar o preço. E por varias
vezes disse: “Qualquer um de voces, ministros, pode possuir
aquilo que eu tenho, se ao menos quiser pagar o preço”.
Naquele culto, comecei a entender que existe uma
experiencia superior, algo mais do que apenas a presença do
Espírito Santo. Há uma unção, um poder dado para o crente poder
servir, e que isso vem atraves do pagamento do preço.
Compreendendo o Preço
Em que consiste esse preço? Foram necessários muitos anos
para que eu chegasse a essa compreensão, a qual agora quero
compartilhar com o meu querido leitor.
Disse Davi, no salmo 63, V.R.:
Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A
minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja
muito em uma terra seca e cansada, onde não há água.
Assim no santuário te contemplo, para ver o teu poder
e a tua glória.
Davi tinha percebido um lampejo do poder e da gloria de
Deus e agora estava anelando poe eles. Porem, como ele poderia
obter esse poder e essa gloria?
Foi ao conciderar essa passagem que o Espírito Santo
começou a abrir os meus olhos e fazer-me entender o que a Srta.
Kuhlman queria dizer acerca de pagar o preço e acerca da
mortificaçao.
Davi declarou que a sua carne almejava por Deus, ao mesmo
ttempo que a sua alma se sentia sedenta. Entrementes, Isaías (26.9)
afirmou que, com o seu espírito, ele “procurava diligentemente”
por Deus. Assim sendo, temos a carne anelante por Deus, a alma
sedenta por Deus e o espírito procuranso por Deus. É digno de
nota que nos relatos mosaicos acerca do tabernaculo achamos estes
pontos: o atrio externo, que simboliza a carne; o Lugar Santo, que
simboliza a alma; e o Santo dos Santos, que simboliza o espírito. O
anelo ocorre no atrio exterior; a sede occorre no Lugar Santo; e a
procura no Santo dos Santos.
E, assim, que anelamos por Deus, entramos em oração, que é
o ponto onde Deus começa a tratar com a carne, a fim de crucificála.
Esse é um lugar de luta, pois, quando dobramos os joelhos a
cada dia, tudo quanto podemos pensar, a principio, é na culpa, nas
nossas falhas e nas nossas profundas necessidades. Repetimos
nossas declaraçoes por muitas e muitas vezes, enquanto Deus
parece estar a milhoes de quilometros de distancia e perguntamos
se estamos chegando a algum lugar. Queremos cair no sono,
iniciar um periodo de descanso – qualquer coisa.
O que não percebemos de imediato é que, quanto mais
tempo nos demoramos a orar, menos da carne permanece conosco.
Esse tipo de morte comoça quando estamos prostrados de joelhos.
E em breve, quando Deus termina de crucificar a carne,
percebemos que houve um irrompimento – sentimo-lo mesmo – e,
de subito, nossas oraçoes tornam-se reais. Um rio começa a jorrar
de nosso interior, e nossas palavras passam a revestir-se de
significado. A presença de Deus aparece, e algo bem real nos
acontece. Talvez até comecemos a chorar.
Esse irrompimento pode durar por meia hora, uma hora, ou
mesmo por mais tempo. Durará o tempo que for necessario no
caso de cada crente, tudo dependendo de onde nos achamos com o
Senhor, de nosso relacionamento com ele. Deus precisa acabar com
os idolos e com os pecados ocultos no coração do crente.
Quaisquer Isaques que estejam ocultos em nosso coração precisam
morrer. (Era isso que Deus estava fazendo com Abraão.) Se você
não tiver orado faz muito tempo, então não poderá esperar que
esse irrompimento ocorra somente depois de um minuto ou dois.
Lembremo-nos que essa é uma questao diaria. O
irrompimento não ocorre de uma vez para sempre. Disse Paulo,
em Corintios 15.31: “Cada dia morro!” haverá um conflito, cada
vez que entrarmos nessa forma de oração. A presença e a unção
não são dadas somente porque morremos faz vinte anos, mas nos
são conferidas hoje, porque morremos hoje pela manhã. Deus não
se utiliza de restos.
Você saberá quando houve o irrompimento em sua vida
porque o senso de culpa desaparecerá. A ausencia do senso de
culpa significa que você irrompeu para o outro lado. Você o
buscou e o encontrou.
Em algum ponto, pois, manifestar-se-a a “sede” por Deus. A
sua alma terá sede de Deus. Escreveu davi, em Salmos 42.1,2:
Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim
suspira a minha alma por ti, ó Deus!
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando
entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?
É precisamente isso que acontece conosco. Nossa alma tem
sede de chegar a presença do Deus vivo; ela tem sede de sua
presença.
A linguagem metaforica de davi é perfeita. Uma corça busca
agua por duas razoes: uma, por estar sedenta; e, outra, por estar
sendo perseguida por algum outro animal. A corça sabe que o seu
cheiro perder-se-a se ela chegar a beira da agua. Assim, estará em
segurança. Outro tanto sucede conosco, os crentes. Temos sede da
presença de Deus porque a sua presença nos satisfaz a alma, e
porque nenhum adversario poderá então tocar em nós. O diabo
não poderá achar-nos. Essa também é uma das razoes pelas quais
Davi escreveu: “Tu és o lugar em que me escondo” (Sl 32:7).
E, assim, quando encontramos aquela agua pela qual a nossa
alma se sente sedenta, o louvor começará a brotar de dentro de
nós. O crente reconhece que chegou ao Lugar Santo, onde o luovor
é genuino. Desaparecerao declaraçoes preparadas de antemao
como: “Louvado seja Deus! Obrigado, Senhor”. Antes o louvor
tornar-se-a real. Cada aspecto de nosso ser estará agradecendo ao
Senhor – até mesmo por aquelas coisas pelas quais, uma hora
atras, não sentiamos que podiamos agradecer-lhe. Tudo tornar-sea
então muito bonito.
E Agora, o Santo dos Santos
Você está lembrado de que, em Salmos 63.2, V.R., Davi falou
querer ver o “poder” e a “gloria” de Deus? Isso ocorre no terceiro
estagio do pagamento do preço, a busca e a morte para o próprio
“eu” no Santo dos Santos, um símbolo do espírito. Esse é o lugar
onde nada dizemos, nem nada fazemos. O crente, chegando ali,
não ora. Também não canta. Mas recebe.
Esse era o lugar para o qual Davi apontou, quando disse, em
Salmos 42.7:
Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas
catadupas; todas as tuas ondas e vagas têm passado
sobre mim.
No átrio exterior, minha boca falava com Deus. No Lugar
Santo, minha alma estava falando. No Santo dos Santos, meu
espírito é que fala - Um abismo chama outro abismo. É ai que
nasce a oração sem cessar – onde nos aquecemos sob a gloria de
Deus. Ali não estamos mais anelando. Não estamos mais sedentos.
Estamos bebendo.
Escreveu davi, em Salmos 46.10: “Aquietai-vos, e sabei que
eu sou Deus”. No Santo dos Santos, o crente fica tão cheio que não
consegue falar. As palavras tornam-se inadequadas. O crente fica
totalmente na presença de Deus. O crente não está mais
interessado naquilo que Deus pode fazer por ele; mas está
interessado em conhecê-lo.
Aqueles que experimentam isso são aqueles a quem Deus
pode confiar a sua unção, conforme o leitor verá mais adiante.
Deus não confia a sua unção aqueles que não o amam, os quais
não lhe dão o primeiro lugar em tudo.
Deixe-me assegurar-lhe que, quando você chegar a entrar no
Santo dos Santos, em uma base diária, isso tornar-se-á mais natural
e imediato. Talvez não seja preciso mais meia hora para que haja o
irrompimento. Pode tomar apenas cinco minutos. Comigo já
houve ocasiões em que no segundo em que eu disse “Senhor”, a
coisa aconteceu. Ademais, quanto maior for o tempo em que
permanecermos na presença de Deus, mais essa presença roçará
conosco. Tudo vai se tornando mais denso, diria você.
Para exemplificar, na primeira vez em que você conseguir o
irrompimento, talvez você saia de seu quarto e diga a esposa:
“Olá!” E ela reconhecerá que você tem estado na presença de Deus.
Uma semana mais tarde, tendo você passado e mais tempo na
presença do Senhor, você sairá do quarto e, antes que diga uma só
palavra, ela sentirá a gloria. Você não precisará dizer coisa
nenhuma.
No caso do apostolo Pedro, isso atingiu um ponto onde o
povo esperava ser curado quando a sombra dele incidisse sobre
eles (At 5.15).
Revestindo-nos de Força
Prosseguindo nesse tema, devemos agora examinar o trecho
de Isaías 52.1,2, onde lemos:
Desperta, desperta, reveste-te da tua fortaleza, ó
Sião; veste-te das tuas roupas formosas, ó Jerusalém,
cidade santa, porque nunca mais entrará em ti nem
incircunciso nem imundo.
Sacode o pó, levanta-te, e assenta-te, ó Jerusalém:
solta-te das ataduras de teu pescoço, ó cativa filha de
Sião.
O ato de “despertar”, nas escrituras, tem a ver com a oração.
Quando lemos “desperta, desperta”, isso significa: “ora, ora”. Você
deve estar lembrado que o Senhor Jesus, tendo encontrado os
apóstolos a dormir, enquanto ele esperava pelo seu traidor, no
jardim do Getsêmani, disse: “Vigiai, e orai” (Mt 26.41). Isso
equivaleu a dizer: “Permanecei despertos e orai; estai alertas”.
Trata-se de uma ordem. Cumpre-nos orar. O passo bíblico de
Jeremias 10.25 mostra-nos que Deus julgará aqueles que não se
dedicam a oração: “as gerações que não invocam o teu nome” –
juntamente com o mundo. Temos recebido ordens de buscar o
Senhor.
E, assim, a passagem começa por dizer-nos para
despertarmos, despertarmos, sacudir para longe a letargia, pagar o
preço, buscar ao Senhor com todas as nossas forças, entrar em uma
profunda oração, um profundo amor, tornando-o a nossa
prioridade de numero um. E, então, seis coisas haverão de ocorrer:
Haveremos de revestir-nos de forças espirituais – poder
contra satanás, poder contra o pecado, poder contra a tentação. As
fraquezas de caráter desaparecerão.
Haveremos de revestir-nos de novas vestes santas, as vestes
de justiça. O pecado não mais poderá influenciar-nos.
Os incircuncisos e imundos não mais quererão tomar parte
conosco. Não teremos mais qualquer comunhão com os ímpios.
Pararemos de correr de um lado para outro, procurando por
alguém que ore por nós ou nos tire de algumas dificuldades. E
também nos sacudiremos da poeira – de nossa miséria, de nossa
desgraça. Antes, haveremos de erguer-nos livres.
E, então, poderemos sentar-nos e descansar. Haverá paz –
verdadeira paz, a paz de Jesus.
Haveremos de livrar-nos das manoplas de satanás e do
pecado que teima por voltar a assediar-nos.
O Outro Lado da Moeda
Se continuarmos lendo, chegaremos ao trecho de Isaías 52.3-
5, onde descobrimos os resultados para aquele que não desperta,
para aquele que nunca ora. Sem duvida, esses resultados farão
todos os crentes manterem-se alertas:
Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos;
também sem dinheiro sereis resgatados. Porque assim
diz o Senhor Jeova:
O meu povo em tempos passados desceu ao Egito, para
peregrinar lá, e a Assíria sem razão o oprimiu.
E agora, que tenho eu aqui que fazer, diz o Senhor,
pois o meu povo foi tomado sem nenhuma razão? Os
que dominam sobre ele dão uivos, diz o Senhor; e o
meu nome é blasfemado incessantemente todo dia.
Portanto, seis são os resultados horríveis da falta de oração:
Visto que não despertamos, nos venderemos ao diabo em
troca de nada.
Descemos ao Egito, de volta ao mundo.
Ficamos sujeitos a opressão.
Seremos arrebatados como escravos.
Haveremos de ouvir os uivos de nossos tiranos.
Os ímpios blasfemarão de Deus, uma condição que vemos
hoje em dia em nossa própria nação, porque nós, os crentes, não
oramos.
E, então, por essa altura, Isaías volta a falar sobre os bons
resultados do despertamento, da oração. Ele citou Deus, que dizia:
Portanto o meu povo saberá o meu nome; por esta
causa, naquele dia; saberá porque eu mesmo sou o que
digo: Eis-me aqui. Is 52:6
Em sua essência, Isaías disse que, como a sétima bênção da
verdadeira oração, conheceremos a Deus e o seu poder.
Finalmente, aquele que se dispõe a pagar o preço será usado
para o maior serviço possível ao Senhor, ou então, conforme disse
Isaías, em 52.7:
Quão suaves são, sobre os montes, os pés do que
anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que
anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a
Sião: O teu Deus reina!
Um Tempo de Decisão
Depois que entendi, mediante o ensino do Espírito Santo, o
que significa pagar o preço, conforme dizia a Sra. Kuhlman, ou
seja, “desperta, desperta” – em outras palavras, “ora, ora” – então,
tomei a decisão de que eu pagaria o preço. Compreendi, afinal,
sobre o que ela estava falando, quando declarou: “Se você
encontrar o poder, você encontrará o tesouro do céu”.
A decisão de pagar o preço e de orar é algo que cada crente
deve resolver por si mesmo; ninguém pode resolver isso em lugar
dele. Paulo escreveu de maneira pungente, em 1 Coríntios 9.27:
“Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo a escravidão, para que,
pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a
ficar reprovado”.
Deus nos dá toda a oportunidade de orarmos, e nos convida
a orar; mas jamais nos forçará a fazê-lo. A decisão é nossa.
No segundo em que dissermos não a oração – “Estou
cansado”, ou então: “Não sinto vontade” – seremos adoradores de
ídolos. Se assim fizermos, e ter-nos-emos submetido a nossa
natureza inferior, e a nossa carne terá tomado o lugar de Deus.
É mister que você realmente compreenda isso. Deus o ama.
Ele o ajudará. Mas ele não o forçará a nada. O Senhor sempre nos
guia para a frente. Mas o diabo sempre empurra. A você compete
tomar a carne pelo pescoço e dizer-lhe: “Não. Eu vou orar!”
O terrível perigo que corremos, por nos submetermos a
carne, é revelado nos primeiros capítulos do livro de Gênesis. Deus
criou o homem [e a mulher] como um ser dotado de espírito, alma
e corpo; mas o diabo, por meio da tentação a que submeteu Adão e
Eva, fez o homem virar o contrario: corpo, alma e espírito.
A carne acabou prevalecendo, e então encontramos estas
trágicas palavras em Gênesis 6.3: “Não contenderá o meu Espírito
para sempre com o homem; porque ele também é carne”. Sim, o
diabo havia feito o homem virar ao contrario.
Submeter-se a carne é rebelar-se contra Deus. Isso matará
você, e é exatamente isso que você faz quando recusa a orar. Deus
não usa um homem que tenha sido virado ao contrario. E por certo
não haverá jamais de ungi-lo.
Comece a buscar a Deus. Disponha-se a pagar o preço.
Torne-se um homem certo, e não virado ao contrario; e ele haverá
de ungir você, desde a cabeça aos pés. O numero do telefone de
Deus é Jeremias 33.3, onde ele nos diz: “Clama a mim, e
responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não
sabes”.
Deus promete-nos que, se o invocarmos, então: em primeiro
lugar, ele responderá; ele falará conosco. Em segundo lugar, ele
nos dará uma nova visao, e nós veremos a sua gloria. Em terceiro
lugar, ele nos dará um novo conhecimento, coisas que não
sabíamos a respeito dele.
5. Não por Força
Impor as mãos sobre os enfermos pela primeira em meu
ministério foi uma experiência maravilhosa. Eu sabia que o Senhor
me dissera para orar pelos enfermos, como parte da pregação do
evangelho, tal como ele disse também aos seus discípulos, em
Marcos 16.18: “e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão”.
Mas isso era uma novidade para mim, e o diabo vinha
enchendo a minha cabeça com lixo, fazia algum tempo. Eu estava
esperando na parada do ônibus, a caminho da segunda vez em
que eu pregaria, quando o diabo falou especificamente dentro de
meus pensamentos: “Nada vai acontecer. Ninguém será curado.
Coisa alguma vai acontecer – nada – nada!”
Como seria de esperar, fui assaltado por terrível
pressentimento, o temor de que a Unção não viria. Mas agora eu
não podia mais parar.
Durante a reunião, aquela ansiedade ainda me dominava,
acerca do momento em que eu pregasse e convidasse as pessoas
para virem a frente receber a cura. Naqueles primeiros anos,
normalmente eu orava por uma pessoa de cada vez, contrario a
maneira que faço atualmente, na maioria das reuniões de milagres
que dirijo.
Ali estava aquele pobre sujeito, esperando que eu orasse por
ele. Fui então assaltado por aquele terrível sentimento. O temor
apossou-se de mim, e pensei: “Onde estás, Senhor? Que vou fazer
agora? Tu mesmo disseste para fazermos isso”.
Movi minha mão na direção do rosto daquele homem, e
instantaneamente me sobreveio a Unção do Espírito Santo. Eu
sabia. Ele balançou sobre os seus pés e desabou, quando o poder
do Espírito Santo perpassou por ele. E ele foi curado de sua
enfermidade.
Tal como observei na narrativa sobre a minha primeira
aventura na pregação do evangelho, quando fui instantaneamente
curado de minha gaguez, Deus nunca se manifesta cedo demais,
embora também nunca chegue atrasado. É como se Deus não
aparecesse enquanto a nossa mão não é estendida na direção da
pessoa carente, ou enquanto a nossa boca não se abre para falar. E
exatamente no instante em que parece que vamos morrer, o
Senhor se manifesta.
Por quê? Ele está testando a nossa fé. Ele nos está edificando
para as tarefas mais difíceis que estão a nossa frente. Tiago
escreveu que “... a prova da vossa fé obra a paciência. Tenha,
porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e
completos, sem faltar em coisa alguma. (Tg 1.3,4).
Você jamais conhecerá a tensão pela qual eu passava,
naquelas primeiras lições. Por muitas vezes desejei estar voltando
para casa. E então pensava: “Ó Deus, eles vao rir de mim, e eu vou
transformar tudo em um fiasco”.
Mas na ultima hora vinha a unção, porquanto eu precisava
passar por muitos testes e por muito amadurecimento, se tivesse
de tornar-me o homem que Deus tencionava que fosse.
Outro tanto acontecerá com você, quando você preparar-se
para receber a presença e a unção do Espírito Santo, sem importar
o trabalho que o Senhor tenha lhe reservado, você terá de ser
testado, esticado até o fim, para poder avançar para a perfeição. A
unção de ontem não serve para a unção de hoje.
A Benção do Silencio
Nos cultos dirigidos por Kathryn Kuhlman sempre houve
muito cântico; e ela mesmo por muitas vezes juntava gostosamente
e com alegria a sua voz aos cânticos. Mas também havia ocasiões
em que ela dizia ao auditório: “Agora mais baixo, mais baixo”. E
era então que eu ficava indagando por qual motivo ela dizia tal
coisa.
Então, certa ocasião em que eu estava presente, ela disse:
“Todos se calem, por favor”. Era claro que ela falava com
seriedade, e todo mundo se calou. Charlie, o organista, sabia tocar
com extrema suavidade; penso que ninguém tocava tão suave para
ela como o Charlie. Tudo o mais e todos se calavam.
Isso continuava por cerca de dez minutos. Silencio. E, então,
um homem, sentado perto da frente começou a sussurrar dentro
de suas mãos, que ele tinha posto diante da boca e do nariz, como
se fosse conchas. “Louvado sejas tu, Jesus. Louvado sejas tu,
Jesus”. Ele sussurrava tão baixinho que penso que ninguém o
podia ouvir. E ele mesmo talvez nem tivesse consciência do que
estava fazendo.
Imediatamente a Srta. Kuhlman falou, em tom enfático:
“Senhor, eu disse: calem-se!” Reinou um silencio absoluto, exceto
Charlie ao órgão.
Passaram-se alguns minutos. Finalmente ela disse, quase
inaudivelmente, em um cicio: “Ele virá quando vocês fizerem
silencio”. E ela repetiu, a voz mais sussurrante ainda: “Ele virá
quando vocês fizerem silencio”.
Puxa, eu estava assustado. Eu não sabia o que aconteceria,
mas eu fiquei esperando... esperando... esperando...
Então, de repente, aconteceu!
Por todo o auditório, milagres começaram a acontecer, o que
foi confirmado na hora que se seguiu, enquanto a Srta. Kuhlman
falava com as pessoas, na presença de todos.
Eu estava no ministério fazia apenas três meses, e nunca
tinha visto coisa alguma parecida com aquilo. Milagres estavam
ocorrendo por todo o auditório. E tudo começou durante aqueles
minutos de silencio.
Voltei ao Canadá e pus-me a pensar sobre o assunto. “Vou
experimentar isso”, pensei. Afinal, eu já tinha aprendido e
experimentado muito nas reuniões dirigidas por Kathryn. Deus
certamente a usava para operar milagres por todo o mundo; e ele
também a usou, graciosa e misericordiosamente, para ensinar-me e
inspirar-me, naqueles primeiros dias de meu ministério.
Nos meus primeiros tempos de ministério, eu dispunha de
um maravilhoso, mas vocifero coro; mais da metade deles eram
jamaicanos e haitianos, e o resto uma mistura vinda de todos os
tipos de pano-de-fundo. Eles cantavam com imenso entusiasmo,
para dizermos o mínimo. Eram belos, porque podiam ser
realmente ruidosos em suas exuberâncias, quando adoravam o
Senhor. E assim, certa noite de segunda-feira – o salão estava cheio
-, eu disse de antemão que eu queria que todos se calassem, no
momento crucial. Bem, foram necessários cerca de vinte minutos
para que eu conseguisse que eles se aquietassem, porquanto
continuavam dizendo: “Agradecido, Senhor! Aleluia!” algo
perfeitamente normal para os crentes carismáticos, sempre tão
entusiasmados.
Eu disse: “Agora, calem-se. Se vocês continuarem se
movendo, vou mandar vocês lá para baixo”. Eles fizeram o melhor
possível.
Olhei para o rosto do meu líder dos cânticos; e a sua
fisionomia mostrava que estava curioso para saber o que estava
para acontecer. Muito francamente, por aquela altura eu também
estava perguntando de meus botões o que eu faria em seguida.
Honestamente, eu não sabia se faria algo, ou não. Tudo quanto eu
sabia era o que Kathryn tinha feito, e como o Senhor havia atuado,
e calculei que, se nada viesse a acontecer, eu me esqueceria e
passaria adiante. E repeti diante da multidão: “Façam completo
silencio!”
Mas foram necessários vinte minutos para que os membros
do coro se calassem. Mas finalmente fez-se total silencio no salão.
E, realmente, fez-se total silencio. Como eu não sabia o que fazer
em seguida, fiquei esperando, muito quieto. Não demorou e se
tinha passado quarenta minutos. Eu esperava de olhos fechados,
porque eu não fazia idéia sobre o que iria acontecer – se é que
aconteceria alguma coisa. E depois de todo aquele tempo, eu nem
queria olhar.
E, então, bang! O que era aquilo? E logo outro bang, e logo
mais outros, aparentemente por todo o auditório. Eu não
conseguia resistir, e abri os olhos. Três pessoas em diferentes
lugares do salão, tinham caído no chão. E enquanto eu olhava,
mais duas pessoas desabaram. E, então, de repente, alguma coisa
encheu todo o salão. Senti uma forte corrente elétrica, como se
tivesse sido atingido por um relâmpago e diante mesmo de meus
olhos, quase todos caíram no chão. Virtualmente ninguém ficou de
pé alem de mim.
Fiquei atônito. O dirigente dos cânticos estava caído no chão
chorando. Os músicos, os porteiros, todos estavam caídos no chão.
Agarrei-me fortemente ao púlpito e ouvi a voz de Deus. Sei que fui
o único a ouvir aquela voz: “Deixei-te de pé, para contemplares a
cena”.
Eu tinha aprendido uma lição.
Mas a lição ainda não tinha terminado.
Poucos dias depois, um amigo de nome Peter me chamou
pelo telefone. Era sexta-feira à noite, e ele disse: “Quero levá-lo a
um lugar amanha. Mas você terá que estar pronto para partir às
cinco horas da madrugada”.
Eu nunca havia apreciado muito as primeiras horas da
manhã. “Para que?”, indaguei.
“Não se incomode. Eu irei ai apanhá-lo às cinco da manhã.”
Eu relutava, mas Peter era um bom amigo. Vimo-nos as cinco
da madrugada, e partimos no automóvel dele. Em Toronto não é
preciso guiar por muito tempo ate chegar aos bosques, e era ali
que estávamos chegando dentro em pouco.
Ele estacionou o veiculo e andamos por diversos minutos,
floresta a dentro. Agora estávamos bem no interior da floresta, e
nada mais víamos senão arvores, aves e esquilos.
Paramos, e ele disse: “Voltarei daqui a pouco”.
Imaginei que ele ia a algum banheiro, pelo que fiquei
esperando. E, então, esperei, esperei e esperei. Dez minutos, vinte
minutos. Estava muito quieto e comecei a ouvir ruídos como eu
nunca tinha ouvido antes. Parecia que eu chegava a ouvir o pulsar
de meu próprio coração. Estava certo de que podia ouvir minhas
orelhas. Estava tudo extremamente silencioso.
Calculei que Peter já deveria estar de volta. Ele não
tinha ido somente ao banheiro.
Por isso, gritei ao maximo de minha voz: “Peeeterrr”.
Mais silencio. E, então, de súbito, ele saltou detrás de um
arbusto – e aquilo me assustou terrivelmente!
“Por esse motivo eu o trouxe aqui!”, disse ele.
“Só para assustar-me?”
“Não. Para ensinar-lhe que você não sabe ficar em silencio.
Você vive falando, ou se movimentando e fazendo barulho. Eu o
trouxe aqui para o bosque para dar-lhe uma lição”.
Eu não estava impressionado; ou, pelo menos, eu disse que
não estava impressionado.
Disse então Peter: “Você sabia que Dwinght L. Moody
declarou: se eu puder apanhar um incrédulo e fazê-lo ficar quieto
por cinco minutos, naquele minuto poderei fazê-lo pensar sobre a
eternidade, e poderei conduzi-lo a salvação. Não precisarei dizer
coisa alguma”.
Quietude. Aprendi o poder do silencio. O Lugar Santo é
silencioso. Você precisa aprender a ficar quieto diante de Deus, e a
adorá-lo em silencio. Você descobrirá a Unção.
Guardando a Promessa
Há vários anos que venho dizendo que Kathryn Kuhlman
era uma pregadora do evangelho a quem eu vinha seguindo bem
de perto. Embora sem ter consciência disso, ela me ensinou muita
coisa.
Mas cumpre-me confessar que na primeira vez em que a vi
em Pittsburgh, não consegui apreciá-la como cheguei a apreciá-la
mais tarde. Da terceira fileira de bancos do templo da Primeira
Igreja Presbiteriana, eu a observei movendo-se graciosamente,
quase na ponta dos pés, pela plataforma, os braços abertos,
enquanto caminhava vestida em seu vestido frouxo que lhe
chegava aos pés, com laçarotes, mangas compridas e colarinho
alto. E, enquanto a multidão compacta irrompia com o hino “Quão
Grande És Tu”, aquela madame esguia, de cabelos avermelhados,
corria até o centro do palco, conduzindo a conclusão do hino com
voz poderosa, o que era uma das marcas de seu notável ministério.
As primeiras palavras que ela disse pelo microfone, foram:
“Alôôôô, vocêêês aííí. Vocês estavam eespeeeraaandooo pooorrr
mim?”
Lamento que minha resposta imediata foi um duro “não”.
Mas eu não era o único que tropeçava por causa dos muitos
maneirismos da Srta. Kuhlman. Há uma lição que precisamos
aprender nas advertências da Bíblia acerca de um espírito
zombeteiro. Pois eu me encontrava entre os relativamente poucos
que tiveram a oportunidade de testemunhar, relativamente de
pouca distancia, que a espetaculosidade externa dela de maneira
alguma revelava o coração, o espírito ao poder daquela mulher.
Com base nas experiências que tive com ele, muito aprendi e
continuo aprendendo.
Por muitas vezes, enquanto me mantive próximo ao
ministério dela, nunca deixei de vê-la dizer, com lagrimas nos
olhos e com tremor quase imperceptível nos lábios, estas palavras,
quando ela invocava o Senhor: “Prometo-te a gloria, e agradeço-te
por isso”. Agradeço-te por isso. De outras vezes eram palavras
mais simples e intimas: “Querido Jesus, milhões de vezes
agradecida!”
Asseguro-lhe, amado leitor, que não pode haver outra
maneira. Quando você buscar e receber unção, a gloria deve ser
dada exclusivamente ao Senhor. Qualquer falha nesse campo seria
um desastre. Peço-lhe somente que considere os ministros de Deus
caídos que, no decorrer dos anos, tem tropeçado quanto a esse
particular. Espetaculosidade e mesmo ostentação são uma coisa.
Orgulho e ingratidão são coisas bem diferentes. “Eu te prometo a
gloria, e, querido Jesus, milhões de vezes agradecida!”
