quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

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CAPÍTULO 2
QUE PENSAMENTOS VOCÊ TEM ALIMENTADO?
Antes de você agir de forma efetiva e de acordo com seus objetivos, existe o processo mental. E na mente que nascem as idéias para dirigir suas ações. Primeiro você pensa, depois age. Como isso acontece? Os olhos captam a informação externa, a qual é repassada pelo nervo ótico ao cérebro, onde será analisada e interpretada. Surge, então, dentro do coração, a vontade humana de reagir àquela situação, podendo desejar ou rejeitar determinada circunstância interposta na sua vida.
Isso mostra que a vontade não só nos torna responsáveis por nossos atos e decisões como também livra Deus de qualquer responsabilidade sobre a mesma. É o livre-arbítrio concedido pelo Criador. Nós escolhemos o que vamos fazer perante determinada pessoa, situação ou dificuldade. Antes de o ato concretizar-se, tudo é concebido na men¬te: o desejo, a benevolência, a vingança, a ação, a reação e, inclusive, o pecado.
Por isso, a primeira questão que abordarei é em relação ao tipo de pensamento que você tem alimentado na sua mente. Para mostrar a importância deste assunto, farei algumas considerações:

O perigo da mente desocupada
A Bíblia fala sobre um homem que tem uma história fantástica, o único que as Sagradas Escrituras definem como o homem segundo o coração de Deus: Davi (Atos 13.22). Após ser ungido por Samuel para ser o rei substituto sobre Israel, o oitavo filho de Jessé, um rapaz na época, ganhou notoriedade ao matar o gigante filisteu, Golias, que tinha quase três metros de altura.
Ao suceder o reinado de Saul, Davi tornou-se um rei popular, pois era guerreiro, trabalhador, estratégico, inteligente e próspero. Sua liderança mudou a realidade dos israelitas. Ele expandiu os territórios sobre os quais governou, trouxe prospe¬ridade para Israel e transferiu a capital de Hebrom para Jerusalém, após conquistá-la. Além disso, tornou a nova capital o centro de adoração dos israelitas ao resgatar a Arca da Aliança, símbolo da presença de Deus que guardava a tábua dos Dez Mandamentos, que havia sido roubada pelos filisteus.
Contudo, em uma parte da vida de Davi, perce¬bemos o perigo da mente desocupada, o que levou aquele homem a cometer adultério e homicídio. Em 2 Samuel 11, a Bíblia relata que, na época em que os reis saíam para a guerra, Davi ficou em casa em vez de ir adiante do seu exército na batalha. No seu lugar, o rei enviou Joabe e seus servos para que lutassem contra os filhos de Amom e dominasse a cidade de Rabá. Esta seria mais uma de suas guerras para consolidar seu reino, derrotar os inimigos e diminuir as ameaças de luta contra Israel.
O palácio de Davi ficava em uma colina, de onde ele via o restante da cidade. Daquela elevada posição podia olhar e ver o quintal de outras moradias. Em uma tarde, desassossegado, o rei levantou-se e foi até o terraço da casa real para relaxar. Naquele momento, ele presenciou o inesperado: uma mulher de beleza física in¬contestável estava nua, tomando banho.
O rei não resistiu à tentação — apesar de ele haver tido um harém de quase 40 mulheres. Logo perguntou quem era aquela mulher. Era Bate-Seba, esposa de Urias, um dos principais guerreiros de confiança de Davi.
Mesmo assim, Davi não perdeu tempo. Mandou que seus mensageiros a trouxessem e deitou-se com ela, sem medir as conseqüências. Após saber que aquela mulher ficou grávida, tratou de arquitetar a morte do marido dela. Foi, então, que ordenou a Joabe que colocasse Urias na frente da maior força de batalha para que ele fosse morto. E assim foi feito. Logo o rei recebeu a notícia de que seu plano havia dado certo (2 Samuel 11.14-24). Após Bate-Seba passar pelo período de luto, Davi a recolheu em seu palácio e deitou-se com ela, com quem teve um filho, Salomão.
O comportamento de Davi pareceu mal aos olhos do Senhor (2 Samuel 11.27). Um ato que foi ali¬mentado e surgiu a partir de uma mente desocupada, quando o rei resolveu ficar em casa em vez de estar cumprindo com suas responsabilidades e obrigações. Já ouviu aquele ditado: mente vazia, oficina do diabo? O pecado é concebido na mente. Como diz Tiago 1.15: havendo a concupiscência concebido, dá a luz o pe¬cado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
A má concupiscência teve domínio sobre a vontade de Davi, pois ele permitiu que a mesma tivesse pleno curso na sua vida, fecundando o pecado. E o erro desse homem que era segundo o coração de Deus serve como advertência a todos os cristãos: Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia (1 Coríntios 10.12).
Assim como aconteceu com Davi, pode ocorrer com os cristãos nos dias de hoje. Aqueles que vivem desocupados estão suscetíveis a cometer atitudes que desagradam ao Senhor. Isto é bem comum entre os que passam horas assistindo à televisão ou navegando na internet, pois acabam vendo coisas impróprias ao cristão. Sem contar os bombardeios que sofremos na sociedade por meio da mídia para nos convencer a comprar uma idéia ou a adquirir algo, sendo in¬fluenciados por mensagens subliminares e conceitos distorcidos sobre a vida.
Tal realidade nos convoca a ter senso crítico e a filtrar o que está indo para a nossa mente, a fim de que possamos pensar com qualidade. Isto não significa ser infalível, mas sim, encarar a vida do ponto de vista do Senhor, levando em consideração os desejos e valores divinos. Ocupe a mente com pensamentos inspirados pelo Espírito Santo e não pelos atrativos visuais e os apelos de marketing do mundo. Busque entender a santidade de Deus e a maledicência do pecado.

