quinta-feira, 29 de março de 2012

Inauguração de um portal com mensagem cristã na entrada de cidade causa polêmica entre moradores

A inauguração de um portal com a frase “Carapicuíba é do Senhor Jesus” na entrada da cidade paulista gerou polêmica entre os moradores no início da semana. A prefeitura de Carapicuíba, em São Paulo, inaugurou o portal em comemoração aos 47 anos de emancipação da cidade.
O início das obras do portal criou uma grande expectativa entre os moradores da região, que esperavam a construção de uma passarela no local onde, segundo moradores, acontece um grande número de atropelamentos. A construção de uma passarela na via onde foi construído o portal é uma reivindicação constante dos moradores.
A obra causou muita polêmica e dividiu a opinião dos moradores da cidade. O eletricista Jorge Luís, de 48 anos, reclamou da obra afirmando que o que a região precisa é de uma passarela. “Eles preferem fazer propaganda religiosa que salvar vidas”, criticou.
O estudante Marcelo Isidoro, 32 anos, também se manifestou contra o portal. Segundo ele “já existe uma placa com a mesma frase no final da ponte, e em todas as entradas da cidade”. “Por isso esse portal é um desrespeito ao que Carapicuíba tem de melhor: a diversidade, gente de todo lugar e de todas as religiões”, completou o estudante.
Já a operadora de estacionamento Meire Miranda, de 32 anos, se mostrou a favor da obra: “Eu moro na favela da Cohab I, faz três anos que moro aqui, onde consegui emprego, e para mim tudo melhorou. Eu gosto dessa frase sobre Jesus, porque abre as portas”, declarou.
Ademar Ocanã, 56, que mora ao lado do viaduto onde o portal foi colocado, também manifestou seu apoio à obra: “Acho bonito. E quem não gosta de Deus?”, perguntou.
Diante da polêmica, o prefeito da cidade, Sérgio Ribeiro, compartilhou uma mensagem na página oficial da prefeitura no Facebook, na qual declara que o portal não foi construído com recursos públicos. De acordo com a mensagem o painel é uma doação do Grupo Marabraz.
A mensagem respondeu também sobre a construção da passarela, afirmando que tal obra é inviável tecnicamente, e que um dos motivos da inviabilidade é a linha de trem de carga, usada pelo IBC (Instituto Brasileiro do Café), que passa ao longo da via.

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