Uma Lição Sobre a Oração
Em 1977, após o falecimento da Srta. Kuhlman, no inicio de
1976, foi-me solicitado dirigir um culto memorial em honra dela,
em Pittsburgh, pela Fundação Kuhlman. Ate aquela ocasião, meu
trabalho no ministerio dela tinha consistido em coisas de segunda
ordem, como distribuir a musica para o coro. Por isso, fiquei
atonito que me tivesse sido pedido para participar de um evento
tão significativo. Eu era muito jovem e imaturo como crente, e
aquele seria um acontecimento de grande importancia.
Quando cheguei ao escritorio, na Casa Carlton, Maggie
Hartner, que tinha sido a mais intima confidente de Kathryn, e a
quem amo muito em Cristo, ouxou-me para um lado e disse algo
que me deixou admirado.
“Agora, não vá orar para ficar tão ligado e envolvido em
suas proprias necessidades que Deus não possa usa-lo esta noite”,
disse ela, quase ralhando comigo. “Vá e dê um cochilo, ou coisa
semelhante”.
Eu quase não podia acreditar no que estava ouvindo. Aquilo
era a coisa menos espiritual que eu já tinha ouvido. E pensei: “Essa
é a mulher menos espiritual que já conheci”. Mas eu iria orar, quer
ela gostasse, quer não.
Jimmy Mcdonald, o cantor, veio e me levou ao Carnegie
Music Hall, descrevendo o programa da noite. O coro cantaria isso
e mais aquilo, e então ele mesmo cantaria. “E quando eu começar a
entoar ‘Jesus, Há algo Nesse Nome’, você aparece.” E fiz “sim”
com um aceno de cabeça.
Pois bem, exibiram um filme de uma poderosa reunião de
Kathryn, em Las Vegas, que continua produzindo um impacto
impressionante, sempre que é exibido, e, em seguida, Jimmy
cantou.
Por detrás do palco, dei uma espiada na multidão e gelei. Eu
não conseguia mover-me.
Jimmy cantou o hino pela segunda vez; e depois pela terceira
vez, e, finalmente disse: “Quando cantarmos na próxima vez,
Benny Hinn comparecerá”. E adicionou algumas poucas palavras
de cumprimento a meu respeito. Naturalmente, a maior parte dos
presentes não sabia que eu era.
Ele cantou novamente. E eu continuava gelado de medo.
Finalmente, apareci no palco. Jimmy sussurrou: “Onde você
estava?” E com isso ele deixou o palco. E isso não fez as coisas
parecerem mais fáceis para mim.
Tentei guiar os presentes no hino, uma vez mais. Porem,
comecei o hino alto demais. Foi terrível. Ninguém cantou comigo.
Eu estava lutando sozinho. Tudo quanto eu podia pensar era sair
dali e voltar para casa.
Parecia que quase meia hora se tinha passado. Tudo quanto
eu pude fazer foi levantar os braços para o ar e clamar. “Não
consigo fazer isso, Senhor. Não consigo!”
Foi naquele momento que ouvi uma voz, la dentro de mim,
que disse: “Estou alegre que não possas fazê-lo. Agora, farei eu”.
Relaxei completamente e foi como se eu tivesse saído do
inferno e entrado no céu. Houve uma liberação instantânea, depois
de ter reconhecido, acima de qualquer sombra de duvidas, que eu
não podia fazer aquilo. O poder de Deus descendo, e todos no
auditório foram tocados – não por mim, mas por Deus. Foi uma
maravilhosa e comovente reunião.
Maggie veio até mim, mais tarde, e disse algo que eu nunca
esquecerei: “Kathryn sempre dizia que não são as nossas orações,
nem as nossas habilidades, mas a nossa rendição é que vale.
Aprenda a render-se Benny”.
Quanto a mim, estava tão surpreso diante de toda aquela
experiência, que só fui capaz de dizer: “Maggie, penso que não sei
como fazer isso”.
“Bem, você teve a sua primeira experiência esta noite”, disse
ela.
De volta ao quarto do hotel, orei: “Senhor ensina-me como
fazer isso”. Eu sabia que a chave estava na declaração de Maggie,
que ela fizera naquela tarde. Mas somente nesses últimos anos
tenho realmente compreendido o que ela estava dizendo: não ore
somente porque você deve dirigir uma reunião. Pois não falo com
minha esposa somente quando tenho necessidades dela. A idéia é
que eu mantenha um relacionamento amigável com ela. Outro
tanto sucede no caso do Senhor. Devemos orar – o tempo todo –
para que a nossa comunhão possa permanecer. Não para em
seguida ignorá-lo por algum tempo. Pois Deus dirá: “Sem
relacionamento, não há Unção”.
A vida do crente depende da oração.
Uma Questão de Confiança
Sei que Maggie Hartner tinha em mente essa questao de
relacionamento e confiança, na ocasiao deste muito pessoal
episodio que passo a compartilhar com você, meu leitor. Sei que
você compreenderá.
Terminando um culto, altas horas da noite, Maggie e eu
estavamos indo de carro pelas ruas de Pittisburgh. As ruas
estavam deseratas, e quando chegamos a um poste de iluminaçao,
Maggie voltou-se para mim e disse: “Você está vendo aquele
edificio, ali a esquerda? Era ali que viviamos a Srta. Kuhlman e eu,
por muito tempo, em nossos primeiros anos”.
Era um edificio de apartamentos bastante castigados pelo
tempo. Depois de uns momentos em silencio, eu pedi a ela:
“Maggie, conte-me como era Kathryn naqueles dias”.
Depois de Maggie ter pensado por um momento, a Unçao do
Espírito Santo caiu sobre ela, e era como se Deus tivesse entrado
no veiculo. E ela disse: “Benny, vou dizer-lhe algo agora... mas
nunca se esqueça disso”.
Maggie era uma pessoa poderosa, e toda a minha atenção se
concentrou no que ela estava para dizer: “Você tem muito mais do
que ela tinha, quando ela tinha a sua idade. O poder de Deus que
você via em Kathryn só veio repousar nela nos últimos dez anos
de sua vida.”
Fiquei surpreso em extremo. “Maggie, eu pensava que
Kathryn sempre tivera aquela unção.”
“Oh! Não”, protestou ela. “Nos seus primeiros dias ela tinha
qualquer unção, se compararmos com o que ela veio a ter quando
faleceu”.
E, então, ela olhou diretamente para mim, em meio a luz
fraca que penetrava ate ao interior do automóvel, e falou: “E você
sabe por que Deus a ungiu da maneira como o fez?”
Balancei a cabeça, indicando um “não”.
“Porque ele pode confiar a ela a unção”.
Houve vario segundos de silencio. Então ela apontou seu
dedo indicador da mão direita, diretamente para o meu rosto, e
disse em voz pausada, mas vigorosamente: “E se ele puder confiar
em você...” – senti como se Deus estivesse falando comigo – “... se
ele puder confiar em você...”
Ela manteve o dedo apontado na direção do meu rosto, por
alguns instantes, e se fez um silencio de pedra, enquanto
dirigíamos o veiculo pelas ruas escuras.
De volta a meu hotel, naquela noite, eu quase nem podia
falar. Eu estava abalado. Falei com o Senhor com a maior seriedade
que eu jamais tivera em minha vida: “Senhor, por favor, torna-me
um homem ungido em quem tu possas confiar!”
Confiança.
Prometo-te a gloria. E, querido Jesus, milhões de vezes
agradecido.
Não há outra maneira.
6. Uma Incomum Mulher de Deus
Por causa do numero de adultos jovens que tenho conhecido,
mas que conhecem bem pouco acerca de Kathryn Kuhlman, quero
contar um pouco sobre essa notável mulher que exerceu tão
decisivo impacto sobre a minha vida, e que tocou em muitas vidas
ao redor do mundo. Com base naquilo que Deus fez na vida dela,
podemos aprender mais sobre o que ele pode fazer em nossa vida,
através da Unção.
Nascida a 9 de maio de 1907, perto de Concórdia, estado do
Missouri, Kathryn cresceu e se tornou uma adolescente alta e
ruiva, cheia de esperteza, dotada de vontade forte e de mente
brilhante. Ela aceitou a Jesus como seu salvador quando estava
com catorze anos, sob o ministério de um evangelista batista,
durante uma típica serie de reuniões de reavivamento, em uma
pequena igreja metodista. A experiência dela em muitos sentidos
foi uma previsão dos anos que se seguiriam. Deixando
boquiabertos os seus familiares, a igreja e todos os habitantes da
cidade, ela foi dominada pelo Espírito Santo, soluçando, tremendo
e caindo no chão, debaixo de profunda convicção, diante do
púlpito.
Anos mais tarde, ela confessou: “O mundo inteiro mudou
para mim”.
Pude simpatizar plenamente com os soluções e os tremores.
Somente poucos anos depois de sua conversão, ela aliou-se a
sua irmã, Myrtle, e o marido desta, em uma viagem evangelística
ao longo da estrada. E, logo, sentindo cada vez maior
responsabilidade pelos perdidos, ela deu inicio ao seu próprio
ministério de viagens evangelísticas. Acompanhada pala pianista
Helen Gulliford, ela ministrou por diversos anos, por todos os
estados do meio-oeste e do oeste do país. Finalmente fixou-se por
algum tempo em Denver, no estado do Colorado, onde ela em
breve atrairia numerosas multidões, em reuniões efetuadas em um
armazém.
Daquelas reuniões, em 1933, no clímax da Depressão, surgiu
o Denver Revival Tabernacle, uma grande obra evangélica que
floresceu. Durante aquele período ela foi uma grande pregadora
do evangelho, conduzindo centenas e centenas de pessoas aos pés
do Senhor. Embora ocorressem curas mediante a oração, conforme
sucede em tantos ministérios evangélicos, seus milagres poderosos
ainda estavam distantes. Mas um quase-desastre estava próximo.
Afortunadamente, Deus traçara um plano para ultrapassar a
fraqueza de Kathryn.
Em 1937, ela convidou um simpático e alto evangelista de
nome Burroughs Waltrip, para ministrar no tabernáculo. Ele ficou
por dois meses ali. Embora ele ainda estivesse casado, tinha
abandonado sua esposa e filhos da maneira mais odiosa. Kathryn
perdeu todo o bom senso e se apaixonou por ele. Finalmente,
quando ele se divorciou de sua esposa, Kathryn casou-se com ele,
apesar dos apelos e advertências daqueles que a cercavam. Então
ela seguiu Waltrip ao estado de Iowa.
O explosivo ministério dela entrou em colapso, embora
porções do trabalho de Denver continuasse, sob outros lideres.
O ministério de Waltrip também fracassou em Iowa e, assim,
eles partiram dali e ficaram viajando por todo o meio-oeste e o
oeste do país, algumas vezes ministrando juntos, mas, mais
freqüentemente ela se sentava em silencio na plataforma, enquanto
ele ministrava. Por causa da graça de Deus, pessoas eram salvas
amiúde, e eram abençoadas sob o ministério deles, mas a vida
espiritual foi-se escoando de ambos, especialmente no caso dela.
Kathryn tinha-se afastado do seu primeiro real amor, o
Senhor Jesus Cristo, e estava morrendo. De acordo com Jamie
Buckingham, autor e pastor, por muitos anos ela sabia que seria
uma crente diferente. A sua chamada era tão profunda, tão
irreversível que, depois de cerca de seis anos, ela não podia mais
tolerar a sua miséria. Waltrip também sabia que assim era, mas foi
Kathryn quem tomou a iniciativa.
Em Daugther of Destiny (Filha do destino), um livro que
Buckingham escreveu acerca da Srta. Kuhlman, depois da morte
dela, ele citou a respeito daquela critica transição em sua vida:
Eu tinha de fazer uma escolha! Eu serviria ao
homem a quem amava ou a Deus a quem amava? Eu
sabia que não podia servir a Deus e viver com o Patrão.
[Ela chamava Waltrip de “Patrão”, desde a primeira
vez em que se conheceram]. Ninguém jamais
conhecerá a dor de ir morrendo conforme a tenho
conhecido, porquanto amo a ele mais do que amo a
própria vida. E durante algum tempo, amei mais a ele
do que a Deus. Mas, finalmente, eu disse a ele que
tinha de deixá-lo, pois Deus nunca me havia liberado
daquela chamada original. Não somente eu viva com
ele, mas também tinha de conviver com a minha
própria consciência, e a convicção do Espírito Santo
era quase insuportável. Eu estava cansada de tentar
justificar-me. Estava cansada. Certa tarde, deixei o
apartamento – em um dos arrabaldes de Los Angeles –
e me vi caminhando por uma rua ladeada e sombreada
por arvores. A luz do sol passava pelos galhos que se
estendiam por cima de mim. No fim do quarteirão
havia uma placa que dizia “Beco sem saída”. Meu
coração se confrangia de maneira tão profunda que
não sei traduzir por meio de palavras. Se você pensa
que é fácil chegar à cruz, então é simplesmente
porque você nunca esteve diante dela. Eu já estive. Eu
sei. E tinha de fazer aquilo sozinha. Eu desconhecia
totalmente o maravilhoso enchimento do Espírito
Santo. Nada sabia sobre o poder da toda-poderosa
terceira pessoa da Trindade, que se coloca a
disposição de todos os crentes. Eu sabia apenas que
eram quatro horas da tarde de um sábado e que eu
havia chegado a um ponto, em minha vida, em que
estava disposta a desistir absolutamente de tudo – até
mesmo do Patrão. Então eu disse, em voz alta:
“Querido Jesus, entrego-te tudo. Deixo tudo aos teus
cuidados. Toma meu corpo. Toma meu coração. Tudo
quanto sou é teu. Confio-me as tuas maravilhosas
mãos”.
Kathryn acabou reconhecendo que, durante quase seis anos,
ela vinha enganando a si mesma. Ela tinha pregado e buscado as
bênçãos de Deus, sem estar vivendo de acordo com os preceitos
dele. Ela havia pecado. Mas arrependeu-se, tendo feito meia volta
naquela tarde de sábado. Ela morreu, pois tornara-se como uma
semente disposta a cair no chão e ser sepultada. Nas palavras de
Buckingham: “Ela voltou-se e começou a voltar ao começo do beco
onde havia entrado”. Ela estava sozinha, exceto que contava com o
Deus amoroso e perdoador. Muitos anos mais tarde, ela exclamou,
emocionada, com suave voz: “Ninguém jamais saberá o que este
ministério me custou. Somente Jesus”.
Anos depois, discuti com Maggie Harner a “morte” de
Kathryn, e ela me forneceu um profundo discernimento – um
discernimento que será proveitoso para todos nós. Por ocasião de
seu arrependimento, quando se voltou de novo para o Senhor,
Kathryn ficou compreensivelmente dominada pela tristeza e pelo
senso de culpa. Houve um momento em que o Senhor lhe
perguntou: “Kathryn, eu já perdoei você?” Ela respondeu: “Sim”.
Então o Senhor lhe disse: “Eu me esqueci de tudo, e em meu livro
nada disso jamais aconteceu”.
Daquele momento em diante, até aos seus últimos dias de
vida, ela nunca mais falou sobre a questão, tratando-a conforme
Deus lhe dissera que ele fizera.
De acordo com as Escrituras, Deus lança para trás de suas
costas os pecados que ele perdoa e nunca mais olha para eles.
Esses pecados ficam distantes dele como o Ocidente dista do
Oriente. Se você voltar a pedir-lhe perdão, ele realmente não
saberá do que você está falando. Arrependimento. A purificação
no sangue de Cristo. Perdão. Uma folha em branco. Quem era
Kathryn Kuhlman para que ela tratasse o pecado de uma maneira
contraria a Deus? O pecado perdoado nunca aconteceu.
Abre-se a Porta
Dois anos mais tarde, depois de muitas subidas e descidas e
de muita rejeição, por haver sido uma mulher que se tinha casado
com um homem divorciado, a Srta. Kuhlman desceu de um ônibus
em Franklin, na parte ocidental do estado da Pennsylvania. A
porta, finalmente, estava prestes a abrir-se.
Ela deu inicio a uma longa permanecia no Gospel Tabernacle
e, durante esse tempo, deu inicio a um ministério pela radio que
haveria de prosperar e que, por estágios, haveria de atingir a
America do Norte de um extremo ao outro. Eventualmente, ela
aterrissou em Pittsburgh, que deveria ser a sede de seu notável
ministério.
Durante o seu período em Franklin, ela começou a lutar e a
debater-se com a questão das curas. Algumas vezes, ela pregava
sobre curas, e as pessoas eram curadas, mas essa não era uma das
ênfases de seu ministério, que se voltava para conduzir pessoas ao
novo nascimento, por meio de Cristo. “Em meu coração eu sabia
da realidade das curas”, disse ela a Buckingham, muitos anos mais
tarde. “Eu tinha visto as evidencias, da parte de pessoas que
tinham sido curadas. Trata-se de algo real e genuíno; mas qual será
a sua chave?”
Um dia, ela viu uma faixa de propaganda acerca de uma
reunião em tenda, em Erie, que anunciava um “evangelista de
curas divinas”, e resolveu fazer-se presente. Talvez ela descobrisse
a chave. Mas não foi ali que ela achou a chave. O evangelista era
vocifero, sem vergonha e acrobático, o que era a ultima coisa que
ela queria ser em seu próprio ministério. A audiência parecia
enlouquecer, enquanto ele gritava; todos gritavam, uivavam e
rangiam os dentes. Ela viu evidencias de fraude nas reivindicações
de cura, e isso a levou as lagrimas. Muitas pessoas estavam sendo
criticadas por sua falta de fé, o que as deixava em condições de
desespero e desesperança.
Mas Kathryn, embora de coração partido, ainda assim
confiava na Palavra de Deus e voltou-se para ela, a fim de obter
ajuda.
Mas houve um avanço a 27 de abril de 1947, quando ela deu
inicio a uma serie de ensinos sobre o Espírito Santo. Quero
reimprimir aqui porções desse ensino, segundo aparece no livro de
Buckingham, porquanto contem uma verdade que deveria moldar
o ministério da Srta. Kuhlman pelo resto de sua vida:
Vejo em minha mente as três pessoas da
Trindade, sentadas diante de uma grande mesa de
conferencia, antes de ter ocorrido a formação da
terra. Deus, o Pai Santo, transmitiu aos outros as
noticias que, embora ele viesse a criar o homem para
ter comunhão com ele, esse homem haveria de cair em
pecado – quebrando essa comunhão. A única maneira
de restaurar essa comunhão seria que um dos três
pagasse o preço por esse pecado. Pois, se um dos três
não pagasse a divida, então o próprio homem teria de
pagar o preço sob a forma de infelicidade,
enfermidade, morte e, finalmente, o inferno eterno.
Quando Deus Pai terminou de falar, seu Filho, Jesus,
falou: “Eu irei. Adquirirei a forma humana e assim
descerei a terra para pagar esse preço. Estou
disposto a morrer encravado em uma cruz, a fim de
que o homem possa ser restaurado ao companheirismo
perfeito conosco.” E, então, Jesus voltou-se para o
Espírito Santo e disse: “Mas eu não poderei ir a menos
que vás comigo – pois és tu quem brande o poder.” O
Espírito Santo retrucou: “Irás adiante. E, chegando o
tempo certo, reunir-me-ei a ti, na terra”. E assim
Jesus veio a este mundo, nascendo em uma
manjedoura e crescendo até tornar-se homem adulto.
Mas, embora fosse o próprio Filho de Deus, faltavalhe
poder. Mas então veio aquele magnificente
momento, no rio Jordão, quando Jesus, ao subir das
águas batismais, olhou para cima e viu o Espírito Santo
descer sobre ele em forma corpórea de pomba. Aquele
deve ter sido um dos grandes momentos de Jesus,
enquanto esteve neste mundo, na carne. E quase posso
ouvir o Espírito Santo sussurrar em seus ouvidos:
“Agora, estou contigo. Nossa agenda está em dia.
Agora as coisas começarão de fato a acontecer”. E
assim foi. Cheio do Espírito Santo, ele foi subitamente
dotado da capacidade de curar os enfermos, levando
os cegos a verem, e até ressuscitando mortos. Foi um
período de milagres. Por três anos os dois continuaram
agindo, até que, conforme a Bíblia diz, ele “entregou
seu Espírito”, quando, então, o Espírito retornou ao Pai
Santo. Depois que o corpo de Jesus foi depositado em
um tumulo, ao terceiro dia, a poderosa terceira pessoa
da Trindade, o Espírito Santo, retornou. Jesus saiu do
sepulcro em um corpo glorificado. Jesus não mais
realizou milagres, durante o breve período em que
continuou na terra, mas fez aos seus seguidores uma
grande promessa – a maior promessa de todas, a Bíblia
completa. Ele disse que o mesmo Espírito que tinha
vivido nele voltaria para viver em todos quantos
abrissem suas vidas ao poder dele. As mesmas coisas
que Jesus tinha feito, seus seguidores também as
fariam. De fato, fariam coisas ainda maiores,
porquanto agora o Espírito não se limitaria a um só
corpo – mas teria liberdade de entrar em todos, de
todos os lugares, que o quisessem receber. As ultimas
palavras que Jesus disse, antes de voltar para o céu,
foram: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o
Espírito Santo” (At 1,8 V.R.). Deus Pai lhe havia dado o
dom do Espírito; e agora ele estava passando o mesmo
dom para a igreja. Todas as igrejas deveriam estar
experimentando os milagres do Pentecostes. Todas as
igrejas deveriam estar testemunhando as curas
referidas no livro de Atos. Esse dom destina-se a
todos nós.
A Reação Foi Imediata
Na noite seguinte, quando Kathryn levantou-se para pregar,
uma mulher correu para a frente, uma das mãos erguida.
“Kathryn, posso dizer uma coisa?”, solicitou ela.
A Srta. Kuhlman, embora não estivesse acostumada com esse
tipo de interrupção, ainda assim respondeu conforme milhares de
pessoas haveriam de ouvi-la dizer: “Vamos lá, querida,
naturalmente você pode dizer alguma coisa”.
“Na noite passada, quando você estava pregando, eu fui
curada”, disse ela com voz suave.
Kathryn, provavelmente pela única vez em toda a sua vida,
ficou sem fala. Ela não tinha nem tocado e nem visto a mulher, e
muito menos tinha orado por ela.
“Onde você estava?”, conseguiu perguntar Kathryn.
“Sentada ali, no auditório.”
Kathryn perguntou de novo: “E como você sabe que foi
curada?”
“Eu tinha um tumor, que já havia sido diagnosticado por
meu médico. Mas quando você estava pregando, algo aconteceu
em meu corpo. Eu estava tão certa de que tinha sido curada que
voltei a consultar meu médico, esta manhã, para que ele me
examinasse. E o tumor havia desaparecido.”
A Unção miraculosa tinha chegado.
Outra cura ocorreu no domingo seguinte, e no outro também
e assim por diante, quando Deus começou a manifestar-se
poderosamente no ministério dela, até que o Senhor a tomou para
si, no ano de 1976.
Nem todos os crentes são chamados ou dotados para curar
outras pessoas, a semelhança do que aconteceu com Kathryn. Mas
se você estiver disposto a entregar tudo a Deus, sem importar qual
o custo, ele ungirá a sua vida, orientando para que você opere
grandes obras para ele, mediante o poder de seu magnificente
Espírito Santo. Você está disposto a pagar o preço? Lembre-se de
que você não pode dar mais a Deus do que ele pode dar-lhe.
Qualquer coisa de que você desista e entregue a ele, ele haverá de
devolver-lhe por meio de uma unção como jamais poderia
imaginar.
7. Que É?
As pessoas podem encontrar muitos ensinos e verdades
indescritíveis na Bíblia. Uma dessas verdades gira em torno da
gloria de Deus. Mas em que consiste essa gloria?
Alguns associam a gloria divina com alguma experiência
intima com Deus que possam ter tido – uma experiência na qual
Deus lhes pareceu tão próximo. E, no entanto, ficam procurando
palavras na tentativa de explicá-la.
A verdade é que a gloria de Deus é a pessoa e a presença de
Deus – a gloria é o Espírito Santo. Quando alguém experimentar a
presença de Deus – a avassaladora percepção de que o Deus Todopoderoso
está tão perto, quando o crente quase pode estender a
mão e tocar nele – então esse crente terá experimentado a gloria de
Deus. Esse crente sente o calor de seu amor, o consolo de sua paz.
Essa é uma unção, e, em certo sentido, naturalmente, é uma unção
que traz consigo a presença do Senhor.
A maravilhosa experiência da presença de Deus nos faz
indagar: “Quem sou eu para que tu, o criador do universo, me
tenhas permitido estar em tua presença?” Trata-se da mesma
pergunta que o salmista Davi formulou:
Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e
as estrelas que preparaste;
que é o homem, para que te lembres dele?
e o filho do homem, para que o visites? (Sl 8.3,4.)
Quando experimentamos a presença e a gloria de Deus,
quedamo-nos profundamente admirados. Como é possível que
Deus, que é tão grande, que criou tudo quanto existe, e, no
entanto, pequeno o bastante, se assim quisermos colocar a questão,
ao ponto de aproximar-se de nós – uma partícula de poeira sobre o
qual ele soprou – para que conhecêssemos a intimidade de sua
presença e de seu amor? Sentimo-nos então como se tivéssemos
sido conduzidos a sala do trono dos céus, para termos uma
audiência particular com Deus. Seus braços parecem envolver-nos
e acolher-nos em seu amor. Os cuidados do mundo tornam-se
totalmente desinteressantes.
Mas há mais ainda. Quando chega a presença de Deus, os
atributos de Deus também chegam. Pense o leitor na experiência
de Moises, conforme a lemos em Êxodo 33.18 ss.
“Então ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória.”
Notemos o pedido de moises. Ele pediu para ver a gloria de Deus,
acreditando que ela podia ser experimentada e conhecida.
E Deus respondeu: “Farei passar toda a minha bondade por
diante de ti, e apregoarei o nome do SENHOR diante de ti; e terei
misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de
quem eu me compadecer”.
Sim, bondade, misericórdia e compaixão seriam exibidas a
Moises, de uma maneira concreta e visível. E com a presença viria
a natureza – os próprios atributos de Deus. Vejamos o que
sucedeu, conforme se lê alguns versículos adiante:
E o SENHOR desceu numa nuvem e se pôs ali junto a
ele; e ele apregoou o nome do Senhor.
Passando, pois, o Senhor perante ele, clamou: O Jeova,
o Senhor Deus, misericordioso e piedoso, tardio em
irar-se e grande em beneficência e verdade;
Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a
iniqüidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado
não tem por inocente; que visita a iniqüidade dos pais
sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à
terceira e quarta geração. (Êx 34:5-7)
A gloria ou presença de Deus é acompanhada pelos atributos
de Deus: graça, misericórdia, perdao, compaixao, bondade.
Vidas são transformadas por toda a eternidade. Em suma, o
Espírito Santo produz em nós fruto do Espírito, conforme a
descriçao de Galatas 5.22,23. E o fruto do Espírito deve manifestarse
antes que possa haver a unção para o seviço.
Então Haverá Poder
Sim, a presença de Deus consiste em sua gloria, em sua
personalidade, em seus atributos. Deus Espírito Santo é uma
pessoa que procura, anelante e amorosamente, tornar conhecida
para nós a sua presença. E é possível, agora e para sempre, viver
na presença do Senhor.
Desejo que você experimente a verdade de que a presença do
Espírito Santo pode e deve conduzir você a receber a unção para
servir ao Senhor. Sim, a presença antecede a unção.
Em que consiste a unção? A unção é o poder de Deus.
Repita comigo, em voz alta: A unção é o poder de Deus.
Simples? É verdade – embora estejamos falando sobre um
poder que ultrapassa qualquer coisa que o homem é capaz de
gerar. Esse é o poder que trouxe a existência os céus e a terra. Esse
é o poder que criou o homem. Esse é o poder que ressuscitou a
Jesus dentre os mortos. Esse é o poder que trará o Senhor Jesus da
mão direita do Pai a terra, no momento determinado, e que fará
todas as coisas se tornarem novas, inéditas.
Quero que você entenda isto: A presença de Deus Espírito
Santo conduz à unção do Espírito, que é o poder de Deus, e o
poder de Deus produz as manifestações da presença. A própria
unção — a unção do Espírito Santo — não pode ser vista, mas o
poder, suas manifestações, seus efeitos, podem e devem ser vistos.
Eis a razão pela qual eu a chamo de "a unção tangível". Isso, é lógico,
harmoniza-se com o ensino do Senhor a Nicodemos, em João 3.8,
onde lemos que o Espírito sopra como o vento, no qual caso os
seus efeitos podem ser percebidos.
Para além da própria mensagem da salvação, as mais
explosivas palavras das Escrituras são aquelas que saíram dos
lábios do próprio Cristo, conforme o registro de Atos 1.8. Essas
palavras são vitais para a verdade da unção:
... mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo,
e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a
Judéia e Samaria, e até os confins da terra (V. R.).
Tremendo! Recebereis poder — a unção e os dons espirituais—
depois que o Espírito Santo — a presença, a pessoa e o fruto —
descer sobre vós!
Está percebendo? O fruto do Espírito, tão em falta nas igrejas
de nossos dias, está vinculado à presença de Deus. Os dons e o
ministério de Deus, também tristemente ausentes, estão ligados ao
poder de Deus.
Em que consiste o fruto do Espírito? Essas são as qualidades
ou características — os atributos — de uma pessoa, nesse caso,
Deus. O fruto do Espírito começa dentro do crente, onde Deus está.