Pensamentos viciosos
Você sabia que os pensamentos influenciam nos¬sas atitudes? Ao mentalizarmos coisas boas, ouvirmos boa música, prezarmos por conversas sadias, sobretu¬do, lermos a Bíblia e buscarmos a presença do Senhor, nossos atos tendem a ser positivos e produtivos. No entanto, se a mente está repleta de pensamentos vicio¬sos, como a maledicência, o ódio, a ira, as injúrias e a pornografia, nosso coração se encherá de negativismo e impulsionar-nos-á a cometer atos que não condizem com os valores cristãos que primam por uma vida santa, reta e temente a Deus.
O problema é que muitos acreditam que o controle de nossa mente pertence ao Senhor a partir do momento em que somos feitos novas criaturas ao aceitarmos Jesus como único e suficiente Salvador (2 Coríntios 5.17). Só que estão completamente equivocados. A grande batalha espiritual na vida do ser humano acontece na mente. Constantemente, a incredulidade e a fé guerreiam, e depende de cada um de nós conduzir esta guerra, pois aquela que prevalecer [a fé ou a incredulidade] dominará o nosso ser.
Quando Paulo afirmou, em 1 Coríntios 2.16, que temos a mente de Cristo, ele não quis dizer que devemos parar de exercer o controle sobre nossos pensamentos, mas sim, conhecer a von¬tade, o plano e o propósito redentor do Senhor. O apóstolo foi bem claro ao alertar-nos: Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus (Romanos 12.2).
Paulo sabia que devíamos controlar nossos pen-samentos, para que não viéssemos a cometer atos que fossem contra a Palavra de Deus e desagradassem ao Senhor. Não é à toa que em Provérbios 6.19 está escrito que o coração que maquina pensamentos viciosos aborrece o Altíssimo.
Aprenda uma coisa: Satanás sabe muito bem que nós somos os responsáveis por exercer o con¬trole sobre nossa mente. Por isto, ele usa de todas as suas artimanhas para tentar convencer-nos do que não é lícito perante a Palavra.
A nossa missão, portanto, é deixar de pensar com a mente carnal e começar a pensar com a mente de Cristo. Não dê brechas para que o inimigo con¬siga atacar sua mente nem use indevidamente esta grande dádiva que Deus lhe concedeu, que é pensar, para alimentar pensamentos que o levem ao pecado, senão seu coração será consumido por desejos desordenados, pecaminosos e angustiantes.
A imaginação é o ventre onde nasce o bem e o mal. Por vezes, você pode achar que não é possível evitar os pensamentos maus. Realmente não tem como deletá-los, mas é possível substituí-los logo que se iniciam na mente. Afinal, ninguém se deprime sem antes ter pensamentos depressivos; ninguém pratica uma maldade sem antes ter pen¬samentos de ódio e vingança; ninguém peca sem antes ter imaginado atos pecaminosos.
Portanto, se você alimentar esses pensamentos ilícitos, em vez de contê-los, por certo, será difícil fugir da prática do pecado; e uma mente peca¬minosa não consegue agir com fé em nenhuma circunstância, muito menos diante da adversidade. Pergunto mais uma vez: que pensamentos você tem alimentado na sua mente?

