quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pesquisa aponta principais manchas na imagem do cristianismo e pedofilia aparece com uma das mais negativas

O relatório de uma pesquisa feita com 1094 pessoas aponta os principais obstáculos que estão ligados ao cristianismo. Segundo o levantamento feito online pelo Centro de Pesquisa McCrindle, um grupo cristão especializado em mídia, a maioria dos entrevistados se declarou “não-cristão”, e 76% dos entrevistados acreditam que os casos pedofilia sejam uma mancha definitiva na imagem da igreja.
No evento de lançamento do relatório, Peter Jenses, Arcebispo da Igreja Anglicana de Sydney (Austrália) justificou a pesquisa: “O cristianismo, como vocês sabem, é uma religião de comunicação”.
Os entrevistados citaram motivos que se tornaram “empecilhos para a crença” no cristianismo, e os dez mais citados foram os abusos contra crianças, hipocrisia, hábitos de julgamento, guerras religiosas, sofrimento em geral ao redor do mundo, ameaça do inferno aos que não creem, condenação da homossexualidade e a ideia de exclusividade dos cristãos.
Outro ponto relevante citado por 60% dos entrevistados foi o papel de coadjuvante destinado às mulheres dentro da igreja, assim como a postura da igreja em relação à ciência e a teoria da evolução, tema citado por 57%. Sobre o homossexualismo, a postura da igreja é incômoda para 69%, enquanto que a mensagem de condenação eterna e inferno são motivos que afastam 66% das pessoas que participaram da pesquisa.
Os exemplos dados por pais e parentes aparece como a mais forte influência na forma como as pessoas enxergam o cristianismo e os cristãos: 67% formaram opinião a partir desses exemplos. Veículos de comunicação (25%) e redes sociais (24%) são outras fontes de formação de opinião citadas na pesquisa.
Os ensinamentos mais relevantes do ministério de Jesus são informações que a maioria dos entrevistados não tiveram dificuldades em identificar: 62% lembraram da passagem bíblica que Jesus afirma “eu vim para que tenham vida”; 51% lembraram de “Amem uns aos outros” e “faça ao próximo o que você deseja para si mesmo”. Por outro lado, 42% dos entrevistados acreditam que Jesus era uma pessoa comum, incapaz de realizar milagres; 80% acreditam que Jesus morreu numa cruz; 52% acreditam que ele ressuscitou dos mortos e 17% entendem que Jesus e seus ensinamentos são ficção.
A força da influência negativa que os pontos polêmicos acerca do cristianismo possui, traduz-se em números: 51% não estariam dispostos a mudar a forma como enxergam o cristianismo.
O Pastor Batista Sydney Karl Faase, líder do grupo Olive Tree (em tradução livre do inglês, significa Oliveira, árvore da Oliva), que encomendou a pesquisa, entende que se comunicar melhor faz parte da tarefa dos cristãos. “Nós cremos na Palavra e na propagação dessa Palavra… Traduzir o texto para a língua do povo é parte essencial do Evangelho cristão. Mas a primeira coisa que notei como comunicador é como desconhecemos nossa audiência. Minha suspeita sobre o que as pessoas pensam é muito diferente do que essa pesquisa indicou”, afirmou o Pastor, que pretende aprimorar a forma como leva sua mensagem.
A pesquisa separou os entrevistados por sexo, renda e grau de instrução, para que fique mais fácil identificar as principais dificuldades apontadas por cada grupo. Por outro lado, segundo o GospelPrime os resultados irão direcionar os temas e a linguagem de abordagem utilizada em uma nova série que está sendo produzida pelo Olive Tree.
O Arcebispo da Igreja Anglicana, Peter Jensen destacou que as dificuldades não devem desencorajar os líderes: “Minha visão é que a fé cristã sofreu um colapso intelectual monumental nos últimos 40 anos. Amigos, a situação agora não é tão ruim quanto era no primeiro século… Estamos muito melhor agora. Cerca de 30% das pessoas do mundo dizem que são cristãos. Não estou desanimado com estes números, prefiro vê-los como um desafio. Acredito que temos possibilidades imensas de levantar recursos para espalhar a mensagem do Evangelho. Creio no poder transformador do Evangelho e que Deus é o grande evangelista… Eles irão nos ajudar a pensar como podemos melhor traduzir a fé de uma forma que será ouvida por pessoas reais, com dúvidas reais”.

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