É como se Deus tivesse dito: "Eu chegarei, e meu fruto virá comigo.
Eu partirei, e o meu fruto irá comigo".
Não se dá a mesma coisa com o poder. O poder de Deus
desce sobre o crente, como um dom e permanece com o crente.
Conforme Paulo escreveu aos crentes de Roma, falando sobre a
atual e a futura condições dos judeus: "porque os dons e a
vocação de Deus são irrevogáveis" (Rm 11.29, V. A.). É verdade,
não se trata de uma verdade fácil de aceitar; mas é possível que a
presença se retire e que os dons permaneçam, pelo menos durante
algum tempo. Mas isso, finalmente, só poderá conduzir ao desastre.
Deus Não Está Dividido
O fruto do Espírito, que vem com a presença de Deus, não é
algo progressivo, e, sim, instantâneo. Nada existe na Bíblia que sugira
que o fruto entra na vida de um crente e, então, "cresce". Lembrese:
Não se trata de atributos ou qualidades; pertencerem a Deus. Ele
não se divide, quando vem viver no crente, e nem cresce dentro
dele. Ele vem com a sua fidelidade. Características justas devem e
podem rebrilhar na vida do crente desde o instante em que o
Espírito vem residir nele. O crente fica com o Espírito por inteiro!
Por conseguinte, o fruto do Espírito deve rebrilhar no crente
quando este for nomeado embaixador de Deus. Esse fruto deve
tocar e afetar a vida de cada pessoa em que você chegar a tocar,
porquanto é mister mais do que ousadia e uma voz altissonante para
que você seja um embaixador do evangelho enviado ao mundo.
Pare por um momento e medite. Pense com honestidade.
Está acontecendo assim em sua vida? Em caso negativo, a questão
não envolve nem a unção nem o poder. A questão envolverá a
presença do Espírito Santo. Está você experimentando essa
presença dia após dia, momento após momento?
Estou certo de que você está argumentando dentro de si
mesmo: "Ora, vamos, Benny, o fruto do Espírito precisa de
tempo para desenvolver-se".
Não, meu amigo, você está enganado! Considere o caso de
Paulo, anteriormente conhecido por Saulo, um homem derrubado
pelo Espírito de Deus na estrada para Damasco. Ele caiu, mas, ao
levantar-se, já era um novo homem. Ele tinha sido homicida, mas
imediatamente depois de sua experiência com a presença de Deus
Filho, por meio de Deus Espírito Santo, ele não era mais um
homicida. Antes disso, ele não tivera nenhum conhecimento
genuíno de Deus. De súbito, entretanto, passou a conhecer a Deus e a
viver para ele. Dispôs-se mesmo a morrer pelo Senhor. Não foram
necessários dez anos para ele mudar.
Paulo estava debaixo do poder de Deus e ouviu a voz do
Senhor. Ezequiel ficou sob o poder de Deus e ouviu a sua voz. Por
quê? Porque o Senhor estava presente, e a presença de Deus
produziu virtude. Há casos similares por toda a Bíblia.
Meu amigo, a voz de Deus é ouvida na presença de Deus, e
isso capacita o crente que recebeu a unção a proferir palavras que
produzam resultados. Vou repetir: A presença de Deus traz a voz de
Deus; os dons de Deus trazem a voz do crente. Por isso, em Atos l.8,
Jesus disse que, ao receberem poder, eles seriam suas testemunhas. O
poder é dado para que o crente possa servir, e não para que se
exiba.
Poder Desde o Começo
Os crentes tendem por pensar no Espírito Santo somente dentro
do contexto do Novo Testamento, mas isso constitui um erro. O
tremendo poder do Espírito Santo manifestou-se por ocasião da
criação, além de outras ocasiões na história da redenção. Diz-nos
Gênesis 1.2 que, quando a terra estava sem forma e vazia, e
pairavam trevas sobre a face do abismo, "o Espírito de Deus se
movia sobre a face das águas". O Espírito Santo esteve presente na
criação como parte da Deidade, como a primeira manifestação de
Deus sobre a terra. Ele será sempre a primeira manifestação em sua
vida.
Enquanto estivermos a estudar a unção do Espírito Santo,
que é o poder de Deus, quero que você nunca se esqueça de quem
é o Espírito. Algumas vezes ele é representado como uma pomba,
mas ele não é tal. De outras vezes, ele é representado como uma
chama de fogo, mas ele também não é tal coisa. De outras vezes, ele
é simbolizado por meio do azeite, da água ou do vento, mas ele não
é nenhuma dessas coisas.
Ele é um ser espiritual. Mas embora não seja dotado de forma
física, ele é uma pessoa mais real do que você ou eu. Ele é a pessoa
que exerce o poder da Deidade.
Não é realmente de estranhar, através da história, que o
homem sempre tenha buscado poder, mas que hoje em dia, tal
como anteriormente, os homens e as mulheres geralmente tentem
edificar e exibir o seu próprio poder, em vez de abraçarem o maior e
mais autêntico poder que existe? Eles tentaram isso ao tempo da
torre de Babel [Gn 11], e até hoje estão tentando. Quando ocorrer o
tremendo abalo produzido por Deus [Hb 12.26], o maior de todos os
poderes humanos se esfarelará e tornar-se-á mera poeira.
A força combinada de todas as bombas nucleares que existem,
que têm sido fabricadas neste mundo assustador, a energia
combinada de todo dilúvio e furacão que possa atingir o globo
terrestre, e a força combinada de Satanás e de todos os demônios a
ele escravizados, são como um foguetinho que deu xabu, em
comparação com o poder do Deus Todo-Poderoso, o criador dos
céus e da terra.
Ora, meu querido leitor, esse é o poder com o qual o Senhor
deseja revesti-lo.
Apesar da rebeldia que se manifesta em grande parte da
sociedade em geral, milhões de pessoas semelhantes a você estão
famintas pela realidade que só pode ser encontrada no verdadeiro
Deus. Eis a razão pela qual nossas cruzadas mensais de milagres,
por todos os Estados Unidos, estão atraindo multidões incontáveis
a cada um dos lugares aonde vamos. Quando conseguimos acolher
quinze mil crentes entusiasmados, somos forçados a despedir cerca
de quatro mil interessados desapontados, por falta de espaço. Como
você está vendo, Deus tem resolvido mover-se com um
extraordinário poder em nossos dias, honrando a pregação do
evangelho com sinais e prodígios, conforme ele disse nas Escrituras que
faria. É óbvio que estamos em um período importantíssimo da história. E
nós — todos nós — precisamos da unção do Espírito Santo a fim de
cumprirmos os papéis para os quais o Senhor nos está chamando. Quanto
a mim, estou totalmente otimista. Ele fará aquilo que prometeu.
O propósito deste livro é ajudar você a satisfazer essa
necessidade em sua vida.
8. Você Precisa Ter Isso
A unção é algo indispensável se você realmente quiser ser
usado por Deus, sem importar qual seja a sua posição. A unção
envolve uma responsabilidade maior do que a presença de Deus,
mas você não pode realmente ser usado por Deus sem essa unção.
A presença de Deus pode ser uma bênção sua, e você pode
ter comunhão regular com Deus, amando-o, andando com ele, e
mesmo assim não ter nenhum ministério. Mas no segundo em que
você pisar no ministério, precisará do poder de lutar contra os
demônios, as enfermidades e as hostes do inferno. Sem importar
qual seja a sua chamada ministerial, você precisará do poder da
unção a fim de cumprir a sua chamada. Sem a unção do Espírito,
jamais conseguirá realizar aquilo que Deus quiser que você faça.
Não estou exagerando a importância da unção; ela será algo
obrigatório, se você for chamado para servir ao Senhor. Sem essa
unção, não haverá crescimento, nem bênção, nem vitória em seu
ministério.
Sim, por mais severo que possa parecer, posso contar com a
maravilhosa presença de Deus em minha vida — e eu nunca a
trocaria por qualquer outra coisa — e posso postar-me por detrás de
um púlpito e ministrar, porém, se não houver poder, somente eu me
sentirei bem. As outras pessoas não verão absolutamente nada. É
verdade que elas poderiam sentir a sua presença, mas todos
deveríamos senti-la, como crentes que somos. Não haverá salvação,
nem curas, e nem os demônios serão amarrados. O poder de Deus
é imprescindível.
Lembre-se de como ressaltei estas palavras, ditas pelo Senhor
Jesus, antes de ele ascender ao céu: “... recebereis poder, ao descer
sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas..." (At 1.8,
V. R.). Tendo visto o poder de Deus, três mil almas foram salvas
em um único dia, e logo os crentes já eram cinco mil, e toda a cidade
de Jerusalém foi abalada. Esse é o poder que você precisa ter em
qualquer culto a Deus. Isso, combinado com o senso da presença de
Deus, será a mais extraordinária vantagem que você poderá ter em
sua vida.
Quando me ponho por detrás do púlpito, eu sempre digo:
"Senhor, por favor, unge-me hoje, pois, de outro modo, minhas
palavras serão mortas"; e eu sei, sem qualquer dúvida, que, se o
Senhor preferisse não revestir-me com o seu poder, eu não teria
qualquer igreja. Nenhuma vida humana seria transformada,
nenhuma alma seria salva, nenhum corpo doente seria curado.
Haverá o Incremento do Poder
Ora, quando você prosseguir com a unção que Deus lhe tiver
dado, ele confiará a você maior unção ainda. Como você deve estar
percebendo, a presença que desceu sobre mim, em 1973, naquele
quarto, em Toronto, em nada mudou. Ela continua sendo a mesma
presença. Continua sendo a mesma maravilhosa intimidade. É verdade
que o tempo nos permite nos achegarmos mais perto do Senhor,
porquanto vamos conhecendo-o melhor, e ele vai nos ensinando
mais; mas a presença é a mesma.
Por outra parte, a unção divina aumenta. Deus dá um pouco
de unção a um crente e fica olhando. Então ele dá mais. Mas antes
que ele nos dê maior unção, há lições adicionais que precisam ser
aprendidas, há batalhas que precisam ser ganhas.
De cada vez em que a unção do Senhor aumenta em mim, por
exemplo, passo por um período em que aprendo novas coisas
sobre ele e sobre os seus caminhos — por ministério. De alguma
maneira, o Senhor não queria que eu perguntasse o que seria. "Não
me pergunte." Isso foi tudo quanto ouvi da parte do Senhor.
No prosseguimento do culto, impus as mãos sobre uma
pessoa que estava precisando de ajuda, e nada aconteceu. Outra
pessoa aproximou-se, e nada aconteceu. Ninguém caiu sob o
poder de Deus, nada. Após a terceira pessoa, eu estava em
frangalhos em meus nervos.
Então, algo dentro de mim continuava sussurrando: "Diz: O
poder do Espírito está passando por ti".
"Por que eu deveria dizer isso?" Veio a quarta pessoa. Nada.
Então veio a quinta. Nada. E a sugestão continuava insistindo:
"Diz: O poder do Espírito está passando por ti".
Finalmente, comecei a pescar a idéia. "Senhor, estás
querendo ensinar-me algo novo?"
"Começa a fazer o que te estou ordenando", replicou o
Senhor.
Finalmente, a pessoa seguinte aproximou-se e eu disse: "O
poder do Espírito está passando por ti". Bang! A pessoa caiu por
terra. Veio a próxima pessoa, a mesma coisa; e a próxima, também.
"Que estará acontecendo?", perguntei a mim mesmo.
Finalmente, percebi que a unção depende das minhas palavras.
Deus não se moveria enquanto eu não falasse. Por quê? Porque ele
nos tornou seus cooperadores. Ele estabeleceu as coisas dessa
maneira.
Essa lição continuou naqueles primeiros dias. Naqueles
tempos, as pessoas eram curadas, mas não enquanto ainda estavam
em seus assentos. Elas precisavam vir à frente, e eu lhes impunha
as mãos, antes que ocorressem as curas. Mas um dia ouvi aquela
voz interior: "Repreende publicamente as enfermidades". Tive um
diálogo com o Senhor parecido com o exemplo dado acima. E,
finalmente, eu disse em voz alta: "Repreendo todas as enfermidades
existentes neste lugar, em nome de Jesus".
O Senhor disse, dentro de mim: "Repete".
Atendi ao Senhor. "Repreendendo todas as enfermidades
existentes neste lugar, em nome de Jesus".
"De novo", disse ele.
Assim, repeti a ordem pela terceira vez. Então aconteceu a
coisa mais notável. Instantaneamente eu sabia que alguém, nas
galerias, estava sendo curado; e, então, falei exatamente conforme
eu tinha ouvido: "Os quadris e as pernas de alguém estão sendo
curados".
Por alguns momentos, que me pareceram intermináveis, não
houve reação; mas, então, uma mulher desceu e disse que ela tinha
sido curada no segundo em que eu tinha falado daquele jeito.
Daquele ponto em diante, comecei a aprender que a unção não
fluirá e nem beneficiará a ninguém se eu estiver com medo. Devo
usar as armas que o Senhor me deu: suas palavras e seu nome. Ele
disse: "Em meu nome, fazei isto".
Ora, o que passo a dizer é muito importante. Aqueles que
tentam usar essas armas em seu nome, mas não contam com a sua
presença e com a sua unção são insensatos. Todo aquele que
proferir as palavras: "Por suas pisaduras fui curado", mas que não
dispõe da presença do Senhor, estará apenas desperdiçando o seu
tempo.
Quero reiterar o que já esclareci: A presença de Deus entrou
em minha vida e teve comunhão comigo durante aquele ano,
quando eu estava sozinho com o Espírito Santo em meu quarto,
em Toronto. Ele me ajudou, me consolou e me ensinou. Depois de
algum tempo, ele me proporcionou a autoridade è o poder de
cumprir as suas palavras: "Em meu nome, expelirão demônios..."
"Em meu nome, imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão..."
Sim, "em meu nome".
Eu não estava falando e agindo com base na ignorância, mas
com base no conhecimento e na obediência. Eu o conhecia e lhe era
obediente. Esse é o segredo de toda essa questão. Se você tiver um
bom relacionamento com o Senhor e submeter-se às suas ordens, o
seu nome, será um tremendo poder em sua vida. Se não fizer isso,
você será escarnecido pelos demônios. Não, você precisa fluir de
acordo com a vontade de Deus, no serviço que prestar a Deus, a fim
de obter o poder de Deus.
Naturalmente, tem havido ocasiões em que penso que o Senhor
está indo em uma direção, mas isso não corresponde à realidade.
Quando isso acontece, enveredo pelo caminho errado e me
esborracho de cara no chão. Mas sempre consigo voltar ao caminho
certo, e a unção retorna.
O Princípio Que Envolve o Valente
Na década de 1980, eu continuava aprendendo. Estava eu na
companhia de Reinhard Bonnke, o evangelista curador dotado de
um incrível ministério na África, além de outros que estavam
servindo ao Senhor com grande poder. Aprendi muito da parte
deles, e sem dúvida continuarei aprendendo.
Por exemplo, ouvi um dia Bonnke clamar: "Tu, demônio da
cegueira, ordeno-te em nome de Jesus que saias!"
"Que será isso?" pensei. Eu nem ao menos sabia que havia visto
um demônio da cegueira. Não podia lembrar-me de ter visto
qualquer pessoa cega curada nos cultos dirigidos por mim; e, no
entanto, havia pessoas cegas que estavam sendo curadas nas
reuniões dirigidas por ele, a torto e a direito. Indaguei a mim
mesmo: "Puxa, será verdade?"
Assim, passei a experimentar baixar essa ordem, nos cultos
dirigidos por mim, e um maior número de pessoas cegas foi curado
do que eu poderia imaginar que fosse possível.
Continuando os meus estudos nas Escrituras, aprendi que o
Senhor sempre tratava diretamente com o valente. Ele nunca
tratava com demônios pequenos, mas sempre ia atrás dos demônios
grandes — os principados que exercem controle sobre os demônios
ordinários.
Em minhas cruzadas de curas, o Senhor com freqüência mostrame
algum valente, e, então, me dirijo diretamente a ele: "Tu,
espírito de enfermidade..." Ou então: "Tu, espírito da morte..." E é
então que ocorrem os milagres. O poder é incrível quando me dirijo ao
valente e ordeno: "No nome de Jesus, deixa essas pessoas em liberdade!"
Pode-se até ouvir a saída dos demônios. Vuuuu! O poder de Deus
manifesta-se por todo o salão.
Já ouvi pessoas gritarem, tomadas completamente de
surpresa, no momento em que são libertadas e curadas.
Dessa maneira, tenho aprendido cada vez mais a respeito da
unção. E isso levanta o ponto de conhecimento que devemos ter da
Bíblia. A unção depende de nossa obediência, é verdade; mas o
conhecimento da Bíblia também é uma das chaves da obediência.
Pois quanto mais sabemos a respeito de Deus, mais ele nos pode
confiar o seu poder.
Por muitas vezes medito sobre as perguntas da Sita.
Kuhlman: "Você realmente conhece o Senhor? Você sabe o que o
agrada?"
E penso que posso responder a ela: "Sim, Kathryn, eu
realmente penso que o conheço". Mas também penso que ainda
tenho muito para conhecê-lo; pois continuo aprendendo. Penso
que nunca deixarei de aprender. E penso que o mesmo acontecerá
com o meu leitor.
Por diversas vezes tenho chegado a um ponto onde sinto-me
capaz de dizer: "Consegui!" Mas somente para que o Senhor faça
algo inteiramente novo, que eu desconhecia. Deus é cheio de
surpresas. Ele fará coisas de uma maneira por algum tempo, e,
então, fluirá maior unção, e ele começará a fazer aquilo de modo
diferente — embora nunca de modo contrário à sua Palavra, como é
claro.
Gargalhadas em Lisboa
Durante uma reunião que dirigi em Lisboa, Portugal,
aprendi algo acerca do Senhor que até hoje me deixa admirado. A
questão girou em torno de uma mulher entre quarenta e quarenta e
cinco anos de idade, uma típica matrona com uma mantilha na
cabeça, mas que não demonstrava qualquer emoção, muito
tranqüila. Comecei a orar por ela, e, no segundo em que toquei nela,
ela caiu sob o poder do Espírito, tendo prorrompido em incríveis
gargalhadas. Seu rosto avermelhou-se instantaneamente, enquanto
ela se mostrava radiante de tanto rir — não de maneira ofensiva,
mas "de uma maneira linda.
Então, totalmente arrebatada, ela começou a rolar pelo chão
para cá e para lá, inteiramente transformada. Aquela mulher
normal, que antes parecia tão controlada, quieta, rosto
rechonchudo, sem qualquer maquiagem, simples, desandou nas
mais belas gargalhadas que eu já tinha visto e ouvido. E ela ficava
rolando para lá e para cá, para lá e pra cá. Pedi a meus assistentes
que não tocassem nela. A cena me tinha deixado tão comovido que
fiquei a observá-la, aprendendo algo novo a respeito do Espírito
Santo. Eu estava certo de que o episódio inteiro era belo demais
para ser algo produzido "pela carne". Na verdade, eu desejava
fazê-la parar para perguntar-lhe: "O que está acontecendo com
você?" Mas eu não podia; pois ela estava em um verdadeiro êxtase.
Quando, finalmente, ela parou, não conseguia falar; estava
simplesmente avassalada. Mas depois, através de um tradutor,
disse-me: "É impossível descrever". Quanto desejei poder falar o
português, para que pudesse aprender mais!
O Senhor ensinou-me algo novo naquele dia. Eu já tinha
ouvido Kathryn falar em gargalhadas santas, mas nunca havia
encontrado um caso similar. Desde aquela. ocasião, todavia, tenho
visto o fenômeno ocorrer por muitas vezes em meu ministério.
Quando o fenômeno não provém da carne, trata-se de um perfeito
exemplo de êxtase. Tenho anelado que o Senhor me dê
pessoalmente uma experiência assim, pois ele é verdadeiramente
maravilhoso em seu grande amor pelo seu povo.
Deus É o Chefe
Conforme já disse, o meu ministério deu enormes saltos para a
frente, em 1990, quando o Senhor disse-me para começar cruzadas
de milagres a cada mês, por todo o país, em adição ao meu
ministério pastoral regular, no Orlando Christian Center.
Tem havido muitos eventos deveras extraordinários. Um desses
acontecimentos que parece ocorrer em cada cruzada, usualmente
durante as reuniões de ensino, na manhã do segundo dia, é a
ordem dada pelo Senhor para que as pessoas se mantenham
caladas e quietas, olhos fechados e mãos erguidas. Então, o Senhor
me ordena: "Diz 'agora', e eu tocarei neles". Isso é tudo quanto ele
me diz para fazer: "Diz 'agora'".
É incrível! Quando assim faço, imediatamente ouço pessoas
ofegarem e até mesmo gritarem, quando o poder cai sobre elas.
Abro os olhos e invariavelmente duas terças partes das dez mil
pessoas ou mais, dentre os presentes, estão caídas no chão. Então
começam a ocorrer curas de todas as sortes, e Deus se faz
poderosamente conhecido.
Há também outras maneiras em que o Espírito sopra ar
fresco sobre nós. Para exemplificar isso, comecei a observar que
Deus estava curando ateus. Ele estava tocando em protestantes,
católicos, pentecostais, não-pentecostais, carismáticos, nãocarismáticos,
todo o mundo — incluindo pessoas que, em minha
opinião, ainda não tinham nascido de novo, nem estavam vivendo
para o Senhor, nem coisa semelhante.
Como é óbvio, devo aprender, e lembrar-me — como
também deve -dar-se com todos os crentes — que não posso
limitar a Deus. Não podemos dizer-lhe quem pode receber milagres
e quem não pode. E o nosso amor deve ser tão inclusivo quanto o
Dele.
Perguntei a um bem conhecido homem de Deus por qual razão
até pessoas incrédulas estavam sendo curadas, e ele perguntou: "A
quem Jesus costumava curar?"
Não tive outra resposta senão esta: "Você tem razão. Ele
curava os incrédulos".
Dessa forma, tenho estado a aprender — e a reaprender
também — que estamos tratando com a graça de Deus, e não com
as nossas próprias obras. Se Deus quiser mostrar misericórdia por
alguém que vem a uma de nossas reuniões por motivo de
curiosidade, ou talvez para zombar, a única coisa que poderei dizer
é: "Continuo a aprender".
9. Três Unções
As Escrituras revelam três tipos diferentes de unção do Espírito.
Tomar conhecimento desses três tipos nos ajudará a enfocar o
potencial do querido leitor como um crente.
A Unção do Leproso
Em primeiro lugar, há a unção do leproso. O capítulo catorze
de Levítico ensina que um leproso precisava ficar fora do
acampamento e que o sacerdote devia sair até ele e aplicar-lhe o
sangue do sacrifício, fazê-lo entrar no acampamento, aplicar
novamente o sangue e, então, ungi-lo com óleo, fazendo assim
"expiação por ele perante o Senhor" (Lv 14.1-18).
Todo crente regenerado passou pela unção do leproso, a qual
está ligada à salvação da alma. A lepra, nesse caso, é um tipo do
pecado, incurável no mundo atual, mas curável por Deus. O pecado
é o mesmo. O homem nada pode fazer para remover o pecado e os
seus efeitos.
Na purificação cerimonial do Antigo Testamento, era
aplicado o sangue dos animais sacrificados. No Novo Testamento,
descobrimos que a única cura para o pecado, nos dias dos apóstolos,
tal como hoje, é o sangue de Jesus Cristo. Os sacrifícios de animais
do livro de Levítico meramente olhavam para o perfeito sacrifício do
Cordeiro de Deus. Aqueles sacrifícios eram a sombra; e Jesus foi a
substância que projetou a sombra.
Em João l.29, João Batista viu Jesus, que se aproximava, e
exclamou: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!"
Para aqueles que vieram a conhecê-lo, Jesus era o Cordeiro de Deus.
Jesus foi o único sacrifício capaz de fazer propiciação pelos pecados
do mundo.
Nas purificações cerimoniais de Levítico, eram aplicados,
primeiramente, o sangue, e, então, o azeite. A aplicação do sangue
representava o sangue de Cristo, ao passo que a aplicação do
azeite indicava o toque e a influência do Espírito Santo sobre uma
vida.
Assim como o sangue de Jesus Cristo flui dele para todos
quantos invocam o seu nome, assim também a unção do leproso
cruza todas as barreiras nacionais e denominacionais. Pois quando
alguém experimenta a graça de Jesus Cristo, é o Espírito Santo
quem o convenceu do pecado e assegurou-lhe o perdão de Deus.
Assim é que, por ocasião da salvação, experimentamos a
primeira unção — a unção do leproso — que revela o poder do
sangue por meio do azeite da unção que se derrama sobre nós.
A Unção do Sacerdote
Como crente, purificado mediante o precioso sangue de
Cristo, regenerado e selado pelo Espírito, você pode e deve moverse
para um segundo tipo de unção: a unção sacerdotal. Um número
significativo de crentes não tem qualquer conhecimento desse nível
das atividades do Espírito Santo em sua vida; e, muito menos ainda,
não sabem como receber esse tipo de unção. Se você é um desses
crentes, que ainda não possui tal bênção, continue lendo, e você
descobrirá e entrará em uma unção adicional do poder de Deus.
Preciso enfatizar a importância desse passo, visto que todo
membro do corpo de Cristo deveria ter um ministério. E essa é a
unção que confere um ministério ou serviço para o Senhor,
incluindo a obra de conduzir almas a ele. Ainda não se deve falar em
serviço divino contra os demônios e as enfermidades, mas ministério
a ele como sacerdotes. Porquanto todos somos sacerdotes de Deus,
embora não necessariamente ordenados para postar-nos por detrás
de um púlpito e conduzir serviços evangelísticos e de curas
divinas.
Logo, se somos ministros de Deus, devemos possuir o poder
do Espírito para assim fazê-lo. Isso significa que devemos ser
batizados no Espírito Santo, que é a unção sacerdotal do Espírito
Santo sobre nós. Sem isso, os pastores realizarão pouco.
Ademais — e isso é importante —, a unção sacerdotal é
evidenciada através da unidade no corpo de Cristo, como vida no
reino de Deus. Com demasiada freqüência, tenho achado portadores
autonomeados dessa unção, que são lobos devoradores. Esses
indivíduos pensam que a chamada e o ministério "deles" são tão
notáveis que eles supervisionam o corpo de Cristo. Na verdade,
julgam-se supervisores de Deus.
Mas quando um crente passa pela genuína unção sacerdotal,
então ele se torna motivo de unidade e harmonia. Lembremo-nos
de Salmos 133.1, 2: "Oh! Como é bom e agradável viverem unidos
os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a
barba, a barba de Arão, e "desce para a gola de suas vestes" (V. A.).
Não existe tal coisa como uma unção sacerdotal privada; essa
unção ocorre na unidade, quando a igreja funciona como um corpo.
No dia de Pentecostes, segundo o livro de Atos, cento e vinte
crentes estavam "todos" reunidos — com um mesmo propósito —
no cenáculo, quando o Espírito Santo desceu sobre eles com fogo e
poder. Eles saíram daquele aposento para ministrarem ao Senhor,
testificando à multidão que se reuniu diante do lugar onde
estavam. Três mil pessoas foram salvas! Que unção! Deus estava
presente, como é lógico.
Essa unção sacerdotal não ocorre de uma vez por todas, como
no caso da unção do leproso. De acordo com o antigo pacto, os
sacerdotes eram ungidos com azeite todos os dias. Outro tanto se dá
no novo pacto. Você precisa de uma unção diária.
A unção sacerdotal produz a presença, a comunhão e o
companheirismo com o Espírito Santo. Daí procede o
conhecimento por revelação. Por ocasião da unção do leproso, somos
apresentados a Deus de uma maneira maravilhosa e extraordinária,
quando percebemos nossa total necessidade de Jesus Cristo. Mas,
na verdade, não compreendemos ainda muito mais do que isso.
É deveras entristecedor que muitos crentes, por sua própria
escolha, permanecem somente com a unção do leproso. Nunca
buscam mais do que isso. Eles simplesmente não se submetem.
Seus ouvidos tornam-se surdos; pois não ouvem a voz de Deus.
A Bíblia diz-nos claramente que Jesus ensinou: "As minhas
ovelhas ouvem a minha voz" (Jo 10.27). Se você é,
verdadeiramente, uma de suas ovelhas, e recebeu a unção
sacerdotal, então você poderá conhecer a presença do Senhor e ouvir
a voz gentil de Deus com regularidade. Não se trata de uma
experiência obtida de uma vez por todas; ela precisa ser renovada.
Algumas vezes, Deus revela verdades incríveis ao crente que já
recebeu a unção sacerdotal; e, de outras vezes, ele apenas permite
que você sinta o quanto ele o ama. Talvez ele corrija ou instrua ao
crente sobre alguma questão; talvez ele ponha em destaque alguma
passagem particular das Escrituras, enquanto o crente estiver lendo a
Palavra de Deus.
Embora raramente ou nunca o crente ouça uma voz audível,
Deus dispõe de muitas avenidas através das quais ele pode falar
com o crente. As comunicações regulares de Deus não dependem
de quão alto ele vier a falar, e, sim, de quão bem você o ouvir.
Lemos em Mateus 11.15: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça".
Você precisa passar alguns momentos tranqüilos com Deus, todos
os dias, a fim de que possa ser ouvida a sua voz ciciante. Enquanto
você lê as Escrituras, cultiva a comunhão com o Espírito Santo e dá
ouvidos a ele, você experimentará aquele refrigério diário que é
capaz de manter o seu coração abrasado de amor pelo Senhor.