Como devo ocupar a mente?
Para que o cristão possa estar preparado para enfrentar as iminentes adversidades do cotidiano, precisa manter uma fé constante firmada na Rocha, que é Cristo, e zelar por uma vida espiritual e físi¬ca saudáveis. A melhor forma de perseverar neste propósito é saber ocupar a mente com coisas que edificam, deixando o pessimismo de lado e não se apegando aos valores terrenos.

a) Pense nas coisas celestiais
Siga a recomendação de Colossenses 3.2: Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da ter¬ra. Paulo exortou todos os cristãos a dedicarem suas faculdades intelectuais a Cristo. Assim, ele espera que o nosso coração esteja voltado para o bem.
Aquele que permite sua mente ser invadida com as coisas mundanas, dificilmente será capaz de fixá-la no reino celestial e nas bem-aventuranças que a vida em Cristo nos proporciona. O mesmo vale para aquele que se preocupa exclusivamente com as coisas terrenas.
Buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua jus¬tiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas (Mateus 6.33). Volte a sua mente para as coisas celestiais, para a glória e o poder do Senhor. Consagre-se ao Senhor e busque o bem-estar espiritual para que possa encontrar o bem-estar físico. E que você não se engane acerca disto: sem santificação, ninguém verá Deus (Hebreus 12.14).

b) Ocupe a mente com a Palavra de Deus
Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Salmo 1.1,2

Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das jun-tas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Hebreus 4.12

O verdadeiro cristão não pensa como o ímpio nem segue seus comportamentos pecaminosos. Ao contrário, o servo de Deus não somente evita o mal como também medita na Palavra, que é o seu manual de conduta e fé. Assim, ele aprende como moldar seus pensamentos e suas atitudes, vivendo sob a bênção do Altíssimo.

c) Desfrute bons momentos
Pare de pensar em desgraças e em coisas que não prestam. Ore, louve, leia bons livros, prin¬cipalmente a Bíblia. Fale, veja e converse sobre coisas edificantes. Idealize projetos, trace metas para o seu futuro e batalhe por seus sonhos. Vá à igreja, desfrute momentos de lazer com a família e os amigos, e trabalhe com alegria.
Invista nos seus dons e talentos. Deixe a pre¬guiça de lado e saia da ociosidade. Alimente sua mente e seu coração com a Verdade. Obedecer ao Senhor e aos Seus mandamentos deve ser a mo¬tivação diária dos santos de Deus, não deixando brechas nem dando legalidade ao inimigo para que contamine sua mente com aquilo que não provém do Alto.