A unção do leproso (a salvação) é uma experiência que
ocorre de uma vez para sempre. Deus jamais permitirá que você
se perca. Poderíamos imaginar a hipótese que você preferiria perecer
a ser salvo, para que pudesse perder-se.
A unção sacerdotal (a presença de Deus), por outra parte, pode
ser perdida; pois, se o pecado entrar em seu coração, a unção
desaparecerá. Eis a razão pela qual essa unção precisa ser
renovada diariamente. Mas ela nos confere o senso da presença de
Deus — tão próxima, tão real, que as lágrimas haverão de correrlhe
pelo rosto abaixo.
A Unção Real
Uma vez que você já experimentou a unção do leproso
(salvação) e também já recebeu a unção sacerdotal (batismo no
Espírito Santo), não estaque nesse ponto. Essas duas unções são
maravilhosas, porém mais uma unção ainda é possível.
Coisa alguma pode comparar-se com a unção real, a mais
poderosa de todas as unções. Essa unção eleva o crente a um lugar
de grande autoridade em Deus, conferindo-lhe autoridade sobre
os demônios, conferindo o poder de expelir demônios com uma única
palavra. Somente isso dará ao crente o poder de pôr os adversários
de Deus em fuga, conforme fazia o apóstolo Paulo, por exemplo.
A unção real é a mais difícil das unções para ser recebida.
Enquanto a unção do leproso é conferida ao indivíduo que aceita a
Jesus, e enquanto a unção sacerdotal ocorre quando o crente entra
em comunhão com Jesus, a unção real, por sua vez, vem quando o
crente obedece a Jesus.
É quando ouvimos a palavra rhema do Senhor, aquela
palavra dita para aquele momento — que diz "Assim diz o Senhor"
—, que recebe- mos a unção real. Sim, você precisa entender que há
a Palavra escrita, ou logos — a Bíblia. Mas isso ainda não nos
proporciona aquela unção real, embora o logos seja
tremendamente importante, tendo sido estabelecida no céu para
sempre.
Nas Cruzadas Há o Aumento da Unção
A unção real tornou-se mais pronunciada em minha vida
quando o Senhor me orientou, em 1990, a iniciar cruzadas mensais
pelo país, o que tenho feito desde então. Meramente obedeci, e a
unção extra se fez sentir, embora eu viesse crescendo rapidamente
nessa terceira unção. Sei que a unção mais profunda tem vindo
diretamente por meio da obediência.
Eu já conhecia essa unção desde antes, mas por ocasião
daquelas cruzadas imediatamente comecei a receber o poder de
expelir demônios de enfermidades e aflições, bem como a receber
diretrizes específicas sobre o que o Espírito Santo estava fazendo entre
as multidões de doze a quinze mil pessoas que vinham às reuniões a
cada noite. Centenas de curas comprovadas e milhares de conversões
têm ocorrido, incluindo pessoas que se levantaram de suas cadeiras de
rodas e deixaram de lado as suas muletas. Várias pessoas cegas
tiveram os seus olhos abertos, e ouvidos surdos receberam de volta a
audição, tudo devidamente comprovado.
Em uma cruzada em Tulsa, estado de Oklahoma, uma
mulher da cidade de Oklahoma chegou em uma cadeira de rodas, foi
curada daquilo que lhe fora descrito como síndrome de espinha
dorsal deslocada com danos nos servos e deformação óssea, estando
ela na plataforma, diante de milhares de pessoas. Ela anunciou que
seus médicos, de uma clínica da cidade de Oklahoma, lhe haviam
dito que ela nunca mais poderia andar. Ao ser examinada pelos
médicos, algum tempo mais tarde, ela respondeu que estava
"andando bem", sem precisar de cadeira de rodas. Também em
Tulsa, onde a unção real manifestou-se mui poderosamente,
uma mulher vinda da cidade de Hobbs, estado do Novo México, que
sofria de leucemia crônica, de acordo com o diagnóstico feito por
um médico de Albuquerque, foi curada; e mais tarde foram-lhe
entregues documentos que testificavam estar ela curada da leucemia.
Em meu programa diário pela televisão, o que também
resultou de uma ordem baixada pelo Senhor, no tempo do
mandato para que iniciássemos as cruzadas, mostramos cenas
rápidas das várias cruzadas, além de orarmos diretamente pelas
pessoas. Uma mulher, em Lãs Vegas, cujo diagnóstico era que ela
sofria de leucemia linfocítica, foi curada enquanto assistia o
programa pela televisão. Acura dela foi confirmada pelo seu médico,
o qual declarou que nunca tinha visto coisa que se comparasse com
aquilo. A companhia de seguros chegou a reduzir as suas taxas de
pagamento, quando ela mostrou documentos que confirmavam
a sua cura.
E assim por diante. Em uma cruzada efetuada em Portland,
estado do Oregon, uma mulher de Mikwaukee, com uma
enfermidade debilitante, provocada pelo meio ambiente
(basicamente era uma reação alérgica, que bloqueava os seus órgãos
vitais) foi curada; e o milagre foi confirmado pelo seu médico. Em
uma cruzada efetuada em Spartanburgo, estado da Carolina do Sul,
uma mulher foi curada de uma enfermidade séria na cavidade torácica,
cura essa igualmente confirmada pelo médico dela.
E do princípio ao fim, tudo tem sido realização do Senhor.
Ele fica com todos os louvores, a glória e as honrarias.
Quanto à unção real propriamente dita, uma mudança
definitiva ocorre em mim, quando já estou na plataforma, nessas
cruzadas. Sei que a presença do Senhor está comigo, quando entro no
salão, tal como sucedeu naquela manhã, no hotel; e assim ela fica
comigo durante o resto do dia. Mas quando piso sobre a plataforma é
como se descesse sobre mim uma unção ainda mais densa, um
"cobertor mais grosso" ainda.
Antes de começar a reunião, talvez eu ore por uma pessoa que
cai sob o poder do Espírito, mas, quando chego à plataforma, como
servo do Senhor pronto para entrar na batalha, há uma presença
espantosa do Senhor, um poder que faz cair por terra a centenas de
pessoas por vez.
Não se trata mais do pequeno Benny Hinn que está sondando o
ambiente; antes, é o santo poder de Deus que se está manifestando
— o poder do Deus Todo-Poderoso.
Na realidade, subi para um novo nível, ao terem começo as
cruzadas miraculosas, enquanto Deus cumpre a sua Palavra, com
sinais e prodígios que acompanham a predica do evangelho.
Descobri, verdadeiramente boquiaberto, que um simples movimento
com o braço pode projetar um poder capaz de derrubar pessoas ao
chão, quando a unção toca nelas. Até mesmo um sopro com
freqüência tem derrubado pessoas, como se tivessem sido
empurradas por uma pena. Em cada um desses casos de incomuns
exibições do poder de Deus, tenho notado que sinto uma certa
sensação de entorpecimento na mão. Sei que esse entorpecimento
não é o poder de Deus, e, sim, resultado desse poder. E nem a
derrubada de pessoas no chão é o poder de Deus, mas apenas uma
evidência desse poder.
Cada vez fico mais admirado, reconhecendo crescentemente o
poder a unção do Espírito Santo, que convence as pessoas da
realidade de Deus, de uma maneira como eu nunca antes havia
experimentado.
Houston Fornece Exemplos
Em uma cruzada evangelística efetuada em Houston, estado
do Texas, o Senhor achou por bem, de maneira assaz
impressionante, mostrar a natureza incomum do fenômeno dessa
"onda" (ou "derrubada", conforme alguns o tem designado), bem
como o tipo diferente do "sopro". Glória Slosser, esposa de uma
boa amiga e colega, tendo conhecido e servido ao Pai, ao Filho e ao
Espírito Santo por muitos anos, estava sentada na fileira frontal de
uma multidão de doze mil e quinhentas pessoas. Ela nunca havia sido
derrubada pelo Espírito, embora cresse plenamente no fenômeno.
Quando as pessoas das fileiras da frente pediram, de forma
bastante vocal, que eu atirasse a onda sobre eles, assim fiz; e Glória,
juntamente com cerca de dez fileiras de pessoas, caíram sob o
poder de Deus, e mais tarde disseram ter sido um momento
maravilhoso, um momento de felicidade e riso, que as tornou
agudamente cônscias do Senhor.
Alguns poucos minutos mais tarde, chamei à frente várias
centenas de pessoas, que queriam dedicar-se profundamente ao
Senhor, recebendo uma unção com essa finalidade. Glória achava-se
mais ou menos na oitava fileira. Eu estava planejando lançar a
"onda", mas eis que uma voz dentro de mim disse: "Sopra". Era
tudo. "Sopra". Assim sendo, soprei no microfone, e centenas de
pessoas caíram por terra, incluindo Glória.
Mais tarde, ela descreveu a experiência como "algo que
ninguém consegue traduzir em palavras, mas que é muito gostoso" —
pois também produzia grande consciência da presença de Deus. E
mais tarde ainda fez uma interessante observação acerca dos dois
eventos: "Pensei que as pessoas tinham caído da frente para trás, e
que eu tinha sido derrubada por causa de um efeito dominó. Mas
não foi isso que sucedeu. As pessoas caíam para trás começando
pelas fileiras de trás, e ninguém foi derrubado por ninguém.
Quando caí, pousei sobre uma mulher que estava atrás de mim, e
logo ela começou a dizer: 'Levante-se; levante-se'. Mas eu respondi:
'Não posso; não posso'. É que os meus joelhos estavam muito
debilitados".
E, então, ela concluiu: "Depois daquilo, eu não podia deixar
de sorrir. Durante todo o caminho de volta ao hotel, eu
simplesmente sorria e sorria. Que deleite!"
Alguns me têm perguntado o que estou tentando fazer, quando
projeto a onda ou sopro sobre eles, mas a única resposta que tenho
para eles é esta: "Deus me diz para fazer assim; e eu sei muito bem
que não posso desobedecer".
Também quero relatar ao leitor outro incidente ocorrido em
Houston, e que depois ocorreu em outros lugares, por diversas
vezes. Mas a experiência foi especialmente pungente naquela noite,
em Houston. Quando ainda estávamos cantando e adorando, eu
trouxe um casal à plataforma, que estava com uma necessidade
particular. Quando eles se levantaram, Steve Brock e eu estávamos
cantando o hino "Nome Acima de Todos os Nomes", e então o coro
juntou-se a nós, no coro, que começa de modo tão magnificente:
"Sou Yahweh. Sou o que Sou".
Naquele ponto, o simpático casal, de pé cerca de um metro ou
pouco mais de Steve e de mim, caiu sob o poder do Espírito, ali
mesmo, na plataforma. Ninguém tocou neles. Deus tinha feito
aquilo diretamente, sem o uso de qualquer de seus servos humanos.
Por quê? É que o casal precisava de ser assegurado quanto à
presença de seu maravilhoso Salvador. Vejo evidências de
fenômenos semelhantes por todo o nosso país, quando as pessoas
experimentam o amor e o poder de Deus.
Também Está Acontecendo Entre Nós
Na própria igreja que pastoreio, a Orlando Christian Center,
damos grande ênfase ao ensino e à adoração; mas de quando em
vez, de modo bastante inesperado, o Senhor revela o seu poder de um
modo espetacular.
Em um recente domingo à noite, eu estava orando por certo
número de ministros quando, absolutamente sem qualquer razão
aparente, voltei-me e vi uma dama em uma cadeira de rodas
motorizada. Dentro de mim, uma voz disse: "Vai e ora por ela —
agora!" Foi como um estalo — "agora!"
Saltei da plataforma — estou certo de que todos devem ter-se
admirado sem saber para onde eu iria: "Lá vai de novo o pastor".
Segurei a mulher e a abracei apertado, e disse: "Libera a tua
unção, Senhor".
Ela saltou da cadeira de rodas. Prontamente voltei-me para o
coro e gritei: "Depressa, comecem a louvar o Senhor!" Foi um
momento incrível; e visto que eles se mostraram lentos para
começar a música, gritei de novo. Aquela mulher estava recebendo
um milagre instantâneo tremendo, e todos nós precisávamos
louvar o Senhor. Quando a intensidade da música alteou-se, a
mulher levantou-se sozinha e começou a andar defronte do templo.
O lugar trepidou de louvores a Deus.
Acontece que aquela mulher tinha sido atingida pela
esclerose múltipla; e mais tarde, juntamente com seu marido, que
apenas se deixava ficar ao lado dela e chorava como um bebê, ela
revelou-nos que eu descera da plataforma quando ela tinha
acabado de pedir ao Senhor: "Por favor, faz esta noite, porque
estamos voltando para casa e talvez eu nunca mais possa voltar
aqui. Por favor, permite que ele desça e venha orar por mim".
A voz de Deus tinha dito apenas: "Vai e ora por ela — agora!"
Notável. Ele sabe como captar a atenção da gente.
10. Não Começou Ontem
Escreveu o salmista: "Mas tu exaltarás o meu poder, como o
do unicórnio; serei ungido com óleo fresco" (Sl 92.10). Por
semelhante modo, o autor do livro de Eclesiastes asseverou: "... e
nunca falte o óleo sobre a tua cabeça" (9.8). Visto ser ele a terceira
pessoa da Trindade, o Espírito nunca se fez ausente dos poderosos
atos de Deus na história. Ambos esses versículos citados,
naturalmente, apontam para a unção do Espírito Santo, visto que o
óleo ou azeite é uma representação simbólica do Espírito, nos escritos
bíblicos.
Em muito nos ajudaria reconhecer e compreender a unção do
Espírito nestes nossos próprios dias, examinando-a em diversas
personagens que viveram no passado.
Davi, para exemplificar, passou por três unções. A primeira
ocorreu quando Samuel, juiz e profeta, foi ver Jessé e seus filhos, em
Belém (l Sm 16). Você deve estar lembrado que Samuel, em síntese, disse:
"Jessé, mostra-me os teus rapazes". Depois de terem passado diante
de Samuel sete dos filhos de Jessé, o profeta declarou: "O Senhor não
escolheu nenhum desses; não tens mais nenhum filho?" Foi assim que
Jessé mandou chamar o seu caçula, que estava tomando conta das
ovelhas. Quando Davi chegou, o Senhor segredou a Samuel: "Unge-o,
pois é este".
Essa foi a primeira unção de Davi. A segunda ocorreu muitos
anos mais tarde, quando Davi foi ungido em Hebrom, como rei de
Judá (2 Sm 2.4). Sete anos e meio mais tarde, ele foi ungido rei sobre
todo o Israel (2 Sm 5.3).
A primeira unção de Davi, embora tivesse sido dirigida por
Deus, não o levou além da condição de um servo do rei Saul. Seus
deveres incluíam tocar a harpa para suavizar os tormentos de Saul,
que era atacado por demônios. A segunda unção foi seguida por
intensos conflitos com a casa de Saul, depois da morte do rei.
Somente depois da terceira unção foi que Davi recebeu
domínio e autoridade sobre toda a nação de Israel. E foi então que
ele deixou sua sede em Hebrom, conquistou o monte Sião e
estabeleceu o seu governo sobre toda Sião.
O ponto que nós, crentes, devemos notar é este: Nós nunca
chegaremos ao nível do domínio e da autoridade que Deus
tenciona para nós enquanto não tivermos recebido a terceira unção
— a unção real.
Por semelhante modo, os apóstolos experimentaram três
unções. A primeira teve lugar quando Jesus soprou sobre eles e
disse: "Recebei o Espírito Santo" (Jo 20.22). A segunda unção
sucedeu quando o Espírito Santo caiu sobre eles, no dia de
Pentecostes (At 2).
Contudo, houve uma unção maior ainda, quando o poder da
Igreja primitiva cresceu dramaticamente. Sim, foi historiado um
significativo acontecimento no capítulo quatro do livro de Atos, que
muitos, equivocadamente, pensam ser apenas uma repetição do que
houve no dia de Pentecostes. Mas não foi assim. Esse episódio de
que estamos falando assinala o aumento do poder miraculoso do
testemunho prestado pelos apóstolos, acerca da ressurreição de
Jesus Cristo. Observe o que lemos em Atos 4.31, após a decisão dos
discípulos de obedecerem antes a Deus que aos homens:
E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos;
e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciaram com ousadia a
palavra de Deus.
Os anciãos da nação de Israel tinham ameaçado os apóstolos
e tinham recomendado a eles: "Se continuardes a pregar no nome
de Cristo, sereis lançados na prisão". Mas os apóstolos não se
deixaram amedrontar, e Deus lhes enviou uma maior unção ainda,
que produziu uma notável manifestação sobrenatural, como poder
de atingir o mundo. O lugar estremeceu, eles falaram com grande
ousadia, e multidões foram adicionadas à Igreja.
E logo adiante lemos o trecho de Atos 5.12-14, que diz: "E
muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos
apóstolos [...] E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens
como mulheres, crescia cada vez mais".
No caso de Pedro, a unção de Deus era tão poderosa sobre
ele, que as pessoas eram curadas somente porque ele passava e a
sua sombra incidia sobre elas (At 5.15).
Sim, a terceira unção produziu um poder maior ainda, na
vida dos apóstolos; e o resultado foi que um grande número de
pessoas foi trazida para dentro do reino de Deus. É precisamente
isso de que estamos precisando, a fim de que o mundo possa ser
salvo.
Uma Mina de Ouro de Ensinamentos
Em adição a esses exemplos, o livro de Atos, que com plena
razão poderia ser chamado de livro de Atos do Espírito Santo,
oferece uma mina de ouro de informações sobre a unção,
dependendo de por onde queiramos começar.
Por exemplo, o Espírito Santo anuncia a sua entrada.
Encontramos essa informação ainda no começo do livro de
Atos. Antes de tudo, Jesus ministrou aos apóstolos através do
Espírito Santo, tendo-lhes explicado muitas coisas (At 1.2, 3). Ele lhes
prometeu poder por meio do Espírito Santo (At l.5-8). E, então, chegou
o Espírito, permitindo que o mundo inteiro tomasse conhecimento de
sua chegada: "e de repente veio do céu um som, como de um vento
veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam
assentados". Aconteceram, então, coisas poderosas. Chamas de
fogo apareceram sobre cada um dos cento e vinte, e começaram a
falar em línguas, e eles desceram até à rua para proclamar as
maravilhosas obras de Deus, para pessoas vindas de muitos
lugares conhecidos do mundo (At 2.2-11).
O Espírito Santo é gentil, é verdade; ele é consolador, mas ele
também sabe fazer as pessoas tomarem conhecimento de sua
chegada.
Em segundo lugar, o Espírito Santo produz o interesse pelas
almas perdidas.
Pregando às multidões, Pedro, um covarde poucas semanas
antes, que tinha falhado diante do Senhor, declarou:
Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do
Espírito Santo; porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos
filhos, e a todos os que estão longe; a tantos quantos Deus nosso
Senhor chamar. E com muitas outras palavras isto testificava, e os
exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. De sorte que
foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e
naquele dia agregaram-se quase três mil almas (At 2.38-41).
Ninguém pode me provar que o Espírito Santo está em sua
vida, se ele não tiver desejo de ver alguém vir a Jesus Cristo. "Mas
recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis
testemunhas...", explicou o Senhor. O Espírito Santo não nos é dado a
fim de que desfrutemos de piqueniques espirituais. Ele nos é dado a
fim de que tenhamos o poder de falar às pessoas a respeito de
Cristo.
O próximo resultado que achamos no livro de Atos é uma
completa unidade.
Sempre duvido muito de alguém que diz que tem o Espírito
Santo mas anda sozinho, pensando que ele já obteve tudo quanto é
mister e que não precisa de ninguém. Um exemplo claro da atitude
correta acha-se na história registrada na Igreja primitiva, onde
lemos que os convertidos "perseveravam na doutrina dos
apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. [...]
perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão
em casa..." E também lemos que nessa atmosfera "todos os dias
acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar"
(At 2.42-47). Não se destacavam indivíduos desligados do corpo
de Cristo e da comunhão com seus irmãos e irmãs em Cristo.
Outra coisa que haveremos de aprender é que o Espírito
Santo fluirá, miraculosamente, de você para alguma outra
pessoa.
O terceiro capítulo de Atos destaca com precisão esse
ponto. Ali aprendemos que Pedro e João estavam subindo ao
templo a fim de orarem, quando eles encontraram um coxo que
pedia esmolas em uma das entradas do templo. Pedro fixou os
olhos naquele homem. Gosto dessa descrição: "Pedro... fitando
os olhos nele." Que olhar penetrante deve ter sido aquele! E
ordenou: "Olha para nós". E o homem passou a olhar para eles
"atentamente" (V. R.). E foi então que Pedro disse: "Não tenho
prata nem ouro; mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus
Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!" O que Pedro tinha, pois,
estava agora fluindo para aquele homem necessitado. Ele o tomou
pela mão, ergueu-o, e o coxo foi totalmente curado.
Tremenda história! O Espírito Santo não nos é conferido
simplesmente para nosso prazer. Ele vem capacitar-nos para
testificar poderosamente em favor de Cristo.
Mais Tarde, na História
Cruzando os séculos, chegamos bem mais perto de nossos
tempos, quando achamos atos extraordinários do Espírito Santo,
em pessoas como você e eu.
Poderíamos pensar em Jonathan Edwards, um pregador e
teólogo norte-americano que viveu no século XVIII. Ele era homem
praticamente sem emoções, que se punha por detrás do púlpito e
lia os seus sermões, usando grossas lentes, raramente olhando para
o povo. Eles, por sua parte, chegavam debaixo de profunda
convicção, por causa de suas mensagens. Um daqueles seus
sermões — "Pecadores nas Mãos de um Deus Irado" — de acordo
com as reportagens da época, produziu gritos que pediam
misericórdia, entre os ouvintes. Algumas pessoas caíam por terra,
sob o poder de Deus, enquanto ele lia. Essa mensagem acendeu um
reavivamento que varreu as colônias norte-americanas da
Inglaterra com um poder de transformar muitas vidas. Ora,
somente o Espírito Santo poderia ter produzido tal poder.
Por igual modo, Dwight L. Moody, homem que não era
conhecido por uma pregação de estilo carismático, e que caía em
muitos erros gramaticais, abalou muitos estados e nações com suas
poderosas mensagens, obviamente energizadas pelo Espírito de
Deus.
E Charles Finney, que foi um instrumento que ateou fogo
em reavivamentos espirituais na América do Norte, era dotado de
tal unção que a sua simples presença trazia uma nuvem de glória
sobre toda uma área de uma cidade, quando ele falava. A glória de
Deus chegava a ser sentida dentro e fora dos salões onde eram
efetuadas as reuniões. Pessoas caíam sob o poder de Deus, chorando
e implorando misericórdia. Por muitas vezes, meros passantes,
quase todos sem nenhum interesse em Deus até àquele momento,
caíam no chão, sob o poder espiritual e confessavam os seus
pecados.
O que produzia resultados dessa ordem? Por certo não era a
habilidade da oratória e nem truques de eloqüência.
Kathryn Kuhlman recebia muitas zombadas da parte de pessoas
que visitavam suas reuniões pela primeira vez, quando ela entrava
quase deslizando no salão, em seus sapatos clássicos e em suas
roupas flutuantes. "Que espetáculo!", sussurravam eles. Mas no
segundo em que ela dizia "Pai", auditórios maciços ficavam vivos
com a presença e o poder de Deus. Pessoas rolavam pelo chão,
centenas eram curadas de sérias aflições, e havia muita salvação.
Sem dúvida, nada daquilo consistia em meros truques.
Na Inglaterra havia os irmãos Jeffrey. Poucas pessoas
chegaram a familiarizar-se com os nomes deles, mas a unção deles
era tão poderosa que eles entravam em um salão, postavam-se por
detrás de um púlpito e diziam somente: "O Senhor está aqui", e os
milagres começavam a ocorrer. Há relatos fidedignos de que
aleijados, cegos, surdos, e até casos de pessoas a quem faltavam
certos membros, experimentavam milagres incríveis. Reinhard
Bonnke, o poderoso evangelista que tem transformado grande parte
da África, acredita que grande parte da obra do Espírito em sua
vida deve ser atribuída a uma oração proferida por um dos irmãos
Jeffrey, muitos anos no passado.
Também na Inglaterra havia o admirável Smith Wigglesworth,
com quem trabalhava a avó de minha esposa, Lilian. Uma das mais
incríveis histórias que ouvi da parte de Lil foi quando morreu um
homem que estava no auditório. Wigglesworth disse: "Levantemno!"
Então ele deu um murro no estômago do morto. E então ele
disse, a voz imperiosa: "Em nome de Jesus, levanta-te!" Mas o
homem continuava morto.
"Levantem-no de novo!" ordenou ele, ainda com maior
império. E falou: "Eu disse em nome de Jesus, levanta-te!"
Mas nada aconteceu. Wigglesworth disse: "Larguem-no!" Mas
o homem estava realmente morto e caiu pesadamente no chão. E,
então, pela terceira vez, ele ordenou que levantassem o homem.
"Eu disse em nome de Jesus, levanta-te!" E nessa terceira vez, disse
Lil, ele deu um tapa no rosto do homem, e dessa vez o homem abriu os
olhos. Estava vivo!
Talvez você não aprove tais lutas tão ferrenhas; mas confio
que o ponto ficou claro. As poderosas manifestações do Espírito de
Deus entre o seu povo não são alguma novidade. Tudo isso vem
acontecendo desde o começo. E, não se esqueça, essas
manifestações também são para você!
11. Jesus, o Eu Sou
O Espírito Santo é o admirável Consolador, Conselheiro e
Ajudador, aquele que foi enviado pelo Pai e pelo Filho a fim de
estar com, em e sobre o povo de Deus, quando Jesus ascendesse ao
céu. E a gloriosa terceira pessoa da Trindade tem o propósito
primário de nos revelar o Senhor Jesus Cristo. Na qualidade de
Espírito da Verdade, ele toma as realidades de Jesus e as revela
àqueles que quiserem ouvir, ver e seguir. Enquanto escrevo a
respeito da presença e da unção do Espírito Santo, você nunca
deve perder de vista o Senhor Jesus. Essas bênçãos extraordinárias
nos são dadas para que você possa conhecer, amar e servir o
Senhor. Portanto, quero dedicar algum tempo para meditarmos
sobre quem é Jesus, a fim de que você possa entender melhor a
vasta importância do assunto deste livro.
O compositor de hinos disse no antigo coro intitulado O
Senhor da Glória:
Ele é o Senhor da Glória; ele é o grande EU SOU O Alfa e o
Ômega, o começo e o fim. Seu nome é Maravilhoso, Príncipe da
Paz, Pai Eterno; por toda a eternidade.
Jesus é a mais plena revelação de Deus. O começo e o fim. O
primeiro e o último. A causa e o término. O Amém.
Disse ele: "Eu sou a vida eterna". De eternidade a eternidade
— Jesus.
Talvez você pergunte: "Senhor, o que veremos no céu?"
"Eu serei o seu foco de atenção." "Que faremos no céu?"
"Adorar-me-ão para sempre." "Que ouviremos no céu?" "Tudo
quanto eu lhes revelar." "Que é o céu?" "Minha criação para vocês."
Jesus é o centro de tudo. Somente ele é o "EU SOU O QUE
SOU". É isso que está envolvido na vida de quem está "em Cristo".
Uma vez que alguém seja salvo, está em Cristo para sempre. Fica
revestido de sua vida. Fica revestido com o Princípio e o Fim, com
o Alfa e o Ômega.
Por longo tempo, não fui capaz de compreender como Deus
poderia dizer alguma coisa e isso ficar estabelecido para sempre.
Mas é isso que a Bíblia diz: "Para sempre, ó Senhor, está firmada a
tua palavra no céu" (Sl 119.89). Deus profere a palavra e ela fica
fixa. O tempo não a afeta. Ela é eterna.
Jesus é a Palavra. O que ele diz é a verdade.
Sem ele, a história não tem significado; de fato, sem ele não
há história. Não há causa e nem há conclusão.
A humanidade inteira pergunta: "Quem sou eu? Por que estou
aqui? Para onde estou indo?" Quem, por que e para onde? Cristo é
a resposta para todas essas três perguntas.
Grande Significado
Como você está percebendo, a declaração de que "Ele é o
grande EU SOU" tem profundo significado. Lembra-se? Moisés
perguntou a Deus: "Qual é o teu nome?" E quem respondeu? O
Anjo do Senhor, Jesus. E ele respondeu: "Eu Sou".
Quem? "EU SOU".
Paulo, escrevendo acerca do Senhor Jesus, em Colossenses
1.16, 17, disse:
Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e
na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam
principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele. E
ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.
Por causa disso foi que Moisés pôde dizer aos filhos de Israel
que entrassem no mar e o atravessassem. E o mar dividiu-se,
deixando-os passar. Você não pode ouvi-lo? "Como foi que ele fez
isso?" O EU SOU falou. "Dize aos filhos de Israel que marchem".
Então Moisés estendeu a sua vara, e o mar dividiu-se em dois — não
por causa da vara, mas por causa do EU SOU.
Elias também falou, e fogo caiu do céu. Mas é que o EU SOU
tinha falado.
Um dia, uma jovem de Nazaré, sem saber o que haveria de
acontecer, viu um anjo que lhe disse, virtualmente: "Maria, o Verbo
de Deus está prestes a tornar-se um bebê em teu ventre!"
"Como pode ser isso? Por favor, explique." "Não posso
explicar tudo." "Ajude-me a entender." "Não posso."
Ninguém pode entender. As palavras são por demais limitadas
para explicar a infinitude. Tudo quanto podemos compreender —
e isso depois de os acontecimentos terem todos ocorrido — é que o
Ilimitado resolveu limitar-se, transformando-se em um ser
humano. Ele sairia do corpo de Maria e ela seguraria nos braços
um bebê chamado Jesus. Mas Jesus não era o seu nome inteiro.
Porque esse nome significa "Salvador" ou "Salvação", mas na
verdade ele era o EU SOU.
Foi-nos dado um nome para chamá-lo, "Jesus". É assim que
normalmente chamamos o EU SOU. Por isso mesmo, o nome de
Jesus está acima de todo outro nome. Mas a questão é: Como ele
era chamado antes de ter-se feito carne humana? Ele era chamado de
o Princípio e o Fim, o Alfa e o Ômega, e antes mesmo disso, o EU
SOU.
Tendo-se feito carne, andou por este mundo.
Aquele em Quem Tudo Subsiste
De cada vez em que você move um braço, está dizendo:
"Jesus está vivo". Você não poderia mover o seu braço, sem a
energia que ele criou. Ele é o poder que conserva o seu coração
batendo. Ele é a força que mantém viva a sua carne.
Pense só nisso. Paulo ensinou que Jesus, o EU SOU, é o
poder que mantém os átomos em funcionamento. Caso ele desse
um passo para trás, então o mundo inteiro, incluindo o seu braço e o
seu coração, simplesmente se desintegrariam. Examine o trecho de
Hebreus 1.3. O Filho de Deus conserva em existência todas as
coisas, mediante a sua palavra poderosíssima. -
Os cientistas têm afirmado que alguma força mantém juntos
todos os corpos e toda a natureza. O crente pode dizer aos
cientistas qual é o nome dessa Força.
Por favor, atente na magnitude daquilo que estou dizendo.
Alguém criou este maravilhoso planeta chamado Terra; e, então,
esse Alguém veio a este mundo como homem e andou nele. Ele é
grande o bastante para criar este grão de poeira, dentro do vasto
universo de sua criação e, então, conservá-lo enquanto anda nele.
E se isso não bastar, pense em si mesmo como um grão de
poeira, que está vivendo neste outro grão de poeira (a Terra), e,
então, reflita sobre o ilimitado Criador de tudo, que resolveu viver em
você. E também resolveu salvá-lo. Por quê? EU SOU.
Sim, esse Alguém veio a este mundo, e quando os líderes da
nação de Israel, onde ele decidira viver, iraram-se com ele e disseram:
"Somos filhos de Abraão", ele replicou suavemente: "Antes que
Abraão existisse, EU SOU".
"Blasfêmia!", bradaram eles. "Não, EU SOU."
"Como podes ser o EU SOU, se tens apenas trinta anos de
idade?" "EU SOU."
Diante disso, algum tempo mais tarde, crucificaram-no. Mas
não sabiam que a morte não consegue retê-lo, mesmo porque ele é
quem detém a morte. E nem sabiam como o sepulcro não era
capaz de retê-lo, porque ele retém o sepulcro.
E foi assim que ele ressuscitou dentre os mortos e continua a
dizer até hoje: "EU SOU".
Um Pensamento Interessante Sobre o Homem
A Bíblia revela-nos que, depois de ter criado os céus e a terra,
bem como tudo quanto neles existe, Deus disse: "Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança" (Gn 1.26). E,
então, o Senhor concedeu ao homem domínio sobre toda a sua
criação terrestre. No entanto, não deu ao homem a vida eterna junto
com ele. Antes, ofereceu-lhe uma opção.
Em essência, falando dentro da Deidade, disse Deus: "Façamos
o homem para ser o nosso parceiro. Não um como nós, mas um
parceiro; não um quarto dentro da Deidade, mas apenas um
parceiro. Vamos entregar à direção dele o mundo que acabamos de
criar. E vamos dar-lhe uma escolha, para ver se ele preferirá a vida
ou a morte".
E foi assim que Deus criou Adão, colocou-o no jardim do
Éden e plantou duas árvores — uma era a árvore da vida, e a outra
era a árvore da morte, que a Bíblia designa de árvore do
conhecimento do bem e do mal. E Deus ficou esperando, para ver o
que o homem faria.
Ora, em lugar algum do livro de Gênesis Deus revelou-se a
Adão. Pense nisso. Deus criou o homem, mas nunca lhe disse
quem é o criador. A primeira pessoa a ouvir "EU SOU" foi Moisés
(Êx 3.14).
Por que não Adão? Deus esperou para ver se Adão escolheria
a vida ou a morte. A questão é cêntrica. Você nunca obterá a
revelação sobre o EU SOU a menos que lhe dê a preferência. Deus
nunca forçará a si mesmo sobre quem quer que seja; pois não fez
assim nem mesmo com o primeiro homem.
Tivesse Adão preferido a árvore da vida, e teria vivido para
sempre na perfeição; e quão glorioso teria sido isso para o gênero
humano. Não se esqueça: Deus tencionava que o homem se
multiplicasse, antes de o pecado ter entrado em cena. Isso teria sido
maravilhoso.
Quando Adão preferiu a árvore do conhecimento do bem e
do mal, morreu. Morreu espiritualmente. Mas quando Adão
experimentou isso, não gostou. Ele deve ter tentado chegar à
árvore da vida, porquanto Deus enviou um anjo para bloquear o
caminho para ela.
Pense nessa árvore da vida como se ela fosse Jesus Cristo. Se
Adão houvesse preferido a árvore da vida desde o princípio, teria
recebido uma incessante revelação da Palavra do Deus vivo. Mas ele
preferiu a outra árvore.
Por Que Jesus Veio ao Mundo?
Lembro-me de como Billy Graham comparou a situação
entre Deus e o homem, após a queda do pecado, como uma situação
em que você, um ser humano, criou aquela minúscula criatura
chamada formiga. E, sendo o criador dela, você amava a pequena
formiga e cuidava dela. Um dia, você viu que a formiga caminhava
direto para a morte. Logo, o que você poderia fazer? Como você
poderia avisá-la de que, se continuasse por aquele caminho,
fatalmente morreria?
Os problemas eram avassaladores. Em primeiro lugar, a
formiga não pensa como você pensa. Em segundo lugar, ela não
pode ouvi-lo. Em terceiro lugar, ela não pode vê-lo. Em quarto
lugar, a formiga não pode compreendê-lo. Se você tentar tocar
nela, você poderá até matá-la. Se você puser sua mão defronte dela,
ela subirá pela sua mão e continuará avançando. O que você
poderia fazer?
A única coisa a fazer seria você tornar-se uma formiga e
dizer-lhe: "Não siga por esse caminho, ou você morrerá. Siga a
mim".
Quando pensamos no Senhor Jesus, devemos tentar
compreender que ele é muito mais do que o homem limitado que o
mundo pode ver com os olhos naturais — ainda que seja um
homem miraculoso. Se você conceber Jesus apenas como um
homem, então nem ao menos terá começado a perscrutar o ser
ilimitado que ele é. Sim, ele disse que ele é a "porta", mas o que existe
por detrás da porta? Essa é uma pergunta excitante, e você e eu ainda
temos muita cosia para descobrir nesse sentido.
Mas o Senhor, no decorrer dos séculos, vem revelando a sua
pessoa, um pouco de cada vez, por meio de vários homens. O
começo da epístola aos Hebreus (1.1-3) manifesta-se como segue:
Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas
maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos
dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez
também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a
expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela
palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos
nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas.
No começo, Deus revelava a si mesmo uma gota de cada vez,
através da boca dos homens. Cada qual recebia uma revelação,
uma palavra, um sermão, se você assim preferir: Enoque, Noé,
Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Josué, Calebe, Gideão, Davi,
Salomão, e assim por diante, até João Batista.
Mas chegou o dia em que Deus como que disse: "Não vamos
mais falar por meio da boca de algum ser humano. Vamos tornarnos
visíveis e falar." Então, "o Verbo se fez carne, e habitou entre
nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a
glória do unigênito do Pai" (Jo 1.14, V. R.).
E assim nos foi oferecida a ilimitada revelação que
chamamos de Jesus, embora ainda assim não pudéssemos ver essa
revelação senão com nossas mentes naturais. Mas Paulo ensinounos
que temos recebido o Espírito de Deus, para que conheçamos as
coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus. Mas, então,
acrescenta: "Ora, o homem natural não compreende as coisas do
Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura [...] porque elas se
discernem espiritualmente [...] Mas nós temos a mente de Cristo" (l
Co 2.14-16). --•Assombroso!
À proporção que você andar com o Espírito, vivendo em sua
presença, ungido com o seu poder, você notará que compreende
cada vez mais o seu ilimitado Senhor e Salvador, o grande EU SOU.
Você receberá um toque da parte do Senhor, e então clamará: "Toca
novamente em mim". Você não ficará satisfeito com o toque
recebido ontem e verá que o tempo todo você estará dizendo:
"Mais uma vez; por favor, apenas mais uma vez". Cada revelação
fará você tornar-se mais faminto de outra revelação.
Talvez você acabe pedindo: "Chegarei algum dia ao fim da
revelação de tua pessoa?" E ele responderá: "Nunca!" Uma
revelação é apenas o começo da próxima. E quero mostrar-lhe como
deve prosseguir na caminhada. E nunca desista!
12. É Para Você — Agora
Muitas pessoas desejam possuir o poder de Deus, mas não
entendem que esse poder não lhes será proporcionado enquanto não
experimentarem, primeiramente, a presença de Deus. Quando
receberem a presença de Deus, a primeira evidência disso será a
manifestação do fruto do Espírito, conforme eu já disse. Esse fruto,
em seus vários aspectos, haverá de evidenciar-se nos contatos
diários com aqueles que estiverem ao nosso derredor. E quando o
fruto do Espírito manifestar-se genuinamente, então o Senhor nos
ungirá com o seu Espírito, ou seja, com poder.
Essa maravilha funciona como segue: A presença de Deus é o
veículo que nos traz o poder. O poder segue-se à presença, e nunca
ao contrário. A presença e o fruto do Espírito formam um par. A
unção e o poder do Espírito também formam um par.
Quando você receber a unção do Espírito, o resultado será o
cumprimento do trecho de Atos 1.8: "... e ser-me-eis testemunhas..."
Isso significa que falar em línguas ou exibir qualquer outro dos
dons espirituais sem a presença de Deus não forma o âmago do que
Jesus estava dizendo. Antes de tudo, devemos ter a presença de
Deus, que nos dará o fruto do Espírito; e, então, isso convidará Deus
a habitar em nós. E, finalmente, virá a unção, ou seja, o poder. E assim
seremos testemunhas do Senhor Jesus.
Deus me instruiu com clareza a respeito disso. "Não unjo
vasos que estejam vazios de mim, mas unjo vasos que estão cheios de
mim". Foi uma revelação. Recebemos o batismo no Espírito Santo —
somos imersos nele, cheios dele, pois ele vem habitar em nós. Essa
experiência é real, e não meramente emocional, um faz-de-conta. E,
então, o fruto do Espírito deve derramar-se de nossa vida, afetando
as pessoas à nossa volta.
Quando isso ocorre, então o Senhor nos ungirá, à medida que
andarmos com ele e lhe formos obedientes. E é por essa altura que
o poder começa — o poder para servir ao Senhor. É aí que
podemos herdar ousadamente as promessas de Deus, de que
veríamos os corações dos incrédulos abrandarem-se e
compungirem-se diante de Deus, e de que veríamos os sinais e as
maravilhas que ficaram registradas no livro de Atos.
Seu Rosto Brilhará
Você deve estar lembrado que quando Moisés contemplou a
glória e a presença de Deus, no monte Sinai, ele desceu do monte
com o rosto dotado de um resplendor. Nem ao menos os filhos de
Israel podiam olhar diretamente para o rosto dele. Por igual modo,
quando você tiver um encontro com a presença de Deus, isso será
óbvio para todos. Talvez até transpareça em sua fisionomia, e por
certo transparecerá em sua conduta. Seu rosto haverá de anunciar
àqueles que estiverem ao seu redor: "Sou diferente. Estive na
presença do Deus Todo-Poderoso".
Enquanto que antes você tinha muita consciência própria, com
pouca ou nenhuma consciência de Deus — e manifestava somente
a si mesmo — agora você perderá essa consciência própria, obterá a
consciência da presença de Deus e manifestará o fruto do Espírito.
Adão prove ótima ilustração a esse respeito. Ao perder a
consciência de Deus, foi despido da presença e da glória que antes
o tinha revestido, e encheu-se de consciência própria. E, então, ele
disse: "Tive medo". A partir daquele momento, começou a esconder-se
de Deus, seu Amigo, o Criador dos céus e da terra.
O medo é o primeiro resultado da autoconsciência; e a
ousadia é o primeiro resultado da consciência de Deus. Quando nos
tornamos cônscios da presença de Deus, não somos mais forçados a
confiar em nós mesmos ou em nossa própria força, pois a presença
de Deus reside em nós, emprestando poder e autoridade à nossa
vida. Também não teremos mais de lutar contando com as nossas
próprias forças, mas podemos invocar ousadamente o Deus Todo-
Poderoso, por meio da autoridade do Espírito Santo.
Confio que você confiará nisso. A presença do Espírito virá
habitar em seu espírito, ao mesmo tempo em que a unção do
Espírito virá cobri-lo e saturá-lo. Você precisa tentar exibir
adequadamente Jesus ao mundo — a fim de ser testemunha dele. É
necessário que você receba a presença de Deus para que seja
transformado, e é mister que você receba a unção para transmitir a
presença do Senhor a outras pessoas.
Só Há Uma Maneira
Diante do exposto, penso que você perguntará: "E assim, que
devo fazer?"
Só há uma coisa a ser feita: orar. E isso significa guerra. Guerra
total. Antes de mais nada, a guerra é contra nós mesmos, pois esse
é o nosso maior inimigo. Se você não conseguir esquecer de si mesmo,
você não conhecerá a presença de Deus.
A carne morre quando oramos. Mas você terá de combater
para conseguir isso. A maioria dos crentes descobrirá, tal como eu
mesmo tive de descobrir, que, quando realmente nos empenhamos
em oração, ficamos pensando em quão desesperados são os nossos
pecados e as nossas necessidades. Tudo quanto podemos dizer ao
Senhor é: "Perdoa-me; tem misericórdia de mim. Guia-me". E assim
por diante. É tudo "eu", "mim", "me".
Todavia, não me entenda mal. Você precisa confessar os seus
pecados, pedir e receber perdão, e também buscar orientação. Mas
você também precisa prosseguir na comunhão com o Senhor,
ouvindo e falando sobre coisas que forem caras para ele. Você
também precisará amá-lo e adorá-lo. Nisso consiste o fruto de sua
presença. As outras coisas virão no tempo determinado por ele, e não
no tempo determinado por você.
Cinco minutos passados na presença do Senhor, em comunhão
com ele, valem mais do que um ano no modo do me-me-me. E
você descobrirá que, quando obtiver a vitória nessa batalha,
começará a experimentar a presença de Deus. Seu prazer será tão
intenso que você desistirá facilmente de andar na carne e para o seu
próprio "eu", a fim de aquecer-se ao sol da presença do Senhor.
Deus falará com você; você falará com ele. Ele compartilhará
tanto com você, e falará tanto com você! E você deleitar-se-á, em
profundo êxtase, em seu amor e calor, em sua ternura e sabedoria.
A partir daí você passará a obedecer à sua voz; e essa é a chave
para a unção do Espírito Santo.
Ele lhe confiará coisas pequenas, a fim de determinar á sua
fidelidade, como você obedecerá. Se você for fiel no pouco, ele lhe
confiará mais... mais... e mais. Seu poder repousará sobre você, para
você poder cumprir a chamada que ele lhe fez.
O Poder É Para Todos os Crentes
Deixe-me dizer-lhe uma palavra sobre a chamada divina. A
unção do Espírito Santo destina-se a todos os crentes, e, conforme
eu disse ao descrever a unção do leproso, no nono capítulo deste
livro, todo aquele que nasceu do alto recebeu a unção inicial do
Espírito, que chamei de unção do leproso.
A unção que vem em seguida harmonizar-se-á com a chamada
divina de cada crente. Alguns crentes são chamados para prestar
um serviço direto ao Senhor — pregadores, evangelistas,
evangelistas de curas, pastores, mestres. Outros poderão ser
escritores, músicos, administradores, ajudados, líderes de grupos,
provedores de hospitalidade, etc. Ainda outros crentes podem ser
chamados para serem cônjuges, pais, professores, negociantes,
carpinteiros, operários e assim por diante.
Supondo-se que mediante a chamada e o intento todos estejam
servindo ao Senhor — na igreja ou no mundo "secular" —, cada
crente pode e deve receber uma unção condizente com o seu
chamamento.
Em grande parte deste volume, tenho usado uma linguagem
que alude, mais agudamente, à unção do Espírito Santo relativa à
chamada ministerial, se você quiser chamá-la assim. Isso explica
grande parte da discussão sobre nossos ataques ao diabo e às
enfermidades, ministrando diretamente do púlpito ou da plataforma
em favor do povo de Deus, como servos de Deus. Mas isso não
deveria diminuir, na mínima fração, o seu desejo pela unção divina,
em qualquer coisa que você queira fazer.
Eventualmente — e quanto mais cedo, melhor — você
deverá chegar ao ponto em que estará orando sem cessar. Isso tornarse-
á sua própria vida, pois você estará orando por tempo suficiente,
e a sua natureza será transformada. E o seu estilo de vida também
será transformado.
Não há que duvidar que você precisa viver uma vida
natural. Isso diz respeito a todos nós. Jesus, embora costumasse
levantar-se cedo para ir orar sozinho, não ficava de joelhos vinte e
quatro horas por dia. Nenhum de nós é capaz de fazer isso. Pois há
muitas coisas que precisam ser feitas, como cuidar dos filhos, etc.
Alguns dos momentos mais preciosos pelos quais já passei têm
ocorrido em situações ordinárias da vida. Penso nos meus próprios
filhos e nos momentos maravilhosos que temos tido falando e orando
juntos. Não estou sozinho em meu quarto ou nos bosques, mas achome
ali em companhia de meus filhos e de minha esposa,
experimentando a mesma bela presença do Senhor. Trata-se de um
tipo totalmente diferente de unção, aquela terna presença de Deus
e a bênção de nossa vida doméstica. Não se trata da unção e do
poder para algum culto de curas. No entanto, é uma unção muito
importante e muito real.
Tenho passado pela mesma experiência ao conversar com
meu pessoal, na Orlando Christian Center — encorajando,
simpatizando, exortando, repreendendo. A presença é muito real,
bastando para isso que eu diga "Jesus".
O ponto que queremos destacar aqui, porém, é que o Senhor
Jesus usufruía de comunhão contínua com seu Pai; e nós também
deveríamos estar em comunhão contínua com ele, por meio do
admirável e divino Espírito Santo.
Os momentos tranqüilos, conforme eu já disse, dão origem a
essa oração incessante, pelo que não devemos negligenciar esses
momentos. As pessoas amiúde me perguntam como é a minha
própria vida particular de oração. Compreendo que elas desejam
receber instrução, e alguém que lhes sirva de modelo, pois essa é
uma das melhores maneiras de instruir a outros. Na realidade,
porém, a oração é algo tão pessoal, tão precioso, tão íntimo que
sempre peço que os irmãos não dependam da maneira como
costumo orar, mas antes, que deixem Deus lhes mostrar como
devem orar.
Há ocasiões em que começo a orar sozinho, em meu dormitório
ou ao ar livre. E, contanto que o local esteja tranqüilo, fico de tal
maneira ligado ao Espírito do Senhor, que posso ficar sozinho com
ele por seis horas ou mais. Mas também há ocasiões em que só
posso estar com o Senhor por cerca de uma hora.
Também tenho tido a experiência de viajar ao além-mar. E
então, por causa de agendas ou interferências, não disponho de
mais do que cinco minutos para orar. Lembre-se, contudo, que o
Senhor me tem treinado em uma comunhão contínua com ele, desde
vários anos atrás; e eu nunca negligencio essa necessidade.
E em alguns desses dias cheios de interrupções e provas, subo
à plataforma, em algum culto de curas, de tal maneira ungido, que
alguns têm pensado que passei o dia inteiro orando e lendo a Bíblia.
Não Esqueça a Bíblia
Quando à Bíblia, ela faz parte essencial do período de oração.
Não começo um dia sem examinar as Escrituras, antes mesmo de
orar. Isso é imperioso. Ela é a Palavra de Deus, e devo deixá-la
derramar-se sobre a minha própria alma. E assim também você
deveria fazer.
Outrossim, quando você estiver orando e experimentando a
presença de Deus, você sempre deveria ter a Bíblia ao seu lado.
Pois ele o encaminhará para ler passagens bíblicas, ensinando-o a
respeito delas. Ele o estará ensinando. A Bíblia diz claramente que
ele é o nosso Mestre — de fato, o Espírito Santo é o único mestre de
que você precisa.
Lembre-se de l João 2.27, V. R.:
E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e
não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua
unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e
não é mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei.
Quando você estiver seguindo esse admirável curso de vida
cristã, você descobrirá na Bíblia princípios e doutrinas de magna
importância. E realmente estou falando em coisas que se revestem
de primária importância, conforme você descobrirá.
13. Duas Profundas Verdades Básicas
Na proporção em que você for avançando em sua unção do
Espírito Santo, querido leitor crente, quero discutir duas doutrinas
básicas que são tão profundas que podem sacudir o nosso planeta
inteiro, e até mesmo o universo. Essas doutrinas dizem respeito ao
arrependimento e ao sangue de Cristo, as quais, na verdade,
ajustam-se uma à outra, como a luva se ajusta à mão, e vice-versa.
O arrependimento é o primeiro passo para quem quiser
receber a unção, sem importar em qual nível você já tiver chegado.
Ora, dizendo assim, posso ouvir as vozes de protesto: "Mas
eu já me arrependi; sou um crente regenerado!"
Quanto ao fato de que você é um crente regenerado, só posso
exclamar: "Aleluia!" Mas quanto à noção que o arrependimento
não cabe mais a você, pois ficou totalmente para trás, só posso dizer:
"De modo nenhum!"
Quero começar invocando o trecho de Atos 2.38, que segue ao
extraordinário sermão de Pedro, no dia de Pentecostes. O poder do
Espírito Santo havia caído sobre cento e vinte dos seguidores de
Jesus, e esse prodígio se estava manifestando de várias maneiras,
sobretudo no poder com que foi revestido o sermão de Pedro.
A Bíblia diz acerca dos ouvintes que "compungiu-se-lhes o
coração" ao ouvirem o sermão de Pedro. E foi então que os ouvintes
perguntaram: "Que faremos, irmãos?" Então Pedro replicou:
Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do
Espírito Santo. Porque a promessa vos pertence a vós, a vossos
filhos, e a todos os que estão longe: a quantos o Senhor nosso Deus
chamar (V. R.).
"Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado", explanou
Pedro. E agora, examine o leitor aquele versículo que tem sido tão
central em meu ensino sobre a unção do Espírito Santo: "Mas
recebereis poder, ao descer sobre vos o Espírito Santo, e ser-me-eis
testemunhas [...] até os confins da terra" (At 1.8, V. R.).
Por conseguinte, temos aqui a promessa de poder espiritual
após a descida do Espírito Santo sobre nós. Espírito. Unção, Poder. E
isso tudo após o arrependimento.
E tudo isso, com qual finalidade? “... e ser-me-eis
testemunhas..." Esse detalhe é importantíssimo. Recebemos poder
do alto a fim de falarmos sobre Jesus Cristo. Não nos compete dizer
ao mundo com o que nos parecemos, quão grandes nos tornamos, e
nem quão miseráveis pecadores somos. Não, mas no poder do
Espírito falaremos às pessoas acerca de nosso grande Sumo
Sacerdote, acerca de nosso grande Rei, acerca de nosso maravilhoso
Salvador, cujo nome é Jesus. E também anunciaremos o que ele pode
fazer com uma vida humana vazia.
Posso ouvir de novo a queixa: "O que você quer dizer? O poder
não é dado ao crente para que ele conte a sua experiência e dê o
seu testemunho pessoal?"
Não, o Espírito Santo não glorifica as nossas experiências. Ele
coloca Jesus bem no centro do palco. Ele mostra ao mundo aquilo
pelo que o Senhor Jesus passou para levar você ao céu, e não aquilo
que você passou para chegar ali. "E ser-me-eis minhas testemunhas"
— Quem é Jesus; o que Jesus fez; o que Jesus disse; e o que Jesus
prometeu.
Já cometi toda espécie de erro tolo, amado. Não estou apenas
falando sobre outros crentes. Antes de meu encontro com a vida
real e com o poder real, em Pittsburgh, faz dezoito anos, eu
freqüentava uma igreja tão ruidosa e agitada que é óbvio que
aqueles crentes pensavam que o barulho é o poder de Deus. Cada
um tinha um tamborim. Ao que tudo indica, aqueles irmãos
imaginavam que os tamborins atraíam o poder do Espírito Santo. Mas
tudo quando pude descobrir é que eu era um ramo que estava
morrendo na videira. Não havia vida em mim. Eu me punha de pé
por detrás de um dos bancos e o agarrava com tanta força que o
sangue deixava de fluir em meus dedos. A cada domingo em que ia
ao altar e chorava e implorava a Deus pelo poder que eu via ter sido
prometido na Bíblia, eu pedia de todos em quem eu via algum poder
que me impusesse as mãos. E mais tarde ficava em meu dormitório,
tocando o tamborim e tentando todas as fórmulas, lendo todos os
livros e ouvindo todos os programas pelo rádio e pela televisão.
Eu conhecia as promessas bíblicas de poder divino e sabia
que essas promessas tinham de ser minhas. Hoje sei que não somente
as tenho recebido, mas também os meus filhos as têm recebido.
E a chave de tudo é o arrependimento. Essa chave nos coloca na
senda do grande fogo do Espírito e nos faz chegar ao destino
tencionado por Deus.
Que Significa Isso?
Assim sendo, o que significa o arrependimento? Vamos
começar pelo sentido do vocábulo. Não significa vir até defronte
da plataforma, derramar algumas lágrimas e dizer: "Senhor,
lamento o que pratiquei", para então sair dali e fazer sempre a
mesma coisa.
O arrependimento é uma experiência diária. Também é uma
experiência sobrenatural, e não algo que possamos realizar
contando somente com os recursos humanos. Antes, é um dom do
Espírito Santo. Arrepender-se é agir de acordo com o que se lê em
Provérbios 28.13: "O que encobre as suas transgressões, nunca
prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia".
Esse é o verdadeiro significado do arrependimento — não somente
confessar o pecado, mas também abandoná-lo.
Nada mais tenha a ver com os seus pecados. Ponha-se de
joelhos e diga: "Senhor, nunca mais". E não se levante enquanto a
questão não estiver resolvida.
Enquanto essa questão não tiver sido resolvida, você não
receberá o Espírito Santo, mas você continuará ressecando na
videira. Há um grande número de crentes que costumam ir às suas
igrejas, mas que estão ressecando na videira, por causa de falta de
vida e poder. Esses poderão dizer: "Mas eu tenho fé!" Fé? Quando
vier o dom de Deus — o Espírito Santo — ele injetará vida nessa fé.
Ademais, essa questão da fé tem sido intensamente debatida,
mal entendida e submetida a abusos, por um tempo longo demais.
As pessoas têm rogado fé, fé e fé, até quase se despedaçarem em
seu íntimo. Essas pessoas têm abusado e interpretado erroneamente
essa doutrina de modo tão profundo que agora estão
completamente atrapalhadas — e isso tem acontecido a milhares e
milhares de crentes. A fé, conforme acabo de mostrar, é um dom de
Deus, conferido jubilosamente e mantido vivo por meio do Espírito
Santo.
No que concerne ao arrependimento, que é o primeiro degrau
para o recebimento da unção do Espírito Santo, é mister que ele
ocorra em cada ato pecaminoso da vida do crente, incluindo as coisas
as mais simples — como arrepender-se por haver deixado de orar,
arrepender-se por não ter lido a Palavra, arrepender-se por haver
negligenciado o Senhor, arrepender-se por ter tratado levianamente
a admirável presença do Senhor na vida, arrepender-se por ter
arredado o Senhor Jesus de sua conversação com outras pessoas.
Qualquer desses pecados mostrará que você está vazio e morto,
ou, pelo menos, que você está no caminho da morte. Esses pecados
desapontam aquele que não pode ser desapontado. E há pecados
piores ainda, conforme você sabe muito bem. Esses são os pecados
mais diretos, com freqüência grosseiros, ou mesmo vis. E,
naturalmente, é mister cuidar desses pecados, de forma séria e
imediata.