CAPÍTULO 3
QUAIS OS DESEJOS DO SEU CORAÇÃO?
Uma das forças que estimula o homem a de¬sobedecer a Deus é a carne. Não estamos falando do corpo em si, mas referindo-nos à natu¬reza humana decaída com a qual nascemos, que intenta controlar o corpo e a mente e induzir-nos ao pecado. Só que a graça e a misericórdia divinas habitam sobre este mundo. O Senhor nos resgatou das mãos de Satanás com o sangue de Seu Filho e capacitou-nos a fugir dos desejos mundanos por intermédio de Sua Palavra e do Espírito Santo.
Deus sabe o que é melhor para os seus filhos. E o maior desejo do coração dele é ser obedecido, por isso, estabeleceu princípios e regras que nos ajudam a ter uma vida reta, justa e abençoada durante a caminhada cristã. Sendo assim, cabe ao cristão em Jesus perceber que valores têm norteado sua vida, ou melhor, descobrir os desejos que têm alimentado seu coração — são desejos da carne ou anseios inspirados pelo Espírito Santo?
É certo que o mundo tem feito muita pressão para que sejamos dominados pelo sistema mundano. Esta armadilha do inimigo tenta preencher-nos com os desejos da imoralidade sexual, impureza, liberti¬nagem, idolatria, feitiçaria, do ódio, da discórdia, dos ciúmes, da ira, do egoísmo, das dissensões, facções, da inveja, embriaguez, das orgias e coisas semelhan¬tes — são as obras da carne (Gálatas 5.19-21 NVI).
No entanto, Paulo chamou a atenção para o modo de vida íntegro e honesto daqueles que dão prioridade ao fruto do Espírito, que é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gálatas 5.21,22 NVI). Estes valores são de atuação divina e permitem ao cristão ter uma vida vitoriosa e de comunhão com Deus.
Pena que muitos não seguem esta recomendação. Há pessoas que se dizem cristãs convertidas, mas têm sido negligentes no seu dia-a-dia, abrindo mão dos valores ensinados, pelo Senhor, para seguir aqueles que lhe proporcionam prazeres momen¬tâneos, que são os desejos da carne. Por causa de tal decisão, têm enfrentado situações adversas que geram o desgaste espiritual e emocional.

Onde está o seu tesouro?
A Bíblia diz: onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração (Mateus 6.21). Podemos aprender com esta verdade que é im¬possível servir a dois senhores — ao inimigo e ao Pai celestial —, pois todo o seu ser (força, ânimo e vontade) se voltará para aquilo que o seu coração deseja. Mesmo que o homem seja possuidor de livre-arbítrio, é necessário dar preferência ao bem, e não ao mal, ao fruto do Espírito, e não às obras da carne. Somente uma criatura assim é digna de ser transformada e abençoada por Deus. Declare, então, sua preferência e escolha.

Não cobice o que é dos outros
Cobiçar os bens ou a posição de status de outra pessoa pode acarretar em uma grande adversidade. Veja a história de Geazi, servo do profeta Eliseu. O livro de 2 Reis 5 conta que o chefe do exército da Síria, Naamã, foi curado de lepra após visitar o pro¬feta. Este havia mandado aquele homem de guerra mergulhar nas águas turvas do rio Jordão como uma simples demonstração de humildade e obediência, o que seria o remédio para aquela doença.
Para agradecer ao profeta Eliseu por ser um canal de bênção para a cura dele, Naamã lhe ofe¬receu ouro, prata e roupas. Entretanto, o profeta recusou os presentes, uma vez que não queria tirar proveito daquela situação, daquilo que o Todo-poderoso fez por intermédio dele.
Geazi achou a atitude do seu senhor um desperdício. Com aqueles presentes, ele poderia até conquistar sua independência financeira. Foi, então, que traçou um plano para conseguir parte daquela recompensa — que deveria ser do profeta. Sem perda de tempo, Geazi correu atrás da comiti-va de Naamã e disse que Eliseu havia mudado de idéia, pedindo presentes para dois discípulos dos profetas de Betel e Gilgal, que ficavam em escolas da região do monte Efraim.
Sendo assim, o general não apenas deu mais do que aquele servo havia pedido como também ordenou que dois homens o ajudassem a carregar os presentes. No meio do caminho, porém, Geazi dispensou aqueles ajudantes para que o profeta Eliseu não desconfiasse de sua mentira.
Só que nada está encoberto aos olhos daquele com quem temos de tratar (Hebreus 4.13). Deus revelou ao profeta Eliseu sobre a atitude de seu servo, ferindo-o com lepra. Ao ler esta história, atente que não há nada de errado em querer ser rico, mas Geazi deixou a ganância falar mais alto e desejou aquilo que não lhe pertencia, sofrendo grave conseqüência.