Como você pode resolver esse problema? Dirija-se a Deus e
diga-lhe: "Senhor, dá-me um coração penitente". À semelhança de
Davi, diga ao Senhor: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro" (Sl
51.10, V. R.). E também: "O sacrifício agradável a Deus é o espírito
quebrantado." Sua confissão deveria incluir aspectos como: "Perdoame,
Senhor, por haver buscado as coisas deste mundo"; "Perdoa-me,
Senhor, por haver abandonado o meu primeiro amor"; "Perdoa-me,
Senhor, por ter ficado morno em minha vida cristã diária". Rogue ao
Senhor: "Não retires de mim a influência do teu Santo Espírito".
Você precisa receber diariamente o poder do Espírito para
combater contra a carne, em real arrependimento. Porquanto a
batalha é diária: "Não, não e não" para com o inimigo; e "sim, sim e
sim" para com Deus.
Amigo leitor, nós, os crentes, precisamos dizer às nossas
igrejas locais — e a nós mesmos: "Volta, volta, arrependendo-te de
todo o coração". Precisamos começar a viver a vida crucificada
diariamente com Cristo. Porquanto, se assim agirmos, não
conseguiremos manter afastado o Espírito Santo e nem mesmo
precisaremos pedir-lhe que nos encha.
Sem embargo, quero ainda salientar um ponto muito
importante. Deus não quer que o seu povo viva formando um
círculo, chorando o tempo todo. Isso não seria arrependimento. Ele
quer que nos mostremos sensíveis diante de nossos pecados, dando
solução pronta e imediata para eles, e assim continuarmos em nossa
vida na alegria e no poder de Deus.
Arrependimento. Presença. Unção. Serviço. Alegria.
O Que Faz Tudo Isso Funcionar?
Enquanto você progride na direção da unção do Espírito
Santo, quero escrever de modo abreviado sobre um fato que avulta
por detrás de tudo quanto temos dito, sobretudo no caso do
primeiro passo, o arrependimento.
Na Bíblia, ressaltando a primeira vinda do Messias, escreveu o
profeta Zacarias: "Ainda quanto a ti, por causa do sangue do teu
concerto, tirei os teus presos da cova em que não havia água" (9.11).
Deus, falando assim a respeito de seu povo, estava
assegurando que o sangue de Cristo, o sangue da nova aliança,
haveria de pô-los em liberdade. O triste fato é que muita gente não
dispõe da mínima indicação sobre como podem e devem aplicar o
sangue às suas vidas, recebendo a liberdade advinda do
arrependimento e de todas as vontades que fazem parte da fé.
Muitos continuam aprisionados. Os demônios os acossam.
As enfermidades derrubaram a eles e a seus filhos. A confusão
mental está destruindo a paz deles.
Mas não deveria ser assim. A Bíblia ensina que o sangue
vertido por Jesus Cristo produz seis resultados em nossa vida, em
oposição ao turbilhão que afeta tantos daqueles que fazem parte da
Igreja:
Diz Efésios 1.7: “... em quem [o Amado] temos a
redenção pelo seu sangue..." Sim, fomos redimidos pelo
sangue de Cristo. Mas redimidos do quê? Do reino das
trevas, do império de Satanás, o qual, por enquanto,
recebeu permissão para dominar o mundo. Cristo
"derramou" o seu sangue conscientemente, e não por
acidente, e assim nos redimiu (fazendo de nós o seu
povo). Você pode olhar Satanás nos olhos e dizer-lhe que
ele não exerce qualquer controle sobre você, porque você
foi legalmente comprado de volta para o Senhor. Como
você deve estar percebendo, tanto Deus quanto Satanás
sabem que você foi legalmente adquirido de volta; mas
você está convencido disso? Quando estiver sendo
atacado pelo adversário, você não precisará gritar: "Ó
Deus, ajuda-me!" Porque, legalmente, você poderá
ordenar: "Diabo, tira de cima de mim as tuas mãos
imundas".
O trecho de Efésios 1.7 prossegue: “... a remissão das
ofensas..." Fomos perdoados com base no sangue de Cristo.
Ora, o perdão não diz respeito a comprar de volta qualquer
coisa, mas tem a ver com aquilo que fizemos como
pecadores. Deus nos redime e, em seguida, esquece tudo
quanto fizemos, o que significa que ele olha para nós e
declara que nunca fizemos qualquer erro. Ele esquece os
nossos "pecados", aquelas coisas acerca das quais
pensamos, bem como as nossas "iniqüidades", os atos
errados que resultaram daqueles pensamentos.
De fato, a passagem de Isaías 38.17 refere-se a como
Deus lançou para trás de suas costas todos os nossos
pecados. E quando Deus lança assim os pecados, eles
continuam sendo projetados para trás, para sempre.
Lemos em l João 1.7: “... se andarmos na luz... o
sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo
o pecado". Por favor, observe o tempo verbal presente:
"purifica". Trata-se de uma ação presente. Uma
experiência que ocorre agora, no momento da
confissão. O perdão trata daquilo que fizemos; a
purificação cuida daquilo que estamos fazendo.
Pense nisso. O sangue de Cristo redime e salva em algum
ponto do tempo; perdoa de tudo quanto tivermos feito
em anos, horas e minutos passados; e purifica-nos de
todos os pensamentos e atos que tivermos cometido no
presente. Se você arrepender-se, eis que aquilo em que você
acabou de pensar lhe será perdoado. Há um incrível poder
no sangue de Cristo.
Romanos 5.9 garante: "Logo, muito mais agora, sendo
justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da
ira". A justificação, que foi realizada por meio do sangue
de Cristo, diz respeito ao futuro — a ira vindoura. Tratase
de uma declaração realmente notável, mas se você
foi justificado, Deus terá resolvido qualquer coisa que
você veio a fazer dali por diante.
Como é óbvio, isso é algo que requer esclarecimento, pois
alguém poderia pensar por esta altura: "Bem, se estou
justificado, então poderei pecar amanhã que Deus
cuidará de meu erro. Nesse caso, porque eu não tiraria
proveito dessa situação, etc.?" Mas o fato é que, se
você resolver, consciente e espontaneamente, que vai
cometer algum pecado, então a sua justiça sairá voando
pela janela. O pecado voluntário, consciente e
intencionalmente, não tem a mínima aprovação da parte de
Deus. Não haverá mais lugar para arrependimento.
Dizendo a mesma coisa de forma simplificada, a sua justificação
contínua depende da sua obediência; e a
obediência, conforme você deve estar lembrado, é a chave
para a unção do Espírito Santo. Um pecado cometido por
fraqueza, ignorância ou acidente não tem a mesma
gravidade de um pecado voluntário, com a plena
consciência da pessoa.
Diz Colossenses l.20: “... havendo por ele feito a paz pelo
sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo
mesmo todas as coisas..." Deus abriu a oportunidade
para você reconciliar-se com ele, e agora reina a paz
entre ambos. Ele o atraiu de volta a ele, e agora você
foi restaurado à comunhão com o Pai, com o Filho e com o
Espírito Santo. No seu sentido mais pleno,
"reconciliação", nesse caso, significa "unidade com
Deus".
Talvez você comente por esta altura: "Sem dúvida não
estou vendo isso". Seja paciente. A Bíblia ensina que
estamos sendo transformados de glória em glória. Você
chegará lá. Por enquanto, você chegou lá pela fé; mas
haverá tempo em que chegará em sua experiência
diária. A fé é a substância. [Ver Hb 11.1.]
Em l Pedro l.2, V. R., lemos: "[Aos peregrinos] eleitos
segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do
Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de
Jesus Cristo". Por mais difícil que nos seja perscrutar
essa verdade, a Bíblia assegura que fomos santificados
mediante o sangue de Cristo.
Ora, a santificação está vinculada diretamente à unção. A
unção não poderá vir sem que primeiro tenha sido estabelecida a
santificação, pois santificar significa "separar para".
Relembre o passo bíblico do capítulo catorze do livro de
Levítico, onde aprendemos que os leprosos precisavam ficar fora
do acampamento. Lemos ali que o sacerdote saía fora do arraial,
levava o sangue, mergulhava um ramo de hissopo no sangue e
aspergia o leproso por sete vezes; e assim o leproso era purificado
de sua lepra. Depois disso, o leproso podia entrar no acampamento,
e, então, o sacerdote pegava do mesmo sangue com que o tinha
aspergido e o aplicava na orelha direita, no polegar direito e no
dedão do pé direito do leproso purificado. Agora, isso é importante:
Orelha (vida de pensamentos); polegar (vida de trabalho); dedão
do pé (conduta diária). Ato contínuo, o sacerdote vertia o azeite
sobre a orelha, sobre o polegar e sobre o artelho, e derramava uma
generosa porção de azeite sobre a cabeça do leproso. E esse ato
representava a plenitude da unção: pensamentos, trabalho e
conduta diária.
A significação de tudo isso é que um grande número de
crentes, mesmo depois de ter sido purificado e já ter retornado ao
arraial, não reconhece a percepção extra que nos pertence quanto a
todos os aspectos da vida, C não somente quando à "vida
eclesiástica". Satanás, sem dúvida alguma, pode nos atingir, e
realmente o faz, em nossos pensamentos, em nosso trabalho e em
nossa conduta diária, e isso por toda a nossa vida. Eu, para
exemplificar, aplico o sangue de Cristo à minha esposa, aos meus
filhos, à minha residência, aos meus veículos, a tudo, enfim.
O sangue de Cristo, aplicado a esses vários aspectos da vida,
protege-nos a vida inteira. E o azeite a santifica.
Agora, que o leitor me ouça quanto ao seguinte: O sangue é
aplicado antes do azeite. O Senhor jamais ungirá você com o
Espírito Santo enquanto você não tiver aplicado o sangue de Cristo à
sua vida — em todos os seus aspectos.
Uma experiente evangelista, de nome Mary Woodworth Etter,
aplicava o sangue de Cristo a toda uma congregação; e, então,
sobrevinha o poder de Deus de uma maneira admirável. O Espírito
reage favoravelmente ao sangue.
Apenas Faça Assim
Como é que você e eu podemos cobrir-nos com o sangue de
Cristo? A passagem de Romanos 3.25 nos fornece três chaves
quanto a isso: “... ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no
seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos
pecados dantes cometidos sob a paciência de Deus".
A primeira chave consiste no conhecimento. Precisamos saber
o que o sangue realizou. Ninguém pode aplicar o sangue de Cristo
se for ignorante quanto a ele. Precisamos estudar sobre ele,
aprender sobre ele, tomar conhecimento dele. O que o sangue de
Cristo fez, e o que esse sangue fará agora?
A segunda chave consiste na fé naquilo que sabemos. Permitamos
que a fé inunde o nosso coração. Como poderíamos aplicar o
sangue de Cristo se não crêssemos naquilo que estivermos dizendo?
E a terceira chave consiste na declaração daquilo que sabemos, por
meio da fé. Se eu já tiver conhecimento e crer, então falarei — não
como se fosse uma mágica ou superstição, mas por meio da fé em
Deus, o qual nunca mente.
Essa declaração manifesta-se com grande simplicidade: "Está
escrito que, através do sangue de Jesus, recebi o perdão dos
pecados. Fui perdoado. Está escrito que fui remido pelo sangue de
Cristo. Fui comprado de volta para ele. Está escrito que posso aplicar
o sangue de Cris to aos meus pensamentos, ao meu trabalho e à
minha conduta diária. Aplico o sangue de Cristo, e toda a minha
vida ficará assim protegida".
O Sangue Toca em Todos os Aspectos da Vida
O poder do sangue de Cristo realmente não tem fim.
Descobrimos isso em um dos sessenta e seis livros da Bíblia. O
sangue de Cristo:
Destruiu a Satanás (Hebreus 2.14)
Destruiu o poder da morte (Hebreus 2.15)
Purificou-nos a consciência (Hebreus 9.14)
Purificou o céu (Hebreus 9.23)
Conferiu-nos ousadia (Hebreus 10.19)
Promete-nos a perfeição (Hebreus 13.20, 21)
Garante a segunda vinda de Cristo (Hebreus 9.28).
E agora, amigo leitor, você precisa dar os passos necessários
para manter e reter a unção do Espírito que ele já lhe deu ou lhe
está dando, conforme você passará a ver.
14. O Exemplo de Jesus
Costumo animar os membros de minha igreja e instar com eles,
dizendo-lhes por muitas e muitas vezes: "Se vocês quiserem
receber a unção do Espírito, falem com alguém a respeito de
Jesus". Afinal de contas, todos sabem que estamos em uma batalha
contra Satanás, visando à salvação de almas, e todas as batalhas
contra Satanás requerem a unção do alto.
Estou convencido de que, se alguém ou se alguma igreja
local parar de servir — parar essencialmente de anunciar a Jesus —
, a unção divina será suspensa. Afinal, a unção é proporcionada ao
crente para que ele vença na guerra espiritual, e Deus quer que a
usemos para a sua glória.
Em um recente culto de quarta-feira à noite, o Senhor me
comunicou um poderoso recado. A igreja precisava propagar-se,
em seu testemunho, para a comunidade local e para o mundo.
Prometi aos membros da igreja que logo começaríamos uma série de
ensinos para aqueles que precisassem deles, a fim de que a igreja
local inteira pudesse dar um poderoso e ativo testemunho cristão
diante de todos.
Naquela noite destaquei as admiráveis palavras de Isaías que
dão início ao capítulo 61: "O Espírito do Senhor Jeová está sobre
mim..."
Quão tremendas são essas palavras! Jesus usou essas palavras
na abertura de seu ministério, quando andou neste mundo. O
evangelho de Lucas ajunta que o Senhor Jesus vivia "cheio do
Espírito". E essa declaração surpreende a muita gente, que não
compreende que Jesus Cristo, que tanto era vero Deus quanto vero
homem, tinha de viver cheio do Espírito Santo para combater a
Satanás, tal como sucede conosco.
Nessa passagem de Isaías, Jesus já havia sido ungido pelo
Espírito, ao ser batizado nas águas por João Batista, e havia sido
tentado por Satanás, no deserto. Então, Jesus dirigiu-se à sinagoga
de Nazaré, "segundo o seu costume", e levantou-se para ler as
Escrituras. Foi-lhe entregue o rolo de Isaías, conforme disse Lucas, e
abriu-o no trecho onde estava escrito (4.18, 19):
O Espírito do Senhor é sobre mim,
pois que me ungiu para evangelizar os pobres,
enviou-me a curar os quebrantados do coração,
a apregoar liberdade aos cativos,
e dar vista aos cegos;
a pôr em liberdade os oprimidos;
a anunciar o ano aceitável do Senhor.
Lucas diz-nos que Jesus se sentou. "E os olhos de todos na
sinagoga estavam fitos nele". Aprecio muito essa palavra fitos. Eles
haviam sentido a presença e o poder de Deus entre eles. Não podiam
desviar dele a vista. E então Jesus mostrou por qual razão eles tinham
sentido o poder de Deus, como nunca antes haviam sentido: "Hoje
se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos".
Era como se Jesus tivesse dito: "Eu sou aquele. Aquele sobre
quem Isaías estava falando". Você deve estar lembrado de que, por
todo o seu ministério — e mesmo depois da sua ressurreição —
Jesus aludiu ao testemunho das Escrituras a seu respeito. O Antigo
Testamento nos diz, com certa variedade de maneiras, a vinda do
reino e a vinda do Rei. E ele também falou com freqüência sobre esse
testemunho, e outro tanto fizeram mais tarde os seus apóstolos.
É realmente esquisito que aparentemente aquela mesma
gente, que ficou de olhar "fixo" de admiração sobre ele;
'"maravilhados", dentro de instantes haveria de levantar-se e tentar
matá-lo, precipitando-o pelo despenhadeiro abaixo, no alto do qual
a cidade fora edificada.
O trecho bíblico mostra-nos não somente que a unção sobreviera
ao Senhor, mas também que tinha sido derramada sobre ele por
mais de uma razão, a saber: (1) Para pregar o evangelho; (2) para
curar corações partidos; (3) para proclamar livramento aos cativos;
(4) para operar milagres; (5) para libertar os oprimidos; e (6) para
pregar o ano aceitável do Senhor.
E outro tanto sucede conosco.
Antes de qualquer outra coisa, se quisermos receber a unção,
devemos "pregar o evangelho aos pobres". Afinal de contas, foi
exatamente com essa finalidade que a unção do Espírito Santo lhe
foi propiciado — para ser uma testemunha.
Mas, por que lemos que os "pobres" seriam evangelizados? É
Verdade que Jesus com freqüência se identificou com aqueles que
não tinham dinheiro e abrigo suficientes. Mas há mais do que isso:
Todos somos espiritualmente pobres, se não dispomos do Senhor.
E, assim, compete-nos pregar o evangelho, as boas novas, o
jubiloso anúncio da salvação.
De conformidade com Isaías e Lucas, a unção de Jesus também
lhe foi dada para "curar os quebrantados do coração". Quão grande
é a notícia para o nosso mundo em tudo lamentável! Oh! O que o
Espírito Santo poderia fazer, se nos tornássemos disponíveis para ele!
Tudo o de que ele precisa é de vasos submissos. Você gostaria de ser
um desses vasos, hoje em dia? Enquanto você estiver lendo estas
páginas, peca-lhe que faça de você um vaso — agora mesmo.
Pregar e testificar sem a unção divina pouco bem fará a um
coração partido. Pense nos homens, nas mulheres e nas crianças
que você conhece, mas que vivem esmagados pelas circunstâncias,
esperando ser curados. Pense nas famílias, nos divorciados, nos
solitários, nos temerosos, nos párias, nos suicidas, nos empobrecidos,
nas vítimas dos preconceitos. A lista é quase interminável. Somente a
unção divina é capaz de curar todos os corações enfermos de
homens e de mulheres — mas é isso que a Bíblia diz!
Pregação do Livramento
O Senhor Jesus também foi ungido para "proclamar
libertação aos cativos". As pessoas estavam presas, torturadas,
assediadas pelos demônios.
O homem moderno ri-se, mas a necessidade de livramento é
maior ainda em nossos próprios dias. Medite sobre a servidão que
transparece em nossos jornais, e no noticiário da televisão e do rádio
— quão imenso e terrível cativeiro! O alcoolismo e as drogas. O
sexo ilícito e o homossexualismo. As religiões falsas e a bruxaria. As
riquezas mal adquiridas e o materialismo.
Disse o Senhor Jesus, em Marcos 16.17: "Em meu nome
expelirão demônios". O Espírito Santo é o único poder sobre a terra
que pode destruir o poder de Satanás. E ele ofereceu a você, um
crente, esse poder. Precisamos avançar, ó santo de Deus!
Jesus também disse que ele foi ungido para "a restauração da
vista aos cegos". A cegueira não se limita à variedade física, mas
também envolve o campo espiritual. Jesus, porém, é a resposta
para ambas as formas de cegueira.
A lista de realizações, para ele mesmo e em nosso favor,
também incluía "pôr em liberdade os oprimidos". Tal como no caso
do cativeiro, a tremenda prevalência da opressão corrói todas as
nações do mundo. Essa opressão só pode ser neutralizada pelo
poder de Deus.
Aquele que dirige as trevas deste mundo é o senhor da
opressão, e só pode ser derrotado pelo poder de Deus. Eis a razão
pela qual, amado, o "testemunho" em favor de Jesus Cristo requer a
unção do Espírito Santo, o poder do Deus Todo-Poderoso.
A última das realizações que seriam efetuadas por Jesus,
embora por certo não a menos importante, era "anunciar o ano
aceitável do Senhor".
Jesus proclamou que este é o tempo — o tempo da graça.
O Salvador do mundo veio até nós, trazendo salvação para a
humanidade antes que chegasse o fim.
Tempos Que Jazem à Frente
A Bíblia fala muito sobre a aproximação do fim. Para os
nossos propósitos, quero compartilhar com você algumas das
coisas que o Espírito Santo mostrou-me que serão cumpridas em
favor dos crentes, conforme o tempo certo se for aproximando.
A Bíblia ensina-nos, em Atos 3.19-21, que nos devemos
arrepender:
...para que sejam apagados os vossos pecados, e
venham assim os tempos do refrigério pela presença do
Senhor, e envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi
pregado, o qual convém que o céu contenha até aos tempos
da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca
de todos os seus santos profetas, desde o princípio.
O Espírito Santo, por intermédio de Pedro, disse tudo quanto
havia sido prometido — tudo quanto os profetas haviam predito
— que aconteceria e seria cumprido antes e durante o segundo
advento de Jesus Cristo à terra.
O Espírito dirigiu-me até ao trecho do capítulo 35 do livro de
Isaías, a fim de mostrar-me as bênçãos que ele havia prometido aos
crentes; aquelas coisas que haverão de ter lugar em breve. Quero,
agora, compartilhar essas coisas com você. Mas, por favor, lembre-se
de que tudo quanto ficou escrito no Antigo Testamento é uma
sombra daquilo que você e eu receberíamos nesta dispensação da
graça. Estamos agora andando na substância daquilo que disseram
os profetas do Antigo Testamento. O capítulo 35 de Isaías começa
desta maneira:
O deserto e os lugares secos se alegrarão disto;
e o ermo exultará e florescerá como a rosa.
Abundantemente florescerá
e também regurgitará de alegria e exultará; a glória do
Líbano se lhe deu,
a excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do
Senhor,
a excelência do nosso Deus (vv. 1,2).
Na qualidade de alguém que foi criado em Israel, compreendo
algo daquilo que a Bíblia quer dizer quando fala sobre o deserto.
Ali a pessoa encontra serpentes, escorpiões, seca e morte. O deserto
simboliza o crente seco, que está vivendo em meio a uma seca
espiritual, em companhia de serpentes venenosas e assim por
diante. Mas Deus promete que chegará o dia em que aquela vida
seca e vazia será abençoada com o poder abundante de Deus. Como
é que serão transmitidas a vida e a bênção àquele lugar seco e
estéril?
Isaías prossegue, a fim de dizer que "a glória do Líbano se lhe
deu". Lembro-me do tempo em que, criança ainda, vez por outra
sopravam ventos do norte, provenientes do Líbano. Então eu
podia aspirar o odor dos maravilhosos cedros do Líbano. Esses
mesmos cedros são aquilo de que a Bíblia está falando quando se
refere à glória do Líbano. Quando Isaías refere-se à fragrância do
meio ambiente, eslava predizendo uma nova atmosfera, dominada
pela presença de Deus, o que transmutará o deserto do prezado
leitor — a sua vida espiritual — em um lugar de beleza e de
abundância.
Prosseguindo, o profeta falou, então, sobre "a excelência do
Carmelo e Sarom". O vale de Sarom, no moderno Estado de Israel,
é O vale mais fértil do Oriente Médio, um território de excelente
produção agrícola, bem como das mais belas flores de toda aquela
região. No livro de Isaías, isso alude às novas revelações da palavra
de Deus, falando-nos das sementes que serão plantadas para
produzirem belíssimos frutos.
"Eles verão a glória do Senhor, a excelência do nosso Deus",
disse ainda Isaías. Ele falava agora sobre uma nova visão da glória
de Deus. E o que tínhamos encontrado antes, no sétimo capítulo de
Isaías, como descrição da glória de Deus? Você deve estar
lembrado que Moisés pediu para ver a glória do Senhor, em Êxodo
33.18. E, então, em Êxodo 34.5,6, o que Moisés viu, senão os atributos
de Deus, a sua personalidade? Em outras palavras, Isaías estava
dizendo que receberíamos uma nova visão do próprio Deus.
Assim, reunindo todos esses informes, vemos a intenção do
Senhor de prover uma nova atmosfera em volta de nossa vida,
uma nova palavra descida do céu, uma nova revelação de sua
Palavra, uma nova visão de si mesmo. Quando isso acontecer, a
nossa experiência com o deserto e a seca será transmutada para
uma experiência com a própria terra prometida.
E há mais ainda, porquanto Isaías prosseguiu, segundo
lemos nos versículos 3 e 4:
Confortai as mãos fracas,
e fortalecei os joelhos trementes. Dizei aos turbados de
coração:
Esforçai-vos, não temais;
eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa
de Deus;
ele virá e vos salvará.
Haverá um evangelismo de dimensões mundiais. Aqueles
que tiverem sido transformados pela nova atmosfera, pela nova
revelação e pela nova visão de Deus estarão fortalecendo mãos
frouxas, e joelhos vacilantes, e estarão dizendo ao mundo: "Não
temais; eis que o vosso Deus virá e vos salvará".
Como é lógico, essa profecia fala sobre a nação de Israel
durante o milênio; mas como uma sombra da substância do período
do Novo Testamento, há aplicações espirituais que dizem respeito
a você, leitor, e a mim. Sem dúvida, ao olharmos ao nosso
derredor, vemos somente deserto; mas Deus transformará para
nós o deserto, e veremos um evangelismo universal e sem
precedentes, e, então, sairemos para ministrar ao mundo inteiro.
E quais outros resultados haveria, de acordo com Isaías, desse
deserto transformado em jardim? Examine novamente os
versículos quinto e sexto: os cegos voltarão a ver, os surdos ouvirão,
os coxos andarão e os mudos entoarão hinos!
Realmente miraculoso! O poder sobrenatural de Deus será
liberado, obtendo curas físicas das mais diversas.
Isso faz-me lembrar do dia, anos atrás, quando ouvi Kathryn
Kuhlman profetizar, à sua própria maneira inimitável, que chegará
o dia, antes da volta do Senhor, quando o poder de Deus será tão
grande que todos serão curados. Declarou ela: "Não haverá um único
santo doente, em todo o corpo de Cristo".
Criando um ambiente dramático, à sua maneira usual, de dedo
apontando para a frente e a outra mão apoiada nos quadris, ela
perguntou: "Isso poderia acontecer hoje?"
Naturalmente, ela nunca chegou a testemunhar um dia
assim; mas esse dia chegará. O Espírito Santo me tem convencido
disso.
Não nos deveríamos mostrar céticos acerca da disposição do
Senhor de mover-se dessa forma no meio de seu povo. Nas
Escrituras achamos evidências em apoio à idéia de uma provisão
espiritual, incluindo a questão das curas. Em Salmos 105.37, por
exemplo, encontramos estas palavras acerca dos filhos de Israel,
quando o Senhor os tirou da terra do Egito: “... e entre as suas tribos
não houve um só enfermo". Essa é uma magnífica declaração de
saúde permanente. Saúde divina, e não somente cura divina.
Curas permanentes. Confio que esse dia está chegando, o dia em
que todo crente gozará de saúde perfeita.
Temos aqui um ponto-chave: Se Deus curou a todos, sob a
legislação mosaica, quanto mais assim ele fará sob a graça?
Outrossim, quando Jesus curou a tantos, estando ele na terra, ele
estava sob a dispensação da lei. Assim sendo, muito maior será o surto
de curas sob a dispensação da graça, não é verdade?
Isso posto, não devemos estranhar que Isaías tenha
profetizado que o nosso deserto será transmutado em beleza, que
Deus ministrará curas miraculosas durante o período de
evangelismo mundial.
Mas ele não parou aí, pois no capítulo 35 de Isaías
encontramos um terceiro resultado da intervenção divina (vv. 6 e 7):
Porque águas arrebentarão no deserto
e ribeiros no ermo. E a terra seca se transformará em
tanques,
e a terra sedenta em mananciais de águas.
Uma poderosa e nova unção descerá sobre o nosso deserto, e
rios de água viva brotarão do solo — ou seja, de nós mesmos. Isso
não será coisa de somenos importância. Poderá ser como uma dupla
porção que produzirá riachos, mananciais e lagos. Será um
poderosíssimo batismo no Espírito Santo.
Os movimentos do Espírito, naqueles dias futuros, terão lugar
por nosso intermédio. Deus não diz em Joel 2.28 e Atos 2.17 que o
Espírito Santo será derramado diretamente da parte do Pai e do Filho,
e, sim, que ele será derramado por nosso intermédio. Sim, ele nos
usará!
Um quarto resultado dessa transformação foi predito por
Isaías como segue:
Nas habitações em que jaziam os chacais haverá a erva
com canas e juncos (35.7).
Sim, Deus livrará o seu povo de toda e qualquer influência
demoníaca. Os chacais — os demônios — tinham estado deitados
sobre a erva, destruindo-a, mas a grama será recuperada, quando
os demônios forem expulsos.
Em quinto lugar, a santidade será possessão do corpo de
Cristo, conforme se vê retratado nas seguintes palavras:
E ali haverá um alto caminho,
um caminho que se chamará o caminho santo; o imundo
não passará por ele,
mas será para aqueles: os caminhantes, até mesmo os
loucos, não errarão (35.8).
A santidade será tão predominante, que até mesmo os loucos
terão a sua mente estabilizada. Os homens deixarão de saltar de
uma coisa para outra, loucamente.
O sexto resultado será o seguinte:
Ali não haverá leão,
nem animal feroz subirá a ele,
nem se achará nele;
mas os remidos andarão por ele (35.9).
O que acontecerá é que Satanás e os seus demônios
simplesmente ausentar-se-ão totalmente do corpo de Cristo. E,
finalmente:
Os resgatados do Senhor voltarão,
e virão a Sião com júbilo; e alegria eterna haverá sobre as
suas cabeças;
gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o
gemido (35.10).
Acredito que isso retrata o arrebatamento da Igreja. Pois
somente então, quando tivermos saído deste mundo — poderão
fugir de nós a tristeza e o gemido.
Obras Maiores Para Nós
A Bíblia declara que essas coisas todas nos serão conferidas
da parte do Senhor. Quando olhamos agora ao nosso redor, nada
poderia parecer mais incrível. Não obstante, o Senhor Jesus
asseverou, em outra porção da Bíblia: "Na verdade, na verdade vos
digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço,
e as fará maiores do que estas; porque eu vou para meu Pai" (Jo
14.12).
É de deixar-nos pasmos. A Bíblia garante aqui que há uma coisa
que Jesus não pôde fazer, mas que nós poderemos fazer. Durante
anos e anos, essa declaração do Senhor fugiu de meu entendimento.
Eu pensava: O que poderia ser maior do que aquilo que o Senhor fez —
maior do que ressuscitar os monos, expelir demônios, acalmar a
tempestade no lago, ordenar que o vento parasse de soprar, curar os coxos,
os cegos e os surdos? Sim, o que poderia haver maior do que isso?
Mas um dia o Espírito Santo me revelou algo que
transformou toda a minha vida. Aquele que foi capaz de chamar a
Lázaro dentre os mortos e acalmar as águas tempestuosas, não era
capaz de dizer: "Olhem para mim, um pecador salvo pela graça
divina. Houve tempo em que eu estava perdido, mas agora fui
achado; estava cego, mas agora vejo; estava aprisionado, mas agora
estou livre".
O pecado jamais manchou o imaculado Filho de Deus. Ele é
o único ser que viveu neste mundo uma vida perfeita.
E assim, você e eu podemos pôr-nos de pé, diante deste
mundo de trevas, e então dizer: "Olhem para mim, e vejam o que
Jesus Cristo fez". A nova unção que irá descer sobre nós, e que
transformará o nosso deserto, conforme foi revelado por intermédio
de Isaías, nos permitirá ser testemunhas de Jesus, e essa obra maior
será realizada de uma maneira simplesmente sem precedentes.
Medite a esse respeito. Chegará o dia em que a unção do
Espírito será tão grande sobre nós que chegaremos a ver um
evangelismo realmente mundial, uma liberação universal do poder
sobrenatural, uma nova unção poderosa, o livramento de toda
influência demoníaca sobre o corpo de Cristo, uma santidade
aperfeiçoada por toda a Igreja, a total ausência de Satanás entre os
crentes, a segunda vinda do Senhor e o arrebatamento dos salvos.
Que hora excitante será aquela! Você está disposto a pagar o
preço para que o seu deserto seja transformado?
A Voz do Senhor
Uma das coisas que a Bíblia assevera com clareza, acerca dessa
transformação, é que conheceremos o Senhor e sua glória, e que
ouviremos a sua voz. Antes que eu encerre este capítulo, quero
transmitir-lhe algo de grande importância a respeito de como
podemos discernir a voz de Deus, porquanto será através do
conhecimento de sua voz que experimentaremos o seu poder.
O passo bíblico de Atos l.4 diz, que Jesus, tendo ressuscitado,
ordenou aos apóstolos que não se ausentassem de Jerusalém, mas
que aguardassem pela promessa do Pai, a qual, disse Jesus, "de mim
ouvistes". Eles tinham tomado conhecimento da voz do Senhor, antes
de haverem recebido o poder do Espírito, conforme se vê no oitavo
versículo do primeiro capítulo de Atos.
Uma vez que nos tornemos capazes de reconhecer a voz do
Senhor, seremos guiados como Filipe foi guiado, certo dia,
conforme o relato de Atos 8.26 ss., para que rumasse para o sul, para
o deserto, para a estrada para Gaza, onde haveria de encontrar um
etíope eunuco, que viajava em uma carruagem. O Espírito disse a
Filipe que alcançasse o eunuco, ao que Filipe obedeceu. E então
Filipe e o eunuco iniciaram um diálogo, depois que ambos estavam
sentados na carruagem, quando Filipe ouviu que o eunuco lia certa
passagem das Escrituras. E quando o eunuco perguntou o que
aquela passagem queria dizer, "Filipe, abrindo a sua boca, e
começando nesta escritura, lhe anunciou a Jesus" (v. 35).
O etíope converteu-se e foi batizado nas águas, mui
simplesmente porque Filipe obedeceu ao mandato do Espírito; e a
unção divina, como é claro, desceu sobre Filipe, quando este "abriu
a sua boca" e começou a "anunciar a Jesus". Sim, ouvir a voz de
Deus e lhe obedecer é fundamental para quem quiser receber a
unção do Espírito.
A unção divina também descerá sobre você, quando você
tornar-se uma testemunha de Jesus. E quando a unção descer, então
você sem dúvida deverá corresponder a ela, porque, se você não
estiver alerta para capturar o seu toque, talvez ele nunca mais passe
por aquele caminho.
Guarde a unção do alto e a cultive. Quando você conhecer o
Espírito Santo e souber como ele se move, então você estará
preparado, a tempo e fora do tempo. Às vezes o Espírito do Senhor
movimenta-se tão rápido que quase fará a sua cabeça girar.
Acredito que foi por esse motivo que Filipe correu. Ele sabia que lhe
fora dada uma oportunidade de conquistar uma alma para Cristo. Em
outras ocasiões, o Espírito Santo move-se lentamente; e, então, você
terá apenas de fluir juntamente com ele, esperando para que ele lhe
forneça a liderança.
Lembre-se: o Espírito jamais o seguirá; a você compete seguilo.
Portanto, você terá de aprender como ouvir a sua voz, pois, se
você a desconhecer, também não poderá conhecer o seu poder.
Assim como já salientei, os apóstolos, conforme se vê em Atos 1.4, 8,
não receberam o poder enquanto não ouviram a voz de seu Senhor.
Inevitavelmente, ele nos guiará para ganharmos almas para o seu
reino.
Meu prezado leitor, em João 10.3, 4, Jesus diz com toda a
clareza que ele nos chamará por nome e nos guiará. Você está
ouvindo a sua voz? Jesus esclareceu que as suas ovelhas haveriam
de segui-lo, porquanto reconheceriam a sua voz. Em João 10.27,
Jesus repetiu essa importante mensagem, dirigindo-a agora a todos
os crentes: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu conheço-as,
e elas me seguem". Se você é daqueles que reivindicam conhecer a
Jesus, então você deveria dar ouvidos à voz dele e seguir as suas
diretivas na sua vida.
Porém, há mais ainda. Devemos segui-lo diariamente. Ouça
diariamente a sua voz. O trecho de Salmos 95.7 desafia-nos a ouvir
a voz de Deus hoje e a cada dia. A questão não é se Deus está
falando com você hoje. A questão é: Você está dando ouvidos a ele
neste dia?
Por qual motivo será que tantas pessoas não ouvem e nem
dão ouvidos a um Deus que as conhece, que as ama e que deseja
guiá-las até à sua paz? Uma das razões pelas quais não ouvimos
é que não queremos dar ouvidos ao Senhor. O trecho de Salmos
95.8 adverte-nos a não endurecermos o nosso coração, afastandonos
para longe de Deus.
Você precisa desejar estar com Deus e ouvir a sua voz. Busque
manter comunhão com ele, em oração e adoração. Se você está
vivendo em pecado, e ainda não se arrependeu, volte-se para ele,
confiando em sua graça e em sua misericórdia. Não devemos repelilo,
conforme nos avisa a passagem de Hebreus 12.25.
Por conseguinte, o que você deve fazer para retornar à
presença do Senhor, para que possa ouvir a voz do Senhor em sua
vida, neste dia?
Em primeiro lugar, você precisa evitar as distrações. Isaías
30.15, 21 diz como devemos voltar em quietude e confiança, dando
ouvidos a Deus, a fim de que ele nos dirija os passos. Portanto,
antes de qualquer outra coisa, devemos dar atenção a Deus.
Em segundo lugar, quando você falar com ele, em oração,
você ouvirá a voz dele, em resposta. Lembre-se que você nunca
poderá reconhecer a voz de Deus sem a presença do Espírito Santo.
Quando você evitar as distrações e permitir que o Espírito Santo
desça sobre você, então Deus falará com você.
Em terceiro lugar, Jesus ouvia a voz de Deus porque buscava
constantemente a vontade do Pai. Ele ouvia porque era obediente
(Jo 5.30).
Finalmente, Deus nos convida a termos fome e sede de retidão
ou justiça (Mt 5.6), e também nos convida para orarmos e
buscarmos a sua face (2 Cr 7.14).
Hoje Deus o está chamando para que se volte para ele.
Agora, separe um momento para ouvir, e eu sei que você ouvirá a
voz do Senhor. Você está preparado para experimentar o poder do
Espírito em sua vida? Cale-se agora e permita que ele fale com você.
Ouça-o dizer neste dia: "Este é o caminho, andai nele" (Is 30.21). E
então você experimentará a presença e o poder de Deus.
15. Mude o Seu Azeite
A Bíblia por muitas vezes compara a unção do Espírito Santo
com o azeite. Tanto um quanto o outro podem ser sentidos e
experimentados; e algumas observações a respeito das qualidades e
das características do azeite poderão realmente ajudá-lo a
compreender as operações do Espírito.
Para exemplificar, o azeite evapora-se se não for substituído
com certa regularidade; e pode até mesmo chegar a desaparecer.
Talvez você queira fazer a experiência em alguma ocasião. Ponha
um pouco de azeite em um pires e deixe-o parado ali por longo
tempo, e você acabará descobrindo que ele se evaporou. Se você
deixar passar tempo suficiente, você verá que o pires estará
totalmente seco, com poucas evidências de que ali tinha sido posto
um pouco de azeite.
O Espírito Santo não se evapora, mas você pensará que assim
sucedeu, se você negligenciá-lo. Você precisará permitir que o azeite
do Espírito flua pela sua vida, refrigerando a sua vida espiritual.
Fazemos isso por meio da oração, por meio da comunhão com
Deus e por meio da leitura, da sua Palavra.
A unção permanecerá em sua vida se você continuar
andando e falando com o (nem sempre ao) Senhor. Quando você
passar tempo na presença de Deus, o rico azeite do Espírito Santo
haverá de fluir através de sua vida, refrigerando e renovando o seu
espírito.
Outra interessante característica do azeite é que ele escorrerá
para fora, bastando para isso um mínimo furinho na lata. A perfuração
pode ser minúscula, e mesmo invisível a olhos nus; mas se houver
qualquer impureza na composição do receptáculo, o azeite
descobrirá como escapar.
O quarto capítulo de Efésios (v. 27) acautela-nos acerca de
quaisquer "perfurações" em potencial em nosso vaso, quando diz
que não devemos dar "lugar" ao diabo. A palavra aqui traduzida
como "lugar" vem do termo grego que significa "avenida" ou
"janela". Portanto, não devemos abrir nenhuma avenida para o
diabo. Não permitamos que as perfurações da amargura, do
espírito não-perdoador, da autocompaixão e de coisas semelhantes
entrem em nossas vidas. Pois, se assim fizermos, o precioso azeite
do Espírito se escoará todo para fora.
Essas "perfurações" que atacam nossos vasos do Espírito são
tão sutis que no começo são extremamente difíceis de detectar. A
amargura pode afetar-nos de modo quase imperceptível. E por
quantas vezes podemos encontrar alguém que está perdendo
muito azeite por causa da perfuração da autocompaixão? Tudo
quanto ouvimos de pessoas assim é algo como: "Pobre, pobre de
mim".
Enquanto você anda sob o impacto da unção e a busca, é
imperativo que você se resguarde dessas perfurações,
concentrando-se em conservar, sempre renovado, o seu azeite.
Outra verdade a respeito do azeite é que somente o azeite
fresco possui a densidade certa — viscosidade — para servir bem
em uma máquina ou motor. Essa viscosidade é extremamente
importante, porquanto ela aquilata a capacidade do azeite de resistir ao
calor e à pressão, reduzindo a fricção ou tensão. Quanto mais baixa
for a viscosidade, menos o azeite será capaz de proteger da fricção,
sob certos níveis de pressão.
Como você sabe bem, é importante trocar no tempo certo o
óleo lubrificante de seu automóvel — tão importante, de lato, que
a maioria dos fabricantes de veículos recomendam que se faça a
troca de óleo do cárter a cada cinco a oito mil quilômetros para que
se obtenha o máximo de benefício. De outra sorte, além de ficar
sujo, o óleo lubrificante afinará e ficará descolorido, o que passará a
prejudicar o motor, em vez de protegê-lo.
De igual maneira, a sua unção se desgastará, sob o calor da
guerra espiritual. Eis a razão pela qual você terá de dar atenção
diária à oração e ao estudo da Bíblia. Essa é a única maneira de
edificar e manter a eficiência e a força de seu poder espiritual.
Faça Algumas Perguntas Profundas
Assim sendo, você tem renovado com regularidade o seu
azeite? Você está adicionando constantemente algum azeite, ou você
está operando com uma unção já envelhecida? O toque de Deus em
sua vida está ultrapassado? Está começando a evaporar-se? Seu
vaso está rachado? Está perdendo azeite?
Sei que alguns de meus leitores estão exclamando: "Ari!"
Espero, porém, que a dor seja forte o bastante para que você
verifique o frescor, o nível e o poder de sua unção.
Além da oração e do estudo da Bíblia (dois recursos
indispensáveis), você precisa ouvir homens e mulheres de Deus.
Por exemplo, ouço com freqüência fitas gravadas de Kathryn
Kuhlman, e leio todos os livros evangélicos de que sou capaz. É
importante, para nosso bem-estar e para o nosso desenvolvimento
espirituais que sejamos alimentados por Outros servos de Deus, em
uma base regular.
Em 2 Timóteo 4.13, Paulo pediu de Timóteo que trouxesse
consigo livros, ao visitar novamente o apóstolo. Não posso
exagerar quão Importante é aprender da parte de crentes maduros.
Essa é mais uma maneira de garantir que o nosso azeite espiritual
esteja sendo regularmente renovado.
Tentar viver espiritualmente com base na realidade de ontem,
apenas produz uma forma de morte espiritual, lenta e muito
enganadora. Não existe cena mais horrenda de contemplar do que
observar alguém que pensa que está espiritualmente vivo, mas que,
na realidade, está morto. O pior tipo de morte é estar morrendo
mas não perceber a própria realidade, quando a vida espiritual de
uma pessoa transformou-se em meros ritos ou em atividades do tipo
religioso.
Por semelhante modo, por muitas vezes tenho observado
crentes que sempre estremecem e se contorcem, que dançam e
dão gritos quando estão adorando a Deus em seus cânticos ou
louvores. Talvez tenha havido tempos em que Deus moveu-se
sobre eles de maneira tão poderosa que eles não podiam ficar
quietos, quando então estremeceram, dançaram ou fizeram alguma
outra coisa. Mas agora, tudo se reduziu a alguma atividade
religiosa ou tradição derivada de suas experiências anteriores.
Quando Deus é o autor ou a força por detrás disso tudo, então é
verdadeiramente lindo. Mas, se há somente alguma tradição ou
atividade religiosa — algum mero rito —, então, tudo não passará
do resíduo de uma realidade anterior. É conforme disse Paulo, que
alguns têm a forma externa da piedade, embora neguem o poder
dela (ver 2 Tm 3.5).
Quando o nosso azeite está fresco, seu aroma é atrativo e
fragrante. No entanto, nada é mais desagradável do que o mau
cheiro de um azeite velho e rançoso. Você já cheirou azeite de oliveira
estragado? É repulsivo.
Assim como o azeite natural pode ter um bom aroma, assim
também acontece ao azeite espiritual. A fragrância espiritual sem
dúvida está associada ao povo de Deus. Se a vida dos crentes
estiver cheia do óleo fresco do Espírito, poderemos detectar um doce
aroma. Mas quando tal azeite está estagnado e a carne tomou conta
do crente, ele emana um tremendo mau cheiro.
O Azeite Transformador
No décimo capítulo de l Samuel encontramos o relato de
como Samuel ungiu a Saul com azeite. Saul foi transformado,
lemos no versículo seis daquele capítulo: "E o Espírito do Senhor se
apoderará de ti, e profetizarás com eles, e serás transformado em
outro homem" (V. R.). A unção divina nos transforma em pessoas
diferentes. Conforme tenho descoberto tão poderosamente nas
cruzadas de milagres por toda a nossa nação, o crente assim ungido
torna-se muito intrépido e forte. A mente se aclara. O espírito torna-se
sensível. Ficamos conscientes do mundo invisível ao nosso redor.
Sim, de acordo com os versículos sexto a nono desse décimo
capítulo de l Samuel, Saul foi ungido e se tornou outro homem.
Deus usou-o para abater a milhares de filisteus. E Saul tornou-se o
primeiro rei de Israel.
Tragicamente, porém, surgiram falhas graves e perfurações
na vida dele. Lemos em 2 Samuel 1.21:
Vós, montes de Gilboa, nem orvalho, nem chuva caia sobre
vós, nem sobre vós, campos de ofertas alçadas, pois aí
desprezivelmente foi arrojado o escudo dos valentes, o escudo de Saul,
como se não fora ungido com óleo.
Os guerreiros antigos cuidavam de maneira toda especial de
suas armas. Por exemplo, os seus escudos de batalha, feitos de
couro, tinham de ser esfregados com azeite, para que fossem
preservados. Esse ato de "friccionar" com azeite simboliza a unção
divina, pois quando as nossas vidas são esfregadas com a unção do
Espírito Santo, tornam-se úteis para o reino de Deus. Entretanto,
Saul tornou-se "como se não fora ungido com óleo". Ele perdeu a
sua unção por causa do pecado.
l Samuel 13.11-15 nos conta a história de Saul e seu exército,
quando combatiam os filisteus. Samuel, o juiz e profeta, tinha
prometido fazer certas oferendas (10.8), quando Israel preparavase
para ir à batalha. Mas quando ele não chegou, como estava
sendo esperado, Saul, com grande insensatez, pensou que poderia
fortalecer as chances de Israel contra os filisteus e ofereceu, ele
mesmo, ofertas queimadas. Com esse ato de desobediência, Saul
violou padrões fundamentais, determinados por Deus, que
distinguiam os ofícios de rei e de profeta. Saul, pois, pecou, e Deus
passou a considerá-lo como se nunca tivesse sido ungido. Depois de
haver conhecido o poder e a intimidade da unção real, sobre a qual
escrevi anteriormente, caso você venha a perdê-la, você também
perderá o escudo protetor, o orvalho, a chuva das bênçãos do Senhor.
Após aquele ato de desobediência, Saul lutou contra os filisteus sem
contar com a unção divina e foi fragorosamente derrotado. Deus
chamou de rebeldia a ação de Saul, comparando-a com o pecado de
feitiça-ria. Foi um ato imundo diante de Deus.
Outrossim, quando Saul perdeu a unção real, veio um espírito
maligno que tomou posse dele. A unção real lhe havia
proporcionado autoridade sobre Satanás, mas quando ele perdeu a
unção, os papéis se inverteram, e Satanás passou a exercer domínio
sobre Saul. Judas, por igual modo, como você deve estar lembrado,
perdeu a sua unção. Jesus tinha dito a ele, tal como disse aos outros
onze apóstolos: "Vai, dou-te poder. Expulsa demônios". Mas quando
Judas perdeu a unção, o diabo tomou conta dele, e ele acabou
traindo ao Senhor Jesus.
Siga Avante
Uma vez que tenha sido derramado sobre você o azeite da
salvação, e que você tenha assim experimentado a unção do
leproso, não estaque. Prossiga avante e permita que o azeite fresco
da unção sacerdotal goteje sobre você diariamente. Isso você fará
entrando em comunhão e companheirismo íntimo com o Espírito
Santo. Passe tempo na presença dele e permita-lhe enchê-lo com
ele mesmo e o seu poder. E, então, você será guindado a um
planalto mais elevado e entrará na unção real, com o poder e
autoridade sobre Satanás que acompanham essa unção superior.
Conserve cuidadosamente a unção que tiver recebido. "A
qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito
se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá" (Lc 12.48).
Não se olvide de que você não poderá atuar com base em
glórias passadas, tentando sobreviver do azeite de ontem. O
reservatório de Deus jamais se resseca. Assim sendo, não fique
estagnado e nem se mostre complacente consigo mesmo. Convide o
Espírito Santo para que verta sobre você o seu "azeite", refrescando-o,
renovando-o. Em hebraico, a palavra para "ungir" é masach, que
significa "esfregar". E a palavra grega correspondente é xrism, que
significa "besuntar". Não é maravilhoso? Quanto a mim, quero que a
unção tanto seja derramada sobre mim quanto seja esfregada "em
mim" — não apenas sobre mim, mas também em mim. Quero
receber uma unção tangível.
Ovelhas e Azeite
Já tive ocasião de mencionar o ato de "esfregar com azeite",
em conexão com Saul e sua perda da unção. Mas o ato de
"esfregar", contudo, tem outro sentido nas Escrituras. O Salmo 23,
uma das passagens mais amadas da Bíblia, mostra que Davi
declarou: "Unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice trasborda"
(v. 5). Não esquecendo o simbolismo do pastor e de suas ovelhas, isso
ajuda-nos a saber que no Oriente Médio, onde nasci e fui criado, os
pastores regularmente esfregam azeite em seus animais, para impedir
que os insetos venham a molestá-los.
Há muitos insetos na Terra Santa, e a única maneira de
guardar as ovelhas com algum sossego consiste em esfregá-las com
azeite.
Para mim e para você, isso aponta simbolicamente para
sermos conservados livres dos assédios dos demônios, mediante o
poder do Espírito Santo. E isso também reforça a noção bíblica de
que os crentes dispõem do Espírito Santo com eles, após a sua
conversão, e não os demônios. Pelo contrário, os remidos contam
com a segurança e a paz da unção.
A idéia de "esfregar" também se acha em três chaves que nos
ajudam a conservar e a aumentar a unção. Por sua ordem, essas
três chaves são:
A primeira é que Deus está vigiando para ver se você está
conservando mesmo aquilo que já possui. Pense sobre a
admoestação do Senhor a Davi, depois do pecado dele com Bate-
Seba:
E te dei a casa de teu senhor, e as mulheres de teu
senhor em teu seio, e também te dei a casa de Israel e
de Judá, e, se isto é pouco, mais te acrescentaria tais e
tais coisas. Por que, pois, desprezaste a palavra do
Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos? (2 Sm 12.8,
9.)
Naturalmente, lemos em Salmos 51 que Davi de fato
arrependeu-se, em face do que foi abençoado com a renovada
presença e com o poder de Deus.
Antes de Deus dar-nos maior bênção, ele examina para ver o
que fizemos com aquilo que eleja nos tinha dado.
A segunda chave aparece em Lucas 24.28-31, no relato dos
dois homens a quem o Cristo ressurreto apareceu na estrada para
Emaús. Ao chegarem eles à aldeia, Jesus indicou que queria
continuar a caminhada. "E eles o constrangeram, dizendo: Fica
conosco". E as Escrituras ajuntam que, pouco mais tarde, ele se
revelou a eles, no ato de partir o pão. Se eles não tivessem insistido
para ele ficar, teriam perdido uma tremenda revelação.
Muitas pessoas, hoje em dia, perdem a revelação de Jesus
simplesmente porque não o constrangem, simplesmente porque
não insistem que ele fique com eles. Essas pessoas desistem muito
facilmente. Quando oram, o Senhor se lhes apresenta; mas
equivocada-mente pensam que, quando essa presença parece estar
diminuindo, é porque Deus quer suspender a comunhão com elas.
Da próxima vez em que isso lhe acontecer, permaneça um pouco
mais em oração e constranja Deus a não deixá-lo ainda e você
encontrará uma revelação para além daquele ponto.
A terceira chave é que as suas associações são importantes.
Associe-se com pessoas ungidas, porquanto elas "se esfregarão em
você", transmitindo-lhe a sua unção. Tais pessoas exercerão
influência sobre você, e isso produzirá notáveis efeitos sobre a sua
vida. Você recorda-se de quando um grupo de párias sociais uniuse
a Davi (ver l Sm 22.2)? Eles também tornaram-se homens
poderosos e matadores de gigantes, como resultado dessa
associação. A unção da vida de Davi entrou em contato com a vida
deles. Outro tanto sucedeu no caso dos discípulos. Eles receberam a
unção, por motivo de sua associação com o Senhor Jesus (ver At
4.13). Não é deveras maravilhoso o que lhe pode acontecer, se você
passar tempo com homens e mulheres piedosos?!
Você anseia, enquanto está lendo estas palavras, por conhecer
a glória da presença e da unção do Espírito Santo, de onde procede
o seu poder? Nesse caso, convide-o a vir fazer parte de sua vida
desde agora mesmo. Mesmo que você tenha consciência de que já foi
salvo e batizado no Espírito Santo, convide-o: "Espírito Santo, ajudame
a esvaziar-me de mim mesmo, para que eu possa ser cheio de ti,
Senhor. Enche-me com a tua presença, para que eu possa conhecer
o teu poder... para que eu possa experimentar a tua glória... para
que eu possa conhecer a tua admirável unção".
Quando você tiver aprendido a conhecer a presença do
Espírito, a sua pessoa, a sua glória, e ele vier encher todo o seu ser,
então, o poder de Deus virá encher a sua vida, e você disporá da
unção do seu Espírito.
16. Obtendo Dupla Porção
Você gostaria de receber não somente a unção do Espírito
Santo em sua vida, mas também uma dupla porção dessa unção?
Medite sobre isto: a presença do Espírito a cada dia, em sua vida, e
também dupla medida de seu poder.
A narrativa sobre Elias e Eliseu prove um excitante exemplo
de como podemos obter uma dupla porção do poder do Espírito.
O maior desejo do coração de Eliseu era que ele recebesse uma
dupla porção da unção de Elias; e isso acabou acontecendo.
Podemos aprender, com base nos passos da obediência dele, como
é que também poderemos receber esse maravilhoso dom.
Vamos começar este estudo reconhecendo que, no Antigo
Testamento, Elias é um tipo do Senhor Jesus Cristo, e que Eliseu é um
tipo de crente como você e eu. Já descobri que tudo quanto aparece
no Antigo Testamento é uma sombra, ao passo que tudo quanto
você e eu temos recebido, através do Novo Testamento, é a
substância dessa sombra. Moisés, Elias e Eliseu e todos os demais
profetas andaram neste mundo como tipos e sombras, a fim de nos
ajudarem a ver o que Deus quer que façamos e como ele quer que
vivamos.
Quando você estiver lendo a Bíblia, lembre-se que Jesus Cristo
é a substância da palavra de Deus; e que os profetas que viveram
antes dele neste mundo eram uma sombra dessa substância. Os
profetas tão-somente representaram a substância que viria depois
deles. Outra maneira de dizer a mesma coisa é que o Antigo
Testamento, apesar de exprimir a verdade absoluta, expressava
apenas a sombra dessa verdade. A verdade propriamente dita é
Cristo. E, assim sendo, quando você estiver lendo o Antigo
Testamento, não deveria esquecer-se que está contemplando a
sombra da verdadeira substância, substância essa que, na época
dos profetas, vivia no céu. Mas quando Cristo veio a este mundo,
aquele que falava por meio de sombras, no Antigo Testamento, era
a substância dessas sombras, que agora vivia na face do globo. Mas
aquele que é a substância sempre existiu.
Estou plenamente convicto de que todos os detalhes que
aparecem na Bíblia — no Antigo e no Novo Testamentos — são
significativos, porquanto representam Jesus. Não existem ali
detalhes destituídos de sentido.
Por conseguinte, acredito que é perfeitamente realista para
nós desejarmos a dupla porção do Espírito, a exemplo do que fez
Eliseu.
Armando o Palco
O trecho de l Reis 19.16 nos mostra Deus dando a Elias uma
determinação: "A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel; e
também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás profeta em
teu lugar".
A narrativa prossegue a fim de relatar que, obedecendo à
orientação divina, Elias encontrou Eliseu, que estava arando a terra
com doze pares de bois, ou seja, vinte e quatro animais, o que significa
que seu pai, Safate, devia ser um homem rico, pois alguns dos homens
mais ricos da época tinham somente seis bois. E, assim, em nosso
primeiro encontro com o homem mais jovem, encontramo-lo sujo,
suado, ocupado em um trabalho manual duro, e não exatamente
nas condições em que esperamos ver os profetas. Mas Deus
conhecia aquele que ele queria para dar continuidade ao ministério de
Elias.
A Bíblia diz que Elias "passou por ele, e lançou a sua capa
sobre ele", com o qual ato designou Eliseu como seu sucessor.
Eliseu, que não hesitou por um momento sequer, e que ao que tudo
indica ansiava por seguir o profeta, correu após Elias e disse: "Deixame
beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei",
demonstrando assim profundo respeito pelos seus progenitores.
Mas depois Eliseu "tomou uma junta de bois, e os matou, e com
os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e
comeram. Então se levantou e seguiu a Elias, e o servia".
Que significou aquele ato? Representou a sua renúncia
quanto à sua vida anterior. Ele deixou sua vida pregressa e se
esqueceu dela. Deus jamais lhe conferirá a dupla porção do Espírito
enquanto você estiver carregando as cargas do dia de ontem, as quais
precisam ser abandonadas. Paulo referiu-se a essa atitude ao
escrever: “... esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e
avançando para as que estão diante de mim" (Fp 3.13). Somente
quando nos despedimos definitivamente do nosso ontem é que
recebemos as promessas do amanhã.
Deus não tinha escolhido um homem de dotes naturais apenas,
mas um verdadeiro homem de fé, que se dispôs a ser um dos
servos do profeta Elias. Você está disposto a fazer a mesma coisa
hoje, com a sua vida? Esse é o primeiro passo para quem quiser
caminhar pela estrada da dupla porção de unção espiritual.