Não seja ganancioso
A vida do homem depende de Deus, e não dos seus bens. Então, acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui (Lucas 12.15). Esta advertência tem fundamento, uma vez que o materialismo fincou suas raízes na vida de muitos cristãos. Com isso, a vaidade e as riquezas tornaram-se o propósito de vida das pessoas, em vez de as necessidades serem o principal alvo a ser satisfeito.
A posse de bens não contribui para o desen¬volvimento espiritual e, muito menos, garante paz e longevidade a alguém; apenas Deus tem esse poder. Claro que as riquezas não são más em si mesmas, mas tornaram-se parâmetro para que as pessoas julguem e sejam julgadas, numa completa inversão de valores morais e éticos.
O coração materialista costuma ser egoísta e nunca consegue desfrutar todas as benevolências e riquezas que se originam de uma vida de comu¬nhão com o Senhor.

Não deseje o mal de ninguém
O alvo supremo de toda a instrução da Palavra de Deus não é o conhecimento bíblico em si mesmo, mas uma transformação interior do indivíduo, que se expressa no amor, na pureza de coração, numa consciência pura e numa fé sem hipocrisia. Quando o cristão compreende este princípio, fica mais fácil de aplicar em sua vida este mandamento: tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós (Mateus 7.12).
Há momentos em que passamos por de¬cepções ao sermos surpreendidos e atingidos por atitudes desagradáveis de alguém. Nesta hora, a raiva assalta nosso coração quase que de imediato. Não há tempo nem para refletir sobre a situação. Questionamos por que tal pessoa fez aquilo; alegamos que não merecíamos aquele constrangimento. Chegamos até a chamá-la de traidora. E a primeira reação é maldizer ou desejar o mal daquele indivíduo.
Somente um amor puro e genuíno pode ajudar-nos a lidar com essas situações delica¬das, a acalmar o coração e, sobretudo, a desejar sempre o bem, mesmo para o nosso inimigo. Por isso, devemos ter uma vida subordinada, controlada e dirigida pelo amor e pela devoção a Deus. Desta maneira é que conseguiremos apartar-nos do pecado e de tudo aquilo que causa dano e tristeza ao próximo e, conseqüen¬temente, a nós mesmos.

Deseje a presença de Deus
Confira o texto de Salmo 42.1,2: Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? Um homem pode viver bastante tempo sem ali¬mento, mas sem água ele morre, pois esta é um elemento vital para a vida. E a única fonte que nunca cessa de jorrar água é Jesus (João 4.14; Apocalipse 21.6).
Por isso, podemos ver nos versículos acima o ardente desejo do salmista de experimentar a presença de Deus e, assim, ter uma completa co¬munhão com Ele. O autor não se contentava em ler, orar e aprender. Para ele, isto não era suficiente à vida espiritual.
O salmista queria mais; desejava a presença do Senhor imediatamente, ter comunhão com o Pai, relacionar-se com Ele, dialogar, ouvir Sua voz. Siga este exemplo. Não reduza a pre¬sença de Deus à adoração no templo. Busque experiências pessoais com Ele. Tenha cautela quanto às coisas terrenas e com os prazeres que tiram a fome e a sede do Senhor. Deseje buscar, constantemente, a face do Altíssimo em oração (Marcos 4.19).

Busque a vontade do Senhor
Note o que está escrito em 1 João 2.17: o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. Ao ler esta passagem, podemos constatar que a única certeza a respeito do sistema deste mundo é que ele não vai durar para sempre. Um dia tudo vai acabar. As pessoas morrem, as nações são domi¬nadas, as riquezas se deterioram, as filosofias de vida do homem são esquecidas.
Somente o que faz parte da vontade do Senhor permanecerá. É nesta verdade que se firmam os cristãos consagrados. Eles não mantêm uma ligação com as coisas deste mundo nem se deixam influen¬ciar pelos princípios da modernidade, pois têm consciência de que são estrangeiros e peregrinos na terra (Hebreus 11.13). Vivem em prol da eternidade e buscam a vontade de Deus para a sua vida.
Um dos benefícios da salvação é o privilégio de saber a vontade de Deus. No entanto, o Senhor não quer que a vontade dele seja apenas conheci¬da, e sim, compreendida (Efésios 5.17). Por isso, ela é revelada por meio de Sua Palavra. O cristão maduro, por sua vez, que separa um momento du¬rante o dia para ler e refletir sobre a Bíblia encontra o desejo do coração do Pai e consegue aplicá-lo no seu cotidiano.
Aquele que firma sua fé e esperança nos va¬lores deste mundo sofre com as ilusões desta vida temporária. Por outro lado, o que busca conhecer e seguir a vontade do Senhor constrói um castelo forte sobre as fiéis promessas do Todo-poderoso e permanece para sempre. Ele não só poderá vi¬ver no lar celestial junto com os demais irmãos em Cristo, como também terá a garantia de ser guardado e abençoado por Deus enquanto estiver nesta terra.

Queira estar na Casa de Deus
Dentre os muitos poemas que Davi escreveu, o Salmo 27 nos traz uma preciosa lição para o que queremos falar neste tópico. Intitulado Confiança em Deus e anelo pela sua presença, este registro bíblico foi escrito na época em que o poeta estava no exílio, sendo perseguido pelo rei Saul e seu exército. O texto revela que Davi corria sério perigo. Acima de tudo, ensina-nos que, quando conhecemos o Senhor e confiamos nele, recebemos Sua ajuda para superar os medos e prosseguir nos propósitos divinos.
E onde é que Davi buscava segurança, refúgio e orientação para os seus problemas? No templo do Senhor, que era considerado uma fortaleza onde os homens se refugiavam muito acima dos vales e longe das grandes matanças. Lá, ele ficava protegido de seu inimigo e encontrava alívio tanto para a vida espiritual como para a física.

Uma coisa pedi ao SENHOR e a buscarei: que possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do SENHOR e aprender no seu templo. Porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá; pôr-me-á sobre uma rocha. Salmo 27.4,5

Deus conclama todos nós para esse mesmo propósito, pois a igreja é um refúgio para os cris¬tãos nos dias de hoje. Lá ouvimos uma mensagem inspirada pelo Espírito Santo que edifica nossa vida; recebemos orações e apoio dos irmãos para enfrentar as dificuldades; renovamos nossa força e avivamos nossa fé por meio da adoração e das pregações; sentimos a presença do Senhor de uma forma tremenda, além de sermos lembrados que não estamos sozinhos. Aquele que procura habitar na Casa do Senhor tem a firme garantia de que não importam quais as provações venham a enfrentar, o Todo-poderoso nunca os abandonará (Salmo 27.8-10).
Ame estar na Casa de Deus. Aproveite todas as oportunidades para estar na igreja, relembrando as graciosas promessas e a inabalável fidelidade do nosso Salvador. Una-se fervorosamente aos seus companheiros de oração e adoração. E esteja pronto para receber as bênçãos e o poder de avivamento do Senhor sobre sua vida. Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará (Salmo 91.1).

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