Agora, Uma Jornada
No segundo capítulo de 2 Reis, encontramos Elias a viajar a
um certo número de localizações, o que já descobri ser significativo
e informativo, mostrando que também precisamos caminhar em
companhia de Jesus Cristo.
Encontramos Elias e Eliseu primeiramente em Gilgal, onde não
mais apareciam a nuvem durante o dia e a coluna de fogo durante
a noite, o que representa um lugar de atividades religiosas, destituído
de poder sobrenatural. Naquele lugar, Josué tinha residido, conforme
o registro do quinto capítulo do livro de Josué, um lugar onde ele
deveria esquecer-se do Egito: "Hoje revolvi de sobre vós o opróbrio do
Egito; pelo que o nome daquele lugar se chamou Gilgal, até ao dia
de hoje" (Js 5.9).
Esse lugar representa como nos devemos olvidar de nossa
antiga vida, dizendo: "Agora sou uma pessoa regenerada; meus
pecados foram lavados. Agora estou desfrutando de um período
maravilhoso".
Mas os versículos dez a doze desse passo bíblico continuam a
fim de dizer que, após os filhos de Israel terem observado a páscoa
em Gilgal, "comeram do fruto da terra".
Como o leitor deve estar notando, os filhos de Israel dependiam
de Deus, tanto quanto a seu livramento do Egito quanto no caso de
sua provisão diária, depois de terem sido libertados. A provisão
miraculosa de Deus, no tocante a cada dia, foi incrível. A cada
manhã, quando despertavam, eles encontravam maná depositado à
superfície do solo, que então recolhiam para atender à suas
necessidades alimentares daquele dia — sempre novo a cada dia.
Entretanto, eventualmente chegaram a pensar que o maná era
provido automaticamente, e até chegaram a queixar-se de que
viviam comendo sempre a mesma coisa, apesar da natureza
miraculosa e amorosa daquela provisão. Quando lhes foi dada
oportunidade, eles comeram "do fruto da terra" e o maná cessou no
dia seguinte!
Logo, o que isso quer dizer para nós? Gilgal, na experiência
do leitor e na minha, representa o lugar aonde chegamos, após
termos passado pela experiência da salvação, salvação essa
simbolizada pela libertação da servidão no Egito. Deixamos, então, a
nossa vida de pecado e corremos, de braços abertos, para nosso
Redentor, felizes por estarmos livres daquele lugar que nos
conservou cativos por tantos anos.
É igualmente em Gilgal que não demoramos a esquecer-nos
dos horrores do Egito, onde tínhamos precisado de uma
intervenção sobrenatural para dali escaparmos. Mas, uma vez que
nos sintamos confortáveis, parecendo não estar mais dependentes
de Deus, não vemos mais qualquer necessidade de intervenções
sobrenaturais. E pensamos que podemos resolver as coisas
sozinhos. E assim o maná cessa, juntamente com a glória de Deus,
segundo ela se revelava na nuvem e na coluna de fogo.
O que, pois, podemos concluir da parada de Elias e Eliseu em
Gilgal? Conforme eu já disse, Gilgal representa a religião destituída
de poder. Na verdade, nenhum de nós deseja tal coisa a princípio,
mas é precisamente nesse ponto que estavam tantos crentes. E muitos
se sentem tão confortáveis em Gilgal que dali nunca mais se
afastam. Sentimo-nos felizes por termos nascido do alto e nos
satisfazemos com as atividades religiosas; felizes com a mediocridade
espiritual da "Primeira Igreja em Gilgal". E, assim, nunca crescemos e
nem amadurecemos até atingirmos dupla porção da unção divina.
Tenho falado com muitas pessoas que dizem coisas como: "Se eu
ao menos pudesse sentir o que sentia quando fui salvo". Ou então:
"Se eu ao menos pudesse sentir o que sentia quando fui cheio do
Espírito Santo".
A despeito de tudo isso, há um pensamento consolador. Deus
nos leva a Gilgal com um propósito: mostrar-nos que a vida, sem o
fator sobrenatural, não é como a vida cristã deveria ser vivida.
Meu amigo leitor, o crente precisa ir além de Gilgal. A nossa
atitude precisa ser aquela de Eliseu: "Não vou ficar aqui. Quero ir
além e receber a minha dupla porção do Espírito!".
Prosseguindo Para Betel
Depois de Gilgal, Elias e Eliseu foram a Betel (2 Rs 2.2), que
encaro como um lugar de grandes decisões, um lugar onde o crente
pode submeter-se e render-se a Deus, um lugar onde o crente morre
para os seus próprios desejos. Medite nisso. Betel é o lugar
mencionado por todo o relato do antigo pacto. Foi o lugar onde
Abraão armou a sua tenda e tomou a decisão de viver para Deus. Foi
ali que o seu neto, Jacó, disse a Deus que haveria de segui-lo e servilo.
Foi o lugar para onde Jacó retornou, onde lutou com o Anjo do
Senhor e foi transformado de Jacó em Israel. Foi também o lugar
onde Samuel ouviu, pela primeira vez, a voz de Deus. Foi
igualmente o lugar onde Saul rejeitou a palavra de Deus e perdeu
tudo, incluindo o seu reino. Há aqueles que, ao chegarem ao seu
Betel, obtêm estrondoso sucesso; ao passo que, no caso de outros, o
fracasso é total.
Mui estranhamente, porém, uma vez que você chegue a Betel,
você poderá submeter-se e render-se; mas não será ali que você
encontrará a sua dupla porção da unção do Espírito.
Em Betel, disse Elias a Eliseu: "Fica-te aqui, porque o Senhor
me enviou a Jericó". Mas Eliseu respondeu prontamente: "Vive o
Senhor, e vive a tua alma, que te não deixarei".
"De nada adianta", como que retrucou Eliseu. "Não irás
embora daqui sem mim. Aqui não está a dupla porção do Espírito.
Ela está em algum outro lugar, e vou lá obtê-la".
Você também poderá decidir ficar em Betel, ou talvez até
retornar à mediocridade de Gilgal. Ou poderá preferir avançar
laboriosamente, até que venha a desfrutar das maiores bênçãos de
Deus.
Jericó, Lugar de Ação
Em seguida, Elias e Eliseu foram até ao lugar da batalha —
Jericó. Foi nas cercanias de Jericó que o Senhor Jesus enfrentou
Satanás, e onde foi tentado por quarenta dias e quarenta noites.
Foram as muralhas de Jericó que ruíram, nos dias de Josué.
Quando o crente chega a Jericó, Satanás opõe-se a ele,
atacando-lhe as finanças, o corpo, a mente e os seus familiares. É
ali que você terá de combater contra os demônios e todas as forças
do inferno, mas também é ali que você encontrará o Capitão do
Exército do Senhor. Você pode estar certo que, ao resolver sacrificar
o seu próprio "eu" e seguir a Deus, o diabo haverá de surgir em
cena, fazendo-lhe feroz oposição; mas o Capitão das hostes do
Senhor também estará ali, de espada desembainhada, para ajudá-lo.
E você pode estar certo de que a sua vitória espera por você, assim
que você dobrar a esquina, porquanto a guerra circunda o
nascimento de um milagre.
Não Atrase a Sua Jornada
Quando cheguei à minha própria Jericó, Satanás tentou distrair
meu ministério, chamando-me a atenção, o que sucedeu durante a
década de 1980.
Lembro-me dos precipícios da complacência, da monotonia,
do enfado, que se apresentavam por todos os lados. Havia um
temível risco de tratar a unção de modo leviano. E durante todo o
tempo, a dupla porção da unção estava logo adiante da esquina,
conforme sempre acontece. Tudo quanto eu tinha a fazer era abrir os
olhos e contemplar o Capitão das hostes do Senhor e conseguir,
assim, a vitória na batalha espiritual contra o desvio dos
pensamentos.
A mensagem é simples: Não se deixe distrair, sobretudo pela
carne. A distração é inimiga de nossas almas.
Para exemplificar, antes de um culto de milagres, a regra que
sigo é que ninguém venha falar comigo. Peço às pessoas: "Não me
digam qualquer coisa que esteja acontecendo". Nesses momentos, não
quero saber nada sobre qualquer coisa. Se eu começar a pensar sobre
as necessidades das pessoas, minhas emoções se sentem
embaraçadas, e encontro dificuldades para concentrar-me e manter a
mente desimpedida. Antes, preciso manter minha mente e meu
coração fixos em Deus, fixos exclusivamente nele. Não posso
permitir que Satanás me distraia; e nem você poderá fazê-lo.
Durante algum momento de distração, lembre-se que Deus está
pronto para outorgar-lhe o poder de avançar para a vitória.
Daí Até ao Rio Jordão
E, assim, que acontece às margens do rio Jordão, a próxima
parada? Deus abre os seus olhos, e você recebe a visão espiritual.
Foi no rio Jordão que João Batista viu o Espírito Santo que descia em
forma corpórea. Foi no rio Jordão que Jesus iniciou o seu ministério
terreno.
O Jordão é o lugar onde o crente começa a ver as coisas que
estão para além das coisas naturais, pois começa a ver as
realidades sobrenaturais. Foi ali que Eliseu recebeu a dupla porção
da unção espiritual. Eis uma admirável passagem bíblica:
Então Elias tomou a sua capa, e a dobrou, e feriu as
águas, as quais se dividiram para as duas bandas; e
passaram ambos em seco. Sucedeu, pois, que, havendo
eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres
que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu:
Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre
mim. E disse: Coisa dura pediste. Se me vires quando for
tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não se fará.
E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um
carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do
outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. O que vendo
Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel, e seus
cavaleiros! E nunca mais o viu; e, travando dos seus
vestidos, os rasgou em duas partes. Também levantou a
capa de Elias, que lhe caíra; e voltou-se, e parou à borda
do Jordão (2 Rs 2.8-13).
Oculto nesse passo bíblico há um fantástico quadro daquilo
que acontece à beira do rio Jordão, o lugar da visão espiritual.
Eliseu fez duas coisas. Ele rasgou suas vestes velhas, indicando
que se desligava do velho homem e do passado. E, então, apanhou
a manta que tinha caído, sabendo que sua dupla porção do
Espírito lhe havia sido dada. Quando aquilo que é novo estiver a
caminho, despeça-se do seu passado. Desista do antigo, para que
Deus possa realizar o que é novo em sua vida.
Você não poderá recebe sua dupla porção da unção
espiritual enquanto não souber quais são as promessas de Deus,
esperando, então, recebê-las por meio da fé nele. Abraão precisou
confiar em Deus quanto ao filho que o Senhor lhe havia prometido.
Confiar em suas próprias forças ou em suas próprias obras não lhe
trouxe o filho da promessa. Ele precisou ver Isaque por meio da fé,
antes de recebê-lo. Quando você vir as coisas com os olhos da fé,
então a promessa começará a avançar em sua direção, e isso com
poder.
O trecho de Lucas 18.35-43 fala sobre Bartimeu, o cego, que
usava um tipo de vestes reservado tradicionalmente aos cegos, em
consonância com os costumes dos hebreus. Qualquer pessoa que
estivesse usando vestes daquele tipo era reconhecida como cega,
alguém que precisava de ajuda, que requeria assistência com as
coisas básicas da vida, como, ser alimentada e atendida. Quando o
Senhor Jesus ouviu Bartimeu clamando, mandou que lho trouxessem e,
imediatamente, Bartimeu se desfez de sua capa, dando a entender
que estava dependendo totalmente de Deus. Assim, o cego deixou
de lado o velho, a fim de recebe o novo.
Quando, pela fé, me vejo como um filho de Deus, não ando
mais de cabeça pendida e olhos voltados para o chão, a murmurar:
"Ó Deus, sou indigno de andar na tua presença". Pelo contrário,
penetro no Santo dos Santos, não com um senso de culpa, mas com
um senso de liberdade de toda condenação! As trevas que antes me
tapavam a vista não mais me enevoam os olhos espirituais! Eu vejo! E,
quando leio a Palavra de Deus, creio nela e entro no Santo dos Santos
como um filho de Deus.
É assim, que cabe ao crente aproximar-se da dupla porção da
unção do Espírito.
Não convém ao crente permanecer na mediocridade de Gilgal.
É mister que ele avance até Betel, pois cabe-lhe morrer para o
próprio "eu" e resolver que viverá para Deus para sempre. Daí,
cumpre-lhe caminhar até Jericó, pois, terá de combater contra todo
demônio que lhe venha a fazer oposição; mas esse crente obterá a
vitória, porque o Senhor Jesus estará ao seu lado. E, finalmente, às
margens do Jordão, esse crente começará a contemplar as promessas
do céu que lhe foram feitas, apropriando-se delas. E será uma força
que lutará pela causa do Senhor, capaz de abalar o céu e o inferno.
17. Você Está Disposto a Pagar o Preço?
A importância da unção é provada de muitas maneiras,
conforme já pudemos ver; mas ninguém a apresenta com maior
vigor e autoridade do que o salmista, conforme vemos no extrato
abaixo. Dê atenção particular à altura, à profundidade, ao
comprimento e à largura das promessas feitas, por intermédio de
Davi, ao Messias, o Ungido máximo de Deus, de quem você deriva
toda a sua unção:
Achei a Davi, meu servo;
com o meu santo óleo o ungi. Com ele a minha mão ficará
firme,
e o meu braço o fortalecerá. O inimigo não o importunará,
nem o filho da perversidade o afligirá. E eu derribarei os
seus inimigos perante a sua face,
e ferirei os que o aborrecem. E a minha fidelidade e a
minha benignidade
estarão com ele;
e em meu nome será exaltado o seu poder.
E porei a sua mão no mar,
e a sua direita nos rios. Ele me invocará, dizendo: Tu és
meu pai,
meu Deus, e a rocha da minha salvação. Também por isso
lhe darei o lugar de primogênito;
fá-lo-ei mais elevado do que os reis da terra. A minha
benignidade lhe guardarei para sempre,
e o meu concerto lhe será firme, e conservarei para
sempre a sua descendência,
e o seu trono como os dias do céu (Sl 89.20-29).
Se nada mais achássemos na Bíblia além dessas palavras, ainda
assim, deveríamos buscar esse dom, que é nosso pela graça. Força,
proteção, vitória sobre o inimigo, fidelidade, autoridade, poder, uma
aliança eterna — assim prosseguem, indefinidamente, as promessas
que, por meio do Rei dos reis, o Senhor Jesus, pertencem a você e a
mim.
Medite Sobre Isso Tudo com Sobriedade
A unção celeste, que traz em seu bojo essas promessas,
também cobra um preço, conforme escrevi no primeiro capítulo
deste livro. Trata-se de uma unção perfeitamente real. E você
haverá de realizar pouco, ou mesmo pior, caso você aja de maneira
tola ou sem sinceridade.
Esse preço consiste na morte para o próprio "eu", e isso só
pode ocorrer por meio da oração. Outrossim, essa mortificação
precisa ocorrer diariamente, conforme Paulo escreveu, em l
Coríntios 15.31. Não posso dizer: "Mas eu morri faz agora vinte
anos". Não, a verdade é que é mister negar a carne diariamente. A
natureza carnal é maldita e precisa ser crucificada todos os dias.
Jesus Cristo disse clara e inequivocadamente: "Se alguém quer vir
após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e sigame"
(Lc 9.23). Sim, essa mortificação só pode tornar-se realidade
por intermédio da oração.
Conforme você deve estar entendendo, não tenho poder de
dizer "não" a Satanás. Em nós não há poder para repeli-lo. Esse
poder só nos é conferido quando o Espírito Santo está sobre nós.
Alguns gigantes da fé têm caído porque não conseguiram dizer
"não". Esses dependeram de seu próprio poder.
Kathryn Kuhlman afirmou, anos atrás: "Morri faz muito
tempo". E ela poderia ter sido mal entendida, se não tivesse dito,
logo em seguida: "Tenho morrido mil mortes". Com isso, ela deu a
entender que tomara uma decisão fazia muito tempo, mas também,
que ela tinha de renovar essa decisão a cada novo dia.
* Esse é um dos segredos que circundam a presença do
Espírito Santo. Essa presença torna-se uma realidade
simplesmente quando anunciamos a nossa decisão diante de Deus,
dizendo-o com resolução e entregando-nos totalmente aos seus
cuidados. Ele saberá se você lhe está dizendo a verdade ou não; e
você deveria tomar consciência desse fato.
Trata-se de Uma Questão Vitalícia
A unção do Espírito, o poder de Deus, nos é conferido quando
passamos tempo com ele, juntamente com tudo quanto for
requerido de nós. Também não se trata de uma experiência de um
único dia, mas de toda a vida, uma experiência mediante a qual nos
rendemos ao Senhor de modo absoluto. Não creio que tenha
chegado a um nível cem por cento quanto a isso, embora seja esse o
meu desejo sincero, e embora Deus tenha sido capaz de usar-me,
especialmente em anos recentes. E ele fará a mesma coisa com
você.
Em meu caso, sei que perdi completamente o desejo de ter
qualquer coisa a ver com o mundo. Meus desejos no tocante ao
mundo feneceram. É muito difícil alguém falar sobre essas coisas e
soar de modo veraz, nesta nossa época de tanto cinismo; mas, por
causa da presença e da unção do Espírito, tenho sido consumido por
meu andar e meu trabalho com Deus. Ele é, literalmente, tudo
quanto eu tenho. Se ele me dissesse: "Benny, muda-te para a
China", eu deixaria tudo e iria. Não há mais espírito voluntarioso e
rebelde em mim.
A ausência de desejo material não significa, entretanto, que
Satanás tenha parado de tentar-me. A morte diária para o próprio
"eu", com freqüência, é um feito muito difícil, e até hoje para mim é
uma batalha na qual tenho de combater.
Uma Pergunta Cândida
Ainda recentemente, um bom amigo me fez uma indagação
que me fez parar a fim de refletir: "Você pensa que Deus o tem
usado da maneira como o tem feito, por ter sido você um solitário,
e tão tímido que você nem tinha muito para o que morrer, quando
era jovem?"
Ele levantara um ponto muito importante. Conforme fui
ficando convencido, mais meditava a respeito. Eu era extremamente
gago, tinha pequena estatura e era terrivelmente envergonhado.
Por muitas vezes me escondia debaixo de minha cama, quando
chegavam visitantes à nossa residência.
Mas quando Deus começou a usar-me, eu basicamente nada
tinha para perder, e nem eu me sentia preso ao que quer que fosse.
Naturalmente, eu tinha certos desejos, conforme sucede a todos os
seres humanos — certas coisas que eu queria. Mas Deus tratou
comigo no que concerne a essas coisas.
Por conseguinte, após ter considerado com seriedade aquela
pergunta, cheguei a crer que Deus por muitas vezes escolhe
pessoas como eu, pois ele sabe que tais indivíduos não lutarão
muito contra ele. Mas também existe aquela verdade absoluta que
quando estamos na presença de Deus, provando de sua bondade e
de seu amor, dizemos: "Que mais eu poderia querer?" O Senhor
simplesmente nos consome e absorve. Tenho descoberto que,
quando tentamos explicar isso às pessoas, dizendo-lhes o quanto
elas estão perdendo, elas geralmente olham par nós como se
estivéssemos enlouquecendo.
O que realmente admira é que o Senhor nos ama tanto, e,
infelizmente, nem sempre estamos andando corretamente na
presença dele. Confundo as coisas e por muitas vezes erro o alvo; e
também eu o entristeço por tantas vezes, embora nunca
intencionalmente. Eu preferiria morrer a fazer isso. Amo-o demais
para feri-lo dessa forma. Mas quando erro o alvo, ele vem
gentilmente e trata comigo acerca de meus pecados, fracassos e
debilidades, e assim prossigo, perdoado pelo Senhor.
Meu amigo fez uma pergunta ainda mais difícil acerca de
minha dedicação ao ministério, mas a resposta foi fácil. "Você tem
certeza de que não ama o trabalho do Senhor simplesmente por ser
tão bom a respeito?" Nessa pergunta, ele estava dando a entender:
“... e não havia muito mais coisas que você poderia fazer?"
Tenho examinado por muitas vezes o meu coração, e tenho
podido concluir prontamente que eu jamais arruinaria a minha
vida, e a vida de meus familiares, por ocupar-me em alguma coisa que
matasse o meu relacionamento com Deus. Pode soar como uma
atitude heróica, mas é conforme Paulo disse: "Porque o amor de Cristo
nos constrange" (2 Co 5.14). Tenho tido a oportunidade de observar o
incrível amor de Deus pelos seres humanos. Quando me ponho de
pé na plataforma, em alguma cruzada de milagres, e vejo os milhares
de pessoas, as crianças, as pessoas em cadeiras de rodas, as almas
de homens e mulheres famintas por seu Criador, então fico sabendo
exatamente por que fui posto no ministério. E a cada vez em que isso
acontece, oro: "Ajuda-me a pagar um preço maior, contanto que
veja essas pessoas tocadas pelo teu poder". Quero frisar que não sei
por qual motivo nem todas as pessoas são tocadas e curadas; mas sei
que milhares e milhares o são e, também sei que a resposta plena
depende da unção do Espírito Santo e dó desejo que temos por ele —
a disposição que temos de pagar o preço.
Confio que milhares de pessoas, como o leitor, também
estejam dispostas a pagar o preço. Deus continua amando o mundo
e os seres humanos mais do que jamais seremos capazes de
imaginar.
Requer-se Profundo Respeito
Em adição ao preço que devemos pagar pela presença e pela
unção do Espírito Santo, há a importante questão do respeito pela
unção do Espírito. Talvez não soe algo terrivelmente espiritual,
mas tenho ouvido Deus advertir acerca de "jogarmos" com a unção
espiritual. E quero avisá-lo: enquanto você estiver avançando em
companhia do Espírito, não permita jamais qualquer coisa que
mostre desrespeito para com o Senhor.
Advertências contra o desrespeito pela óbvia unção do
Espírito tiveram lugar bem cedo na história dos relacionamentos
de Deus com Israel. O capítulo doze de Números começa dizendo
que Miriã e Arão falaram contra Moisés por causa da mulher etíope
com quem Moisés se havia casado.
Eles desafiaram a Moisés com estas palavras: "Porventura
falou o Senhor somente por Moisés? não falou também por nós?" (v.
2). E é nessa altura do relato que a Bíblia ajunta, parenteticamente,
que Moisés era mais manso do que todos os homens do mundo.
Ele era o homem escolhido por Deus, e Deus julgou-os por motivo do
desrespeito demonstrado por eles.
Moisés era "fiel" em toda a casa de Deus, de tal modo que o
Senhor pôde dizer: "Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por
figuras, pois ele vê a semelhança do Senhor. Por que, pois, não
tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés?" (w. 7 e
8).
Deus não aprovou nem um pouco o desrespeito dos dois para
com Moisés e para com a unção que o Senhor lhe havia dado. E
ajunta a Bíblia: "Assim, a ira do Senhor contra eles se acendeu; e foise.
E a nuvem se desviou de sobre a tenda; e eis que Miriã era leprosa
como a neve".
O desprazer divino foi profundo; e, se não fora a intervenção
de Moisés diante de Deus, Miriã teria permanecido como alguém
que estivesse "morta". Arão pediu desculpas e rogou; e Moisés
clamou a Deus: "Ó Deus, rogo-te que a cures". E assim Deus
permitiu que Miriã sofresse o seu castigo pelo espaço de sete dias,
sem poder entrar no acampamento; e depois ela foi curada (w. 11-
15).
O ponto que deve ser salientado é o seguinte: Arão e Miriã
afastaram-se de suas respectivas chamadas e tentaram ser como
Moisés, desprezando a poderosíssima unção que lhe havia sido
conferida. Nunca tente ser um Moisés, se você não tiver a unção
que ele recebeu. E também é proveitoso observar que a nuvem
afastou-se de sobre a tenda, antes de Miriã ter sido atingida pela
lepra. As pessoas que se afastam para longe de sua unção acabam
percebendo, mais cedo ou mais tarde, que a presença do Senhor
desapareceu. Sim, Deus haverá de perdoá-las, quando se
arrependerem; mesmo assim terão de pagar um preço.
O Cavalo e a Mula
Enquanto você prepara-se para submeter-se ao Espírito Santo,
morrendo para si mesmo e entrando na maravilhosa presença e
unção que ele tem para você, quero compartilhar de mais um
versículo das Escrituras que pode ser agudo como uma agulha
afiada, posta ao seu lado. O que sei é que, por muitas vezes, esse
versículo me tem repreendido severamente.
Lemos em Salmos 32.9: "Não sejais como o cavalo, nem como
a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e
freio, para que se não atirem a ti".
Pense só nisto. Certo dia, o Senhor me fez pensar sobre esse
versículo, e o Espírito Santo literalmente me sacudiu todo com ele.
Você sabe o que faz um cavalo? Ele corre à frente e mostra-se
impaciente. E o que faz uma mula? A mula mostra-se tão teimosa
que não se move de maneira nenhuma. O cavalo corre depressa
demais, e a mula nem se move quando empaca.
A mensagem séria é que o cavalo corre para longe da unção e
refugia-se na carne; enquanto que a mula morre na carne. Triste é
dizê-lo, mas há um número muito grande de mulas nas igrejas. Elas
não querem qualquer coisa que venha de Deus, nem presença e nem
unção. Elas empacam.
Se eu não puder ter membros que sejam todos ovelhas,
dispostas a seguir ao Senhor com fidelidade, então prefiro ter
cavalos em minha igreja, mas nunca mulas. Pelo menos os cavalos
estão sempre correndo para algum lugar, e pelo menos temos uma
chance de submetê-los a controle.
É Chegado o Tempo de Avançar
Conforme eu já disse, capítulos atrás, estamos em um período
de grande poder. O pecado abunda, mas a graça divina abunda
mais ainda. Milhões de pessoas, infelizes, estão galopando
rapidamente na direção oposta de onde está Deus. A sociedade está
em frangalhos. Nossos jovens estão sofrendo horrores. Mas há outros
milhões de indivíduos que estão famintos de Deus e querem aliar-se
a ele e servi-lo. Confio que você faz parte do segundo desses dois
grupos; e oro para que, enquanto você avança, você o faça no poder
do Espírito Santo, em sua preciosa unção, destinada a todos quantos
fazem parte do povo de Deus.
Que coisa alguma possa detê-lo. Ele quer você com todas as
fibras de seu ser.
Por favor, ore juntamente comigo:
Pai, rendo-me completamente a ti, neste momento. Submeto
tudo a ti — meu corpo, minha alma, meu espírito, minha família,
meu trabalho, minhas finanças, minhas fraquezas, meus pontos
fortes, meu passado, meu presente, meu futuro, tudo quanto eu sou,
por toda a eternidade. Rogo-te, Senhor, que me dês um coração
penitente por todas as coisas em que te tenho entristecido, todos os
meus pecados, todas as minhas iniqüidades, minha frieza de
coração, minha falta de confiança em ti. Rogo-te que me dês poder
para eu fazer meia-volta, passar a seguir na direção contrária daquela
em que estou seguindo, na direção que te agrada. Espírito Santo,
acolho-te na minha vida agora mesmo. Eu te louvo e te amo. Rogo-te
que me ajudes a receber as coisas que tenho pedido do pai por
meio do Senhor Jesus. Ajuda-me a entrar em comunhão e
companheirismo contigo, pois na verdade não sei como fazer isso.
Torna-me plenamente cônscio de tua presença e capacita-me a ouvir
a tua voz. Prometo-te que, com tua ajuda, obedecerei. Senhor Jesus,
unge-me com o teu Santo Espírito, conforme eu obedecer e aprender.
Concede-me o teu poder para que toque nas pessoas ao meu redor,
e naqueles com quem me fizeres entrar em contato. Ajuda-me a
nunca negligenciar a comunhão contigo. Oro no nome de Jesus, meu
Senhor. Amém.
E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos
meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis (Ez
36.27).
Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir
sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em
toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra (At 1.8).
Acerca do Autor
Benny Hinn é reconhecido e respeitado como pastor, mestre,
evangelista com ministério de cura e escritor bem-sucedido. Além
disso, é o fundador e pastor do Orlando Christian Center, uma igreja
evangélica interdenominacional, sediada no estado norte-americano
da Flórida. A igreja começou em março de 1983, com duzentos e
cinqüenta membros, e atualmente conta com mais de sete mil pessoas
que freqüentam seus cultos, todas as semanas.
O ministério de ensino de Benny Hinn efetivamente toca
quinze milhões de pessoas a cada semana, através do seu
programa diário de trinta minutos chamado Hoje é o Seu Dia! que é
transmitido para muitos países. Dezenas de milhares de pessoas
reúnem-se em suas miraculosas cruzadas mensais de cura pelos
Estados Unidos e pelo mundo para testemunhar o poder de Deus
para salvar e curar.
O livro anteriormente publicado por Hinn, Bom Dia, Espírito
Santo, foi o maior sucesso de livraria evangélico em 1991, nos
Estados Unidos, do qual mais de meio milhão de cópias foram
vendidas. Além deste livro, a Bompastor publicou também Bem-
Vindo, Espírito Santo, O Caminho Bíblico para a Bênção e Senhor, Eu
Preciso de um Milagre.
Benny Hinn e a esposa, Suzanne, moram em Orlando, Flórida,
com suas três filhas — Jessica, Natasha e Eleasha — e um filho,
Joshua